SÃO PAULO E BARNABÉ |
Um dia, a noite os surpreendeu a caminho e eles resolveram se acolher em uma gruta.
A temperatura estava bastante fria e eles não tinham sequer agasalhos suficientes.
Também sentiam fome, porque há muito não tinham mais provisões.
Animados, contudo, pela fé que os movia, a enfrentar grandes distâncias para levar a mensagem de Jesus, sentaram-se lado a lado e começaram a conversar.
Falaram das suas experiências, de como as suas vidas haviam tomado um rumo totalmente diferente desde que haviam conhecido a mensagem de Jesus.
Inflamados pelo ideal cristão, discorreram sobre o grande tesouro que possuíam e que deveria ser preservado a qualquer custo.
Animados com a conversa, não perceberam que malfeitores, igualmente buscando abrigo na noite fria, os observavam na entrada da gruta, atentos às suas falas.
Em determinado momento, empunhando armas, acercaram-se dos dois servidores de Jesus e exigiram, com rispidez, que eles entregassem o tesouro que traziam.
Por terem aprendido com Jesus que não se deve reagir ao mal, os dois apóstolos se olharam um pouco assustados, a princípio.
Mas, em seguida, colocando a mão por dentro das dobras do manto, Paulo retirou um pergaminho muito bem guardado e entregou ao que parecia ser o chefe do bando.
Pensando que aqueles papéis poderiam ser transformados em moedas, logo adiante, o chefe deu ordem a que seu bando se retirasse.
Paulo e Barnabé, assim que os salteadores se foram, abraçaram-se, agradecendo a Deus pela proteção Divina, que lhes resguardou as vidas.
E o comentário final do apóstolo Paulo foi:
-Espero que eles façam bom uso do pergaminho. Era o nosso maior tesouro.
Paulo se referia às primeiras anotações de Levi, que mais tarde tomaria o nome de Mateus e divulgaria suas notas como o Evangelho, a Boa Nova.
Eram preciosas, pois era o único documento que aqueles idealistas possuíam com alguns ditos e feitos do Senhor Jesus.
Liam com profundo respeito as notas e estudavam com carinho e atenção cada ensinamento ali contido, buscando memorizá-los para suas pregações futuras.
Os ladrões roubaram um grande tesouro.
Não lhes representaria ouro, prata ou jóias, com certeza.
Mas era o mapa do grande tesouro que conduz o ser ao Reino dos Céus.
* * *
O evangelista Mateus lançou seu Evangelho ao mundo no ano 42 ou 48, em língua hebraica.
Até então, o que havia eram anotações que ele fizera e que eram copiadas e recopiadas, com extremo cuidado, pelos primeiros seguidores de Jesus.
Nos tempos do Cristianismo nascente, as pessoas procuravam ouvir com grande interesse aqueles que haviam convivido com Jesus.
Eles eram o arquivo vivo das memórias, das recordações.
Foi assim, entrevistando os que haviam estado com Jesus que Lucas, o quarto evangelista, escreveu o seu Evangelho.
Redação do Momento Espírita
Em 10.06.2009.
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