A grande maioria dos homens desconhece a si próprio.
Julga e culpa os demais, por tudo o que lhes acontece.
Nem Deus se livra dos vis julgamentos.
É comum os que são orgulhosos atribuírem à fatalidade e a Deus, as desditas que lhes sobrevêm na vida.
Mas, o mais certo seria se todos os que sofrem desgostos e dificuldades, vasculhassem os próprios atos.
Possivelmente encontrariam aí a causa das muitas desditas que os ferem.
Nem haveria necessidade de remontar a existências passadas para explicar o sofrimento atual.
* * *
Onofre contava com apenas dezessete anos, quando engravidou Marlene.
Quando soube que seria pai, simplesmente deixou a cidade para não voltar mais.
Dona Dora, sua mãe, que era doente e dependia de sua ajuda para sobreviver, ficou ao desamparo.
Passados alguns anos, ele pensou em construir seu lar. Casou-se, mas não teve a ventura de ser pai.
Onofre se fazia de vítima, culpava a companheira pela sua infelicidade.
Começou a beber, de desgosto, dizia.
Com o tempo deixou de voltar para o lar. Vivia na rua.
A esposa optou por mudar de cidade, dedicar-se a uma atividade profissional e cuidar da própria vida.
Vinte anos se passaram.
Recolhido a um asilo de idosos, Onofre, enfermo, continuava reclamando da sorte.
Deus não me ama. Deus me despreza.
E enumerava o que dizia serem as suas desgraças: Deus não lhe permitira ser pai. Se tivesse um filho, ele o atenderia na sua velhice e enfermidade.
Não tinha mãe, nem mulher, nem amigos com quem contar.
Estava abandonado e desprezado por todos.
O que estou passando é a pior fatalidade para um homem. – Dizia. - Deve ser castigo divino. Deus está me punindo por algo que fiz em uma outra vida. Devo ter errado muito num passado distante.
* * *
A nossa estadia na Terra é um sagrado presente que Deus nos concede, para crescermos em sabedoria e amor.
Por essa razão, a vida é uma grande escola, na qual somos matriculados ao nascer e onde todas as ocorrências que nos surgem são lições indispensáveis para nosso crescimento.
Portanto, se tudo na vida nos põe à frente de uma lição, de uma prova, ou de uma expiação, é preciso concluir que toda lição útil precisa ser experienciada devidamente, reprisada, até aprendermos.
Dessa forma, as provas servem para testificar se realmente assimilamos a lição.
A expiação representa a repetição da lição para correção da tarefa equivocada ou mal executada.
Como um aluno no colégio, se assimilamos o conteúdo do ano letivo, passamos para o ciclo seguinte.
Se não aprendemos, reprovamos.
Frente à vida, todo o compromisso que provocamos é responsabilidade nossa.
Todo abandono cometido, com aqueles que confiaram em nós, é débito espalhado.
Todo vício praticado é prejuízo que causamos a nós mesmos.
Toda vitimização que encenamos é atraso na caminhada.
Deus nos dá o livre-arbítrio para escolhermos o que desejamos.
Nossa consciência é quem nos ajuiza.
E, de nossas vidas, somos nós os construtores.
Por tudo isso, saibamos valorizar as oportunidades.
Redação do Momento Espírita.
Em 28.11.2015.
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