terça-feira, 17 de maio de 2016

CASTELOS DE AREIA

Sol a pino. Maresia. Ondas ritmadas. Na praia, está um menino. Ajoelhado, ele cava a areia com uma pá de plástico e a joga dentro de um balde vermelho. Em seguida, vira o balde sobre a superfície e o levanta. Encantado, o pequeno arquiteto vê surgir diante de si um castelo de areia. Ele continuará a trabalhar a tarde inteira. Cavando os fossos. Modelando as paredes. As rolhas de garrafa serão as sentinelas. Os palitos de sorvete serão as pontes. E um castelo de areia será construído.
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Cidade grande. Ruas movimentadas. Ronco dos motores dos automóveis. Um homem está no escritório. Em sua escrivaninha, ele organiza pilhas de papéis e distribui tarefas. Coloca o fone ao ouvido e faz uma chamada. Como num passe de mágica, contratos são assinados e, para grande felicidade do homem, são fechados grandes negócios. Ele trabalhará a vida inteira. Formulando planos. Prevendo o futuro. As rendas anuais serão as sentinelas. Os ganhos de capital serão as pontes. Um império será construído. Dois construtores de dois castelos. Ambos têm muita coisa em comum: fazem grandezas com pequeninos grãos... Constroem algo do nada. São diligentes e determinados. E, para ambos, a maré subirá, e tudo terminará. Contudo, é nesse ponto que as semelhanças terminam. Porque o menino vê o fim, ao passo que o homem o ignora. Observe o menino na hora do crepúsculo. Quando as ondas se aproximam, o menino sábio pula e bate palmas. Não há tristeza. Nem medo. Nem arrependimento. Ele sabia que isso aconteceria. Não se surpreende. E, quando a enorme onda bate em seu castelo e sua obra-prima é arrastada para o mar, ele sorri... Sorri, recolhe a pá, o balde, segura a mão do pai e vai para casa. O adulto, contudo, não é tão sábio assim. Quando a onda dos anos desmorona seu castelo, ele se atemoriza... Cerca seu monumento de areia, a fim de protegê-lo. Tenta impedir que as ondas alcancem as paredes. Encharcado de água salgada e tremendo de frio, ele resmunga para a próxima onda. É o meu castelo, diz em tom de afronta. O mar não precisa responder. Ambos sabem a quem a areia pertence... Talvez você não saiba muito sobre castelos de areia. Mas as crianças sabem. Observe-as e aprenda. Vá em frente e construa, mas construa com o coração de uma criança. Quando chegar a hora do pôr-do-sol e a maré levar tudo embora, aplauda. Aplauda o processo da vida, segure a mão do Pai e vá para casa.
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A vida tem sua dinâmica própria, e obedece a Leis transcendentes, que nem sempre conseguimos compreender totalmente... Mas o certo é que a roda da vida gira e nos oferece lições importantes para serem apreendidas e vividas. Resta-nos conhecer e confiar. Observar e aprender. Por isso, vá em frente e construa, mas construa com o coração de uma criança. E quando chegar a hora do pôr-do-sol e a maré levar tudo embora, aplauda. Aplauda o processo da vida, segure a mão do Pai e vá para casa. 
Redação do Momento Espírita, com base em texto homônimo, de Max Lucado, do livro Histórias para aquecer o coração 2, organizado por Alice Gray, ed. United Press. Em 06.02.2008.

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