JOANA DE ÂNGELIS E DIVALDO PEREIRA FRANCO |
O famoso escritor francês Voltaire disse, certa vez, que:
-Necessitam-se vinte anos para levar o homem do estado de planta em que se encontra no ventre de sua mãe e do estado de puro animal - que é a condição de sua primeira infância - até o estado em que começa a manifestar-se com a maturidade da razão.
Disse que
-Foram necessários trinta séculos para conhecer um pouco sua estrutura e que seria necessária a própria eternidade, para conhecer algo de sua alma. No entanto, não é preciso senão um instante para matá-lo.
Naturalmente, Voltaire se referia à morte do corpo.
Sempre com maior intensidade tem se notado o desprezo à preciosa vida humana.
Individualmente, as pessoas se lançam a práticas de esportes ditos radicais, que lhes comprometem a existência.
Ao mesmo tempo, nos chegam, todos os dias, as notícias de guerras, de massacres, de barbáries.
No século XIX, quando o Codificador da Doutrina Espírita trabalhava para a produção da obra O livro dos Espíritos, indagou às vozes celestes o porquê da crueldade ser o caráter dominante de alguns povos.
A resposta dos luminares foi de que entre os povos primitivos a matéria sobrepuja o Espírito.
Eles se entregam aos instintos animais e como não têm outras necessidades, além das corpóreas, cuidam apenas da sua conservação pessoal.
É isso que geralmente os torna cruéis. Além disso, os povos de desenvolvimento imperfeito estão sob a influência de Espíritos igualmente imperfeitos, que lhes são simpáticos.
Consequentemente, agem sob o comando daqueles.
Mesmo em civilizações mais adiantadas, existem criaturas tão cruéis como os selvagens, da mesma maneira que, numa árvore carregada de bons frutos, existem os temporões. São lobos extraviados em meio a cordeiros.
Acenam-nos os Espíritos, entretanto, com a esperança de que a Humanidade progride. Esses homens dominados pelo instinto do mal, que se encontram entre os homens de bem, desaparecerão pouco a pouco, como o mau grão é separado do bom quando joeirado.
Necessitarão retornar e retornar, em novos corpos, para o exercício do aperfeiçoamento, para que adquiram qualidades novas.
Aos homens de hoje, educadores, pais e professores cabe o dever inadiável de estimular os sentimentos nobres nas gerações, através de exemplos dignificantes, onde a vida seja considerada bem precioso demais para ser desprezado ou destruído, em nome de qualquer bandeira política, religiosa ou de caráter particular.
* * *
Todas as faculdades existem no homem em estado latente.
Elas se desenvolvem de acordo com as circunstâncias mais ou menos favoráveis.
Assim, o senso moral existe no selvagem como o princípio do aroma no botão de uma flor que ainda não se abriu.
Redação do Momento Espírita com base no cap.34, do livro
Rumos libertadores, pelo Espírito Joanna de Ângelis,
psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed.Leal.
Em 05.08.2009.
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