Talvez agora não consigamos lembrar, porque estamos atônitos, aflitos.
Mas, com certeza, já enfrentamos algo assim antes.
E tudo acabou bem.
Os primeiros momentos, depois de uma surpresa, de uma situação inesperada, são tensos.
Por vezes, nos tiram o chão.
A maioria de nós não sabe lidar com frustrações, com expectativas quebradas.
De maneira geral, agimos como se tudo tivesse sempre de andar de acordo com nosso script, com o roteiro que escrevemos para nossos dias e para os dias dos mais próximos.
Se pararmos para pensar, veremos como é um tanto estranho e até bem egocêntrico acreditarmos que tudo, sempre, vai acontecer exatamente conforme planejamos, num universo de tantas variáveis, das quais muitas independem de nossa vontade ou ação direta.
Por isso é de nos perguntarmos:
-Por que tudo tem de sair como queremos? Não podemos nos abrir a alternativas, a caminhos secundários, até mesmo incomuns, em alguns momentos?
O que nos acontece é que, ante acontecimentos imprevistos, muitas vezes bate o desespero.
O que vamos fazer agora? Como resolver isso?
A desesperança é inimiga da boa solução.
Inclusive inimiga da memória.
Sim, porque, quase sempre, o que temos é um problema de memória, uma dificuldade de lembrar que já atravessamos situações similares antes.
E sobrevivemos.
No final, tudo deu certo e seguimos adiante.
Lembremos daquele problema que achamos que seria do tamanho de um elefante e acabou sendo apenas do tamanho de uma lebre.
Era um problema, mas deu para carregar no colo e resolver com paciência.
Recordemos daquela questão que nos tirou o sono por semanas, vivendo uma ansiedade enorme para saber se era um problema de saúde muito sério.
No final das contas, não era nada grave.
E aquela situação com a qual pensamos que teríamos de lidar sozinhos?
No entanto, muita gente ajudou e acabou ficando mais fácil do que havíamos imaginado.
Quantas tempestades em copos d’água já fizemos?
Exageramos, apavoramo-nos antes da hora.
Pois bem, a memória parece que gosta de esquecer essas coisas...
Nosso problema de memória.
Quase nunca nos lembramos de quantas vezes passamos por perrengues, por desafios e saímos ilesos.
Mais ainda, saímos melhores.
Não seríamos o que somos hoje se não fosse por esses desafios, por esses acontecimentos inesperados, por essas provas-relâmpago que a vida nos reserva, assim, do nada.
Por isso, calma...
Cada vez que a onda grande vier, cada vez que a aflição chegar quebrando tudo, lembremos: podemos lidar com isso.
Se já não experimentamos algo exatamente igual, foi similar.
E se é algo novo, ainda assim, lembremos: tudo que vivenciamos até aqui nos deu experiência e força para melhor enfrentar essas novas provas.
* * *
Ouçamos o conselho salutar de um benfeitor espiritual:
-Nas dificuldades em andamento, considera as dificuldades que já venceste e compreenderás que Deus, cujo infinito amor te sustentou ontem, sustentará também hoje.
Redação do Momento Espírita, com transcrição de pensamento
do cap. 58, do livro Rumo certo, pelo Espírito Emmanuel,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
Em 6.3.2024.
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