quinta-feira, 19 de maio de 2016

CASTIGO OU ESCOLHA?

A grande maioria dos homens desconhece a si próprio. Julga e culpa os demais, por tudo o que lhes acontece. Nem Deus se livra dos vis julgamentos. É comum os que são orgulhosos atribuírem à fatalidade e a Deus, as desditas que lhes sobrevêm na vida. Mas, o mais certo seria se todos os que sofrem desgostos e dificuldades, vasculhassem os próprios atos. Possivelmente encontrariam aí a causa das muitas desditas que os ferem. Nem haveria necessidade de remontar a existências passadas para explicar o sofrimento atual. 
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Onofre contava com apenas dezessete anos, quando engravidou Marlene. Quando soube que seria pai, simplesmente deixou a cidade para não voltar mais. Dona Dora, sua mãe, que era doente e dependia de sua ajuda para sobreviver, ficou ao desamparo. Passados alguns anos, ele pensou em construir seu lar. Casou-se, mas não teve a ventura de ser pai. Onofre se fazia de vítima, culpava a companheira pela sua infelicidade. Começou a beber, de desgosto, dizia. Com o tempo deixou de voltar para o lar. Vivia na rua. A esposa optou por mudar de cidade, dedicar-se a uma atividade profissional e cuidar da própria vida. Vinte anos se passaram. Recolhido a um asilo de idosos, Onofre, enfermo, continuava reclamando da sorte. Deus não me ama. Deus me despreza. E enumerava o que dizia serem as suas desgraças: Deus não lhe permitira ser pai. Se tivesse um filho, ele o atenderia na sua velhice e enfermidade. Não tinha mãe, nem mulher, nem amigos com quem contar. Estava abandonado e desprezado por todos. O que estou passando é a pior fatalidade para um homem. – Dizia. - Deve ser castigo divino. Deus está me punindo por algo que fiz em uma outra vida. Devo ter errado muito num passado distante.
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A nossa estadia na Terra é um sagrado presente que Deus nos concede, para crescermos em sabedoria e amor. Por essa razão, a vida é uma grande escola, na qual somos matriculados ao nascer e onde todas as ocorrências que nos surgem são lições indispensáveis para nosso crescimento. Portanto, se tudo na vida nos põe à frente de uma lição, de uma prova, ou de uma expiação, é preciso concluir que toda lição útil precisa ser experienciada devidamente, reprisada, até aprendermos. Dessa forma, as provas servem para testificar se realmente assimilamos a lição. A expiação representa a repetição da lição para correção da tarefa equivocada ou mal executada. Como um aluno no colégio, se assimilamos o conteúdo do ano letivo, passamos para o ciclo seguinte. Se não aprendemos, reprovamos. Frente à vida, todo o compromisso que provocamos é responsabilidade nossa. Todo abandono cometido, com aqueles que confiaram em nós, é débito espalhado. Todo vício praticado é prejuízo que causamos a nós mesmos. Toda vitimização que encenamos é atraso na caminhada. Deus nos dá o livre-arbítrio para escolhermos o que desejamos. Nossa consciência é quem nos ajuiza. E, de nossas vidas, somos nós os construtores. Por tudo isso, saibamos valorizar as oportunidades. 
Redação do Momento Espírita. Em 28.11.2015.

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