Era um sábado.
A manhã não despertara de todo e, desfrutando o ar levemente frio da manhã, um homem se dirigiu à Galeria d'Orléans, no Palais Royal, em plena Capital francesa.
Ele era conhecido como pedagogo de renome em seu país e reconhecido internacionalmente.
Era o Professor Rivail.
Dirigiu-se à Livraria Dentu, subiu as escadas e chegou à sobreloja.
Naquela manhã, seu objetivo não era verificar nenhum dos seus livros didáticos, pois que diversos publicara.
O que se encontrava nas mãos da Sra. Dentu era algo muito especial.
Uma obra que abalaria os alicerces da ciência, da filosofia e da religião então vigentes.
Ali estavam reunidas 501 questões que tinham a ver com a origem, a natureza, e o destino dos Espíritos.
A obra foi colocada na vitrine, sobre veludo vermelho. Era O Livro dos Espíritos.
Numa didática sequência, apresentava os princípios da Doutrina Espírita sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da Humanidade.
Pedra angular sobre a qual se ergue a Doutrina Espírita, é um tratado para orientar a economia, a sociologia, a psicologia, a embriologia, a ética.
Obra ímpar, desafia o segundo século de publicação sem sofrer qualquer alteração, no seu conteúdo, num período em que todo o conhecimento sofreu contestação e alterou a face cultural da Terra.
Alcançou, desde os primeiros momentos, grande êxito na França e no restante da Europa, com repercussão pelas Américas.
O Abade Leçanu, na época, referindo-se à monumental obra, disse:
-Observando-se as máximas de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, faz-se o bastante para se tornar santo na Terra.
O Livro dos Espíritos é a compilação dos ensinos ditados pelos Espíritos superiores e publicado por ordem deles.
Ao Codificador, Allan Kardec, coube a tarefa de organizar e ordenar as perguntas sobre os assuntos mais simples aos mais complexos, abrangendo variados ramos do conhecimento humano.
Dividido em 4 partes, engloba um corpo de doutrina claro, metódico e inteligível para todos.
Com sua publicação, concretiza-se na face da Terra a promessa de Jesus do Consolador Prometido: a Terceira Revelação.
O Espiritismo nasce na manhã daquele sábado, 18 de abril de 1857.
Sem O Livro dos Espíritos, com seus parâmetros esclarecedores, não existe Doutrina Espírita.
A todos os deserdados da Terra, a todos quantos avançam ou caem, regando com as lágrimas o pó da estrada, diremos: lede O Livro dos Espíritos, ele vos tornará mais fortes.
Também aos felizes, aos que em seu caminho só encontram as aclamações da multidão e os sorrisos da fortuna, diremos: estudai-o e ele vos tornará melhores.
* * *
A segunda edição de O Livro dos Espíritos, publicada em março de 1860, foi aumentada para 1019 perguntas.
Essa 2ª edição se esgotou em 4 meses.
Antes de ser publicada, a obra sofreu uma completa revisão dos próprios Espíritos, com o concurso mediúnico de uma jovem de nome Japhet.
O Oriente Médio já dispõe de O Livro dos Espíritos traduzido para o idioma árabe.
Redação do Momento Espírita com base na 2ª. parte do livro Obras póstumas, de Allan Kardec, ed. Feb; O livro dos espíritos e sua tradição histórica e lendária, de Canuto Abreu, ed. LFU; O primeiro livro dos espíritos de Allan Kardec, de Canuto Abreu, ed. Ismael; cap. 3 do livro Reflexões espíritas, pelo Espírito Vianna de Carvalho, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal e cap. 6 do livro Momentos enriquecedores, do Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 25.08.2009.
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