domingo, 8 de maio de 2016

CASAMENTO E AMOR

DIVALDO PEREIRA FRANCO
E
JOANA DE ÂNGELIS
Quis Deus que os seres se unissem não só pelos laços da carne, mas também pelos da alma, a fim de que a afeição mútua dos esposos se lhes transmitisse aos filhos e que fossem dois, e não um somente, a amá-los, a cuidar deles e fazê-los progredir. 
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O sentimento mais elevado que o ser humano possui dentro de si é o amor e várias são as formas pelas quais ele se expressa. Manifesta-se nas relações fraternas, filiais, paternais e maternais. Entre amigos e companheiros de lutas, em doação ao próximo e no respeito à natureza. Uma das facetas desse estado afetivo leva as pessoas ao casamento formal ou informal, onde se inicia a construção de uma nova família. O matrimônio é uma instituição humana que, em alguns períodos da História, serviu para atender aos interesses familiares, sem qualquer consideração pela disposição emocional das pessoas envolvidas. Felizmente, isso mudou e as uniões hoje são motivadas pela afeição existente entre os cônjuges, que se esforçam juntos para alcançar o equilíbrio e a felicidade. Busca-se uma união enraizada em sentimentos elevados, que funde os seres uns aos outros, sem lhes inibir as identidades. A convivência inicialmente do casal e depois com seus filhos, traz oportunidade de exercitar tolerância, compreensão, renúncia e doação. Nesse exercício diário, onde buscamos nos ajustar, vamos aos poucos dissolvendo o egoísmo que ainda carregamos. À medida que fortalecemos o afeto no seio doméstico, nos tornamos capazes de ampliar esse sentimento para o mundo. Devemos procurar transformar os laços consanguíneos em laços espirituais e com isso integrar nossa família ao contexto da família universal. Dessa forma, estaremos colaborando com Deus em Sua obra. Importante não se criar a ilusão de um casamento perfeito, pois no estágio evolutivo em que nos encontramos na Terra, carregamos ainda muitas imperfeições. Frente aos aborrecimentos que possam surgir, o melhor recurso sempre será o diálogo sincero, que buscará soluções e não permitirá que as indisposições se transformem em mágoas e afastem os membros da família. O casamento estará próximo de ser perfeito se com ele alcançarmos os objetivos de ampliar o amor, superar as dificuldades pessoais, crescer espiritualmente e nos mantivermos no caminho para Deus. Valorizemos essa nobre instituição social, onde temos a chance de alcançar grandes progressos, mesmo que com dificuldades e frustrações. Enquanto viceje o amor, portanto, as uniões permanecerão. Isso não equivale a dizer que, ante quaisquer diminuições da afetividade, logo se pense em separação, tendo-se em vista que o emocional experimenta alterações constantes, produzindo estados de desinteresses, de conflitos, de inquietações, que deverão primeiro, ser superados, antes que ampliados por decisões, certamente infelizes. O matrimônio é um compromisso sério, que deverá sempre ser resultado de seguro amadurecimento, precedido de reflexão profunda e dever emocional para si e para com o próximo, a fim de que sejam os dois seres uma só carne. 
Redação do Momento Espírita, com transcrição do item 3, do cap. XXII, de O evangelho segundo o espiritismo, de Allan Kardec, ed. Feb e parágrafos finais do cap. Matrimônio e amor, do livro Jesus e o Evangelho à luz da psicologia profunda, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal. Em 20.3.2013.

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