domingo, 3 de novembro de 2024

ONDE ESTÃO NOSSOS AMORES?

Quando as sombras da morte arrebatam nossos amores, um punhal se crava em nosso coração. 
A dor moral é tamanha, a sensação de perda é tão grande que o corpo inteiro se retesa e sente dores. 
À medida que os dias se sucedem e as horas avançam, tristonhas, acumulando dias, a ausência da presença amada mais se faz dolorida. 
Então, revolvemos nossas lembranças e no banco de dados da nossa memória, vamos recordar dos momentos felizes que juntos desfrutamos. 
Recordamos das viagens, das pequenas coisas do dia a dia, dos aniversários, das tolices. 
E até das rusgas, dos pequenos embates verbais que, por convivermos tão próximos, aconteceram, ao longo dos anos.
Se o ser amado é um filho, ficamos a rememorar os primeiros passos, as palavras iniciais, os balbucios. 
E a noite da saudade vai se povoando de cenas que tornamos a viver e a sentir. 
Recordamos o dia da formatura, as festas com os amigos, as ansiedades antes das entrevistas do primeiro emprego.
Tantas coisas a rememorar... 
Acionamos as nossas recordações e, como um filme, as cenas vão ali se sucedendo, uma a uma, enquanto a vertente das lágrimas extravasa dos nossos olhos. 
Se se trata do cônjuge, vêm-nos à lembrança os dias do namoro, os tantos beijos roubados aqui e ali, as mãos entrelaçadas, os mil gestos da intimidade... 
Na tela mental, refazemos passos, atitudes, momentos de alegria e de tristeza, juntos vividos e vencidos. 
Pais, irmãos, amigos, colegas. 
A cada partida, na estatística de nossa saudade, acrescentamos mais um item. 
E tudo nos parece difícil, pesado. 
A vida se torna mais complexa sem aqueles que amamos e que se constituíam na alegria de nossos dias. 
Vestimo-nos de tristeza e desaceleramos o passo da própria existência. 
Como encontrar motivação para a continuidade das lutas, se o amor partiu? 
Como prosseguir caminhando pelas vias da solidão e da saudade? 
* * * 
Nossos amores vivem e nos veem, nos visitam. Não estão mortos, apenas retiraram a vestimenta a que nos habituáramos a vê-los. 
Substituíram as vestes pesadas por outras diáfanas, vaporosas. 
Mas continuam conosco. 
Por isso, não contribuamos para a sua tristeza, ficando tristes.
Eles, que nos amaram, continuam a nos amar com a mesma intensidade e nos desejam felizes. 
Por isso nos visitam nas asas do sonho, enquanto o sono nos recupera as forças físicas. 
Por isso nos abraçam nos dias festivos. 
Transmitem-nos a sua ternura, com seus beijos de amor. 
Sim, eles nos visitam. 
Eles nos acompanham a trajetória e certamente sofrem com nossa inconformação, nosso desespero. 
Eles estão libertos da carne porque já cumpriram a parte que lhes estava destinada na Terra: crianças, jovens, adultos ou idosos. 
Cada qual tem seu tempo, determinado pelas sábias leis divinas. 
* * * 
Quando as dores da ausência se fizerem mais intensas, ora e pede a Deus por ti e por teus amores que partiram. 
E Deus, que é o amor por excelência, te permitirá o reencontro pelos fios do pensamento, pelas filigranas da prece, na intimidade da tua mente e do teu coração. 
Utiliza essa possibilidade e vive os anos que ainda te faltam, com nobreza, sobre a Terra. 
Redação do Momento Espírita. Disponível no CD Momento Espírita, v. 14, ed. FEP. 
Em 2.11.2024

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