terça-feira, 7 de março de 2017

QUEM FOI?

Foto de Yoji Ookata
Neste imenso mundo em que vivemos, muito ainda temos a descobrir das suas riquezas e belezas. E, a cada dia, nos surpreendemos com as maravilhas que desconhecíamos. Em 2015, Yoji Ookata, um fotógrafo japonês, mergulhando em Amami Oshima, ilha cercada pelo mar da China Oriental e o Oceano Pacífico, fez alguns registros fotográficos que o deixaram atônito. Era algo fora do esperado. Eram ondulações em forma geométrica com quase sete metros de diâmetro, a cerca de vinte e quatro metros abaixo do nível do mar. Ao serem mostradas as fotos, as hipóteses surgiram, de forma rápida, tentando explicar quem seria o autor do tal círculo do mistério, como logo foi denominado. Não faltou quem pensasse em arte alienígena, em produto de antigos egípcios, etc. A equipe da TV japonesa NHK foi chamada ao local, para uma documentação detalhada. Qual não foi a surpresa ao descobrirem, durante a filmagem, que o extraordinário artista é um pequeno baiacu. O minúsculo peixe, usando suas barbatanas, percorre a areia em um padrão cruzado e de forma rotativa para criar uma estrutura radialmente simétrica, com cerca de seis metros e meio de diâmetro. A arte consiste de diversas arestas idênticas que se projetam de forma regular a partir do centro. A perfeição é inacreditável e parece mesmo ter sido esculpida por um artista equipado com diversos tipos de ferramentas. O peixinho ainda cata pequenas conchas para enfeitar o trabalho. A impressão que se tem é que o baiacu tem o desenho delineado em sua cabeça e o vai executando, com precisão. Na época da reprodução, o macho trabalha noite e dia, durante uma semana, nessa escultura, que objetiva atrair a fêmea. Os sulcos na areia funcionam como um caminho para o centro do círculo, pois o fundo do mar é escuro. Os biólogos acreditam que o centro desse ninho é um local pouco afetado pelas correntes, devido às arestas que desviam o fluxo d’água. Isso protege os ovos e evita que sejam espalhados, ou fiquem vulneráveis aos predadores. Um verdadeiro e seguro lar. As pequenas conchas, esteticamente dispostas, funcionam ainda como fontes de nutrientes para os filhotes, os alevinos, assim que saem do ovo.
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O sentimento do belo não é exclusividade da espécie humana. Sabemos que as aves fêmeas são atraídas pela beleza da plumagem dos machos, tanto quanto por seu canto melodioso. No entanto, ante a beleza que se descobre, produto de um pequeno ser, como o baiacu, ou dos ninhos, elaborados de forma artística, é de nos perguntarmos: Quem ensinou tudo isso a esses animais? Se admiramos a beleza de um quadro de Caravaggio, a perfeição numa escultura de Michelângelo, a criatividade de um Leonardo da Vinci, como conceber que ditos irracionais tenham sentimento estético tão apurado, perfeição geométrica e produzam belezas que nos maravilham? Sim, como o poeta, devemos entender que as ondas do mar murmuram e os ventos captam a resposta: 
Foi Deus, foi Deus, foi Deus... 
Redação do Momento Espírita, com base em documentário televisivo. Em 6.3.2017.

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