quinta-feira, 10 de novembro de 2022

INSPIRAÇÃO DO POETA

RENATO TEIXEIRA
e
ALMIR SATER
Conta-se que, num dia qualquer, o compositor Almir Sater estava em São Paulo para uma temporada. Em certo momento, desceu do seu apartamento para tomar um cafezinho num mercado ali perto. Encontrou um amigo, que o convidou para experimentar uma viola que acabara de comprar. Enquanto tomavam café, Almir dedilhou a viola e soltou a voz: 
-Ando devagar... ao que o amigo emendou... 
-Porque já tive pressa. 
Dizem que essa maravilha chamada Tocando em frente, ficou pronta em dez minutos. Um dia, alguém perguntou ao Almir como essa música fora feita e ele respondeu: 
-Ela estava pronta. Deus apenas esperou que eu e o Renato nos encontrássemos para mostrá-la para nós. 
Será verdade ou será mais uma dessas lendas que se inventam, a respeito de pessoas célebres e suas produções? 
Lenda ou verdade, não importa. 
O que sabemos é que a inspiração existe e disso entendem muito bem os gênios de todos os matizes. 
E a letra e música de Tocando em frente são uma joia rara.
Convidam-nos a parar em meio à correria, a viver com mais vagar, como a saborear cada momento. 
Também nos recordam que, na vida, lágrimas e sorrisos se sucedem.
Assim dizem os versos: 
Ando devagar porque já tive pressa. 
E levo esse sorriso, porque já chorei demais. 
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe... 
Eu só levo a certeza de que muito pouco eu sei, eu nada sei... 
Há tanto para aprender. 
E quantos cremos ser superiores por entendermos disso ou daquilo.
E, contudo, quem verdadeiramente se dedica a aprender, descobre que quanto mais aprende, mais há a ser pesquisado, descoberto.
Conhecer as manhas e as manhãs, o sabor das massas e das maçãs. 
O planeta Terra é o grande laboratório divino em que provamos a dor, a alegria. 
Em que nos extasiamos ante a manhã que se espreguiça e nos encantamos com a riqueza das pessoas. 
Cada uma com seu talento especial, sua forma de ser, de agir em nossas vidas. 
E, neste planeta de provas e expiações, com quantas delícias nos agracia Deus. 
Sabores de frutas, consistências inúmeras. 
É preciso tudo provar. 
Aprender a degustar, reconhecendo o sabor de cada fruta, do trigo transformado em pão, do grão triturado, moído, servido com aroma de café. 
Mas é preciso o amor pra poder pulsar, é preciso paz pra poder sorrir, continua cantando o inspirado poeta. 
Sim, o amor nos é imprescindível porque fomos criados e somos mantidos pelo amor de Deus, trazendo essa essência divina em nossa intimidade. 
E somente sorri, num mundo de tanta perversidade ainda, quem já descobriu o segredo da vida na Terra, que se chama oportunidade e progresso. 
Por isso, cada um de nós compõe a sua história. 
E cada ser em si, carrega o dom de ser capaz, de ser feliz. 
E, como todo mundo ama, todo mundo chora, não esqueçamos que um dia a gente chega, no outro vai embora. 
A vida é transitória. 
Aproveitemo-la, ao máximo, vivendo com a família, os amigos.
Produzindo na sociedade, deixando nossas marcas de luz para, como alguém já falou, quem venha atrás, possa dizer: 
-Por aqui passou um ser iluminado. Uma estrela... 
Redação do Momento Espírita. 
Em 9.6.2020.

Um comentário:

  1. Excelente publicação! O Almir Sater em entrevista no programa da Inesita, comentou que a acreditava ser uma psicografia.

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