segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

A LIÇÃO DO PERDÃO

AMÉLIA RODRIGUES, ESPÍRITO
E
DIVALDO PEREIRA FRANCO
O que faríamos se, de repente, por uma circunstância qualquer, tivéssemos nas mãos a possibilidade de decidir a respeito do destino de uma pessoa que nos provocou muitos problemas? 
Alguém que estendeu o manto da calúnia e destruiu nosso bom nome perante os amigos. 
Alguém que se apossou da empresa, fruto do nosso labor de tantos anos. Alguém que tenha ferido brutalmente a um membro da nossa família.
Será que lembraríamos da lição do perdão, ensinada por Jesus? 
Será que viriam à nossa mente as palavras do Mestre Galileu: 
-Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia?
Ou, ainda, a exortação a respeito de nos reconciliarmos o mais depressa possível com nosso adversário? 
A propósito, conta-se que um escravo tornou-se de grande valor para o seu senhor, por causa da sua honradez e bom comportamento. 
Em razão disso, foi elevado a uma posição de importância, na qualidade de administrador de suas fazendas. 
Numa ocasião, o senhor desejou comprar mais vinte escravos. 
Foram juntos ao mercado e o administrador foi encarregado de observar e escolher. 
Deveriam ser, naturalmente, homens fortes, para que pudessem desempenhar bem as rudes tarefas nas fazendas. 
O administrador foi ao mercado e começou a sua busca. 
Em certo momento, fixou a vista num velho e decrépito escravo.
Apontando-o para o seu senhor, disse-lhe que aquele devia ser um dos que deveria ser adquirido. 
O fazendeiro ficou surpreendido com a escolha e não concordou. 
Ouvindo o diálogo, o negociante de escravos disse que se fossem comprados vinte homens, ele daria o velho de graça. 
Realizada a negociação, foram todos levados para uma das propriedades.
O administrador passou a tratar o velho com maior cuidado e atenção do que a qualquer dos outros. 
Levou-o para sua casa. 
Dava-lhe da sua comida. 
Quando tinha frio, levava-o para o sol. 
Quando tinha calor, colocava-o debaixo das árvores de cacau, à sombra.
Admirado daquelas atenções dispensadas a um escravo, o senhor perguntou por que ele procedia daquele forma. 
Decerto deveria ter algum motivo especial: 
-É seu parente, talvez seu pai? 
A resposta foi negativa. 
-É seu irmão mais velho? 
-Também não, respondeu. 
-É seu tio ou outro parente? 
-Não tenho parentesco algum com ele. Nem mesmo é meu amigo. 
-Então, perguntou o fazendeiro, por que motivo tem tanto interesse por ele? 
-Ele é meu inimigo, senhor. Vendeu-me a um negociante e foi assim que me tornei escravo. Mas eu aprendi, nos ensinamentos de Jesus, que devemos perdoar aos nossos inimigos. Esta é a oportunidade de exercitar meu aprendizado. 
* * * 
O perdão acalma e abençoa o seu doador. 
Maior é a felicidade de quem expressa o perdão. 
O perdoado é alguém em processo de recuperação. 
No entanto, aquele que lhe dispensa o esquecimento do mal, já alcançou as alturas do bem e da solidariedade. 
Quando entendermos que perdoar é conquistar enobrecimento, nos faremos fortes pelas concessões de amor e compreensão que sejamos capazes de distribuir. 
Redação do Momento Espírita, com base em texto de autoria desconhecida e no cap. 18 do livro Trigo de Deus, pelo Espírito Amélia Rodrigues, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 3.7.2017.

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