O que se destaca é a construção da enorme arca, por um homem, de nome Noé.
Ele é descrito como de avançada idade, pai de três filhos.
O que ressalta no capítulo é exatamente essa arca.
Considerando-se as medidas apresentadas, no livro citado, podemos calcular que ela teria uns cento e cinquenta metros de comprimento, vinte e quatro de largura e quinze de altura.
Em nossos cálculos chegamos às dimensões aproximadas de sua área: mais de dez mil metros quadrados, somando-se os três andares.
Sua capacidade seria em torno de catorze toneladas, o que a coloca na categoria de um navio de grande porte.
O que ressalta de tudo isso, e que nos importa, é que Noé teve conhecimento prévio do grande dilúvio.
De imediato, iniciou a construção, obedecendo a todas as especificações recomendadas, para abrigar pessoas e animais, provisões e todo o necessário para a sobrevivência por largo período.
Especificações que se referiam também à segurança, porque a arca deveria enfrentar as águas, ficando, inclusive, uma parte submersa, como o casco de um navio.
Enfim, a arca significava enfrentar e sobreviver ao dilúvio.
Um detalhe importante:
Noé construiu a arca enquanto o tempo estava firme, não havia chuva nem tempestade.
Mergulhando nas descrições detalhadas, que antecederam ao cataclisma anunciado, podemos extrair lições para nossa vida.
Nascemos e atravessamos várias fases, em que vamos alicerçando conhecimento e experiências.
Vivemos na terra firme do lar, da escola, do estágio profissional, do primeiro emprego, da graduação.
Ouvimos falar de Deus, da Sua Providência, das leis morais, do bem proceder.
É o tempo que nos é dado para estruturarmos nossas forças, nossas energias.
É o tempo em que devemos ir construindo nossa arca para enfrentar os tsunamis da vida, que nos chegarão em algum momento.
As borrascas da perda de afetos, as tempestades das enfermidades dolorosas, que nos alcançarão.
Esse é o tempo em que devemos ir providenciando a madeira nobre das nossas virtudes para uma construção sólida, capaz de resistir às águas torrenciais das vicissitudes, de ordem material ou espiritual.
É o tempo em que iremos levantando as paredes seguras da nossa arca, paredes impermeáveis às calúnias, às traições, ao abandono de quem considerávamos amigos.
O tempo de providenciar o alimento espiritual que nos deverá sustentar nos longos dias de tempestade.
Dias em que nossos corações se apresentarão cobertos pelo gelo da ausência da presença dos nossos amores, sorvidos pelas ondas agressivas da enfermidade, da pandemia ou da violência.
Dias de construir nossa arca para vencermos os muitos tempos de nuvens borrascosas, de tempestades intermitentes, até que se anuncie a bonança, se amainem os ventos, baixem as águas e possamos retornar à terra firme da continuidade das nossas vidas.
Tempos de iniciar a construção da nossa arca.
Ainda hoje, enquanto brilha o sol das alegrias e os ventos das bem-aventuranças sopram leves.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita, com
base no cap. 6, do livro bíblico Gênesis.
Em 10.11.2022.
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