sexta-feira, 13 de maio de 2016

CASAS MAL-ASSOMBRADAS

Haverá quem acredite em casas mal-assombradas? De um modo geral, se pensa que são contos das vovós para assustar crianças. Contos para espíritos fracos e crédulos, pensam muitos. Mas a história de casas mal-assombradas é tão velha quanto o mundo. Já se soube de casos em que se descobriu que os fatores que provocavam ruídos não passavam de artifícios usados para amedrontar os moradores, vingar uma injustiça, desacreditar uma casa para comprá-la barato ou simplesmente para rir às custas dos ingênuos. Em outros casos, os ruídos estranhos, aumentados pelo silêncio das noites e a imaginação excitada, demonstraram ser apenas animais domésticos em movimento: cães, gatos, ratos, morcegos ou o vento a estalar velhas traves, batendo portas e derrubando objetos. Mas nem todos os casos de assombração se podem enquadrar nessas explicações. É uma realidade a existência dos fantasmas que assombram algumas casas. Na Inglaterra, os fantasmas são atração turística, o que significa boa fonte de divisas. A Associação Britânica de Viagens divulga o Guia dos fantasmas britânicos. Os jornais anunciam casas para alugar, com fantasmas ou sem fantasmas. Consta existirem na Grã-Bretanha dez mil fantasmas, mais ou menos catalogados, três mil dos quais podem ser visitados nos locais que frequentam. A Torre de Londres é um viveiro superlotado desses esquisitos e transparentes seres, todos irmãos nossos, em tarefa regenerativa. Conta-se que até hoje o fantasma de Ana Bolena, a infeliz rainha e esposa de Henrique VIII, reside no palácio de Hampton Kurt, perto de Londres. Por que, é de nos perguntarmos, os Espíritos permanecem em certos lugares, onde viveram, trabalharam quando possuíam um corpo de carne? Alguns são somente Espíritos que se desejam divertir. Isso mesmo: se divertir às custas dos sustos alheios. Outros têm por objetivo vingança. Sabe-se do caso de um Espírito, que atormentava a casa de duas irmãs. Em certo momento disse que aquilo fazia para as castigar. Elas falavam muito mal do próximo e ele mesmo, quando encarnado, fora vítima das suas calúnias. De outras vezes, são Espíritos necessitados que desejam chamar a atenção para sua existência. Finalmente, existem os que permanecem fixados a certos lugares pelos dramas que ali viveram ou tarefas que desempenharam. É comum, ainda hoje, em castelos europeus, serem identificados Espíritos de soldados e oficiais nazistas a montarem guarda, a executarem ordens como se não tivessem perdido o corpo físico. Que desespero o de verem pessoas adentrarem salas e escritórios para bisbilhotar, como acreditam eles! O que, portanto, as pessoas chamam de fantasmas são Espíritos, as almas dos homens que morreram e não se deram conta ou permanecem vinculados às coisas da Terra. O remédio para eles é a prece. Alfred de Musset dizia que a prece é um grito de esperança. Orar, assim, em benefício daqueles que, libertos da carne, ainda se conservam ligados ao ambiente terreno em que viveram e cometeram crimes, desatinos, é um ato de caridade. Pensemos nisso e exercitemos essa prática. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap.2 do livro As casas mal-assombradas, de Camille Flammarion, ed. FEB e na pág. 26 da revista Presença espírita, nº 18, ed. LEAL. Em 30.9.2013.

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