O filósofo humanista Jean Jaques Rousseau afirmava que a diferença fundamental do ser humano, em relação aos animais, é a sua faculdade de se aperfeiçoar.
Enquanto as espécies animais estão aprisionadas ao seu instinto, o ser humano tem a liberdade de agir como desejar.
Isso nos confere a possibilidade do uso do livre-arbítrio, justamente o que nos faz humanos, segundo Rousseau.
E o uso do livre-arbítrio se constitui em um grande desafio para todos nós.
Conforme usamos nosso livre-arbítrio, construímos os dias futuros.
Por isso, com tranquilidade, podemos dizer que a exata situação em que nos encontramos hoje é o resultado da maneira como nos servimos dessa nossa liberdade de ação, nesta ou em outras existências vividas.
Nossas conquistas morais e intelectuais, nosso universo emocional e nossas capacidades cognitivas são frutos de esforços e decisões tomadas em nosso caminhar.
Por essa razão é importante refletirmos como estamos nos servindo dessa nossa liberdade de agir.
Conforme escreveu o Apóstolo Paulo, tudo nos é permitido.
Contudo, como ele mesmo completou, nem tudo nos convém.
Isso porque sempre teremos de arcar com as consequências de nossas ações.
Importante nos perguntarmos como temos utilizado o tempo que a sucessão dos dias nos oferece: temos aplicado de maneira produtiva, ilustrando a mente ou apenas desperdiçando-o em horas vazias e preguiçosas?
O que fazemos com o corpo saudável de que dispomos: temo-lo transformado em fonte de prazeres e gozos fugidios, ou em instrumento de construções sólidas?
Como utilizamos nossos recursos financeiros: para uso e proveito exclusivo ou conseguimos compartilhar, em forma de riqueza social, enriquecendo nosso entorno?
Como estamos agindo nas posições de mando e poder que assumimos, nas organizações sociais, na empresa ou no campo da política?
Temos sido tiranos insensíveis, buscando privilégios exagerados, ou nos preocupamos em sermos justos, honestos, fomentando o bem-estar geral?
Lembremos que a largueza da liberdade que temos, a amplitude das nossas ações, está diretamente ligada à responsabilidade que assumimos.
E lembrando as lições do Mestre amigo, cada um de nós deverá dar conta da própria administração.
Administração das suas ações, do seu tempo, dos talentos recebidos, das horas vividas.
Estejamos atentos ao uso das possibilidades que nos surgem, no âmbito da nossa liberdade de ação.
Por outro lado, se os recursos hoje nos parecem parcos, se pouco podemos fazer, pensemos que possa se tratar de convite da vida para refletirmos sobre aquilo que malbaratamos ontem.
Afinal, de um modo geral, as carências do hoje são bons indicadores do mau uso da liberdade do ontem próximo ou remoto.
Reflitamos, portanto, antes de qualquer ação ou decisão: pesemos prós e contras, considerando que cada dia, na existência terrena, é oportunidade renovada de refazer caminhos e reformular atitudes.
Somos seres dotados de razão.
Seres dotados de moral.
Que nosso proceder seja condizente com o bom senso, com o bem, com o que seja para benefício de todos.
Redação do Momento Espírita
Em 1º.3.2024.
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