Foto de Yoji Ookata |
Neste imenso mundo em que vivemos, muito ainda temos a descobrir das suas riquezas e belezas.
E, a cada dia, nos surpreendemos com as maravilhas que desconhecíamos.
Em 2015, Yoji Ookata, um fotógrafo japonês, mergulhando em Amami Oshima, ilha cercada pelo mar da China Oriental e o Oceano Pacífico, fez alguns registros fotográficos que o deixaram atônito.
Era algo fora do esperado. Eram ondulações em forma geométrica com quase sete metros de diâmetro, a cerca de vinte e quatro metros abaixo do nível do mar.
Ao serem mostradas as fotos, as hipóteses surgiram, de forma rápida, tentando explicar quem seria o autor do tal círculo do mistério, como logo foi denominado.
Não faltou quem pensasse em arte alienígena, em produto de antigos egípcios, etc.
A equipe da TV japonesa NHK foi chamada ao local, para uma documentação detalhada.
Qual não foi a surpresa ao descobrirem, durante a filmagem, que o extraordinário artista é um pequeno baiacu.
O minúsculo peixe, usando suas barbatanas, percorre a areia em um padrão cruzado e de forma rotativa para criar uma estrutura radialmente simétrica, com cerca de seis metros e meio de diâmetro.
A arte consiste de diversas arestas idênticas que se projetam de forma regular a partir do centro.
A perfeição é inacreditável e parece mesmo ter sido esculpida por um artista equipado com diversos tipos de ferramentas.
O peixinho ainda cata pequenas conchas para enfeitar o trabalho.
A impressão que se tem é que o baiacu tem o desenho delineado em sua cabeça e o vai executando, com precisão.
Na época da reprodução, o macho trabalha noite e dia, durante uma semana, nessa escultura, que objetiva atrair a fêmea.
Os sulcos na areia funcionam como um caminho para o centro do círculo, pois o fundo do mar é escuro.
Os biólogos acreditam que o centro desse ninho é um local pouco afetado pelas correntes, devido às arestas que desviam o fluxo d’água.
Isso protege os ovos e evita que sejam espalhados, ou fiquem vulneráveis aos predadores. Um verdadeiro e seguro lar.
As pequenas conchas, esteticamente dispostas, funcionam ainda como fontes de nutrientes para os filhotes, os alevinos, assim que saem do ovo.
* * *
O sentimento do belo não é exclusividade da espécie humana.
Sabemos que as aves fêmeas são atraídas pela beleza da plumagem dos machos, tanto quanto por seu canto melodioso.
No entanto, ante a beleza que se descobre, produto de um pequeno ser, como o baiacu, ou dos ninhos, elaborados de forma artística, é de nos perguntarmos: Quem ensinou tudo isso a esses animais?
Se admiramos a beleza de um quadro de Caravaggio, a perfeição numa escultura de Michelângelo, a criatividade de um Leonardo da Vinci, como conceber que ditos irracionais tenham sentimento estético tão apurado, perfeição geométrica e produzam belezas que nos maravilham?
Sim, como o poeta, devemos entender que as ondas do mar murmuram e os ventos captam a resposta:
Foi Deus, foi Deus, foi Deus...
Redação do Momento Espírita, com
base em documentário televisivo.
Em 6.3.2017.
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