domingo, 5 de março de 2017

CRIATIVIDADE DO AMOR

JACK e PHYLLIS
Qual será a exata dimensão do amor? Já ouvimos falar sobre a grandiosidade do amor de Deus e de como as criaturas humanas alcançam patamares inimagináveis, quando acionadas pelo amor. Mas esse sentimento sublime é capaz de engendrar ações extraordinárias nas suas manifestações. Ações como a de um senhor britânico, de noventa e um anos, casado há setenta anos com Phyllis. A esposa começou a ter problemas mentais, há cerca de vinte anos. Evoluindo de forma a necessitar de atendimento especializado, Jack precisou interná-la em um lar, em Kent, na Inglaterra. Mas ele a visita todos os dias e, apesar das dificuldades de que é portadora, ao vê-lo, ela estende os braços para abraçá-lo. Para Jack, essa é a demonstração de que o amor continua. E, correspondendo ao amor dela, ele tenta ajudá-la a manter a memória saudável e lutar contra a demência lendo, todos os dias, histórias do diário que escreveu, durante os anos de mútua convivência. Eles se casaram no período da Segunda Guerra Mundial, em 1943. O diário registra o dia em que se conheceram. Cheguei em casa e escrevi que a tinha conhecido. Penso que fiz isso porque senti que era um momento que iria mudar a minha vida. – Informou ele em entrevista a um jornal londrino. Além de ler o diário do seu casamento, Jack mostra para a esposa as fotografias da época em que viajavam de caravana. Também as mais recentes com os cães de ambos. Tudo para que ela se mantenha consciente da própria vida. Para que não se apague a pequena chama das lembranças nem a chama tremeluzente da paixão. Sobre o segredo da sua relação matrimonial de tantos anos, diz o britânico que é não criar expectativas, aceitando o que a vida tenha a oferecer. 
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Um amor que vara as décadas e permanece, mesmo quando um dos parceiros apresenta sérias dificuldades mentais, é amor sólido. É um sentimento que está acima da aparência física e do que possa receber em troca. Um sentimento que está preocupado em doar-se e auxiliar a dificuldade do parceiro de jornada, nada aguardando em troca. Um exemplo para tantos que pensamos que o verdadeiro amor é feito de alegrias e juventude, beleza e reciprocidade. Com certeza, é maravilhoso tudo compartilhar nos verdes anos, quando a beleza impera e as energias se apresentam vigorosas. Quando se pode entrelaçar as mãos e sair a passeio; quando as frases de ternura são recíprocas e o carinho é partilhado. Contudo, quando o amor vence a invernia das dores e dos cabelos brancos, do depauperar das forças; quando o amor permanece, apesar das limitações físicas e do crepúsculo mental; quando o amor a tudo supera e continua forte, rijo, em manifestações seguras e permanentes... então, atingiu a excelência. Um amor assim é Deus manifestando-se através das Suas criaturas. É verdadeiro e inigualável amor. Um amor feito de criatividade, de arte, de engenhosidade íntima. 
Redação do Momento Espírita, com base em notícia colhida no site sonoticiaboa.com.br, de 18.3.2013. Em 20.5.2013.

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