DIVALDO PEREIRA FRANCO |
Ou liberá-los de alguma limitação física.
Diga-se, questionamentos que nos falam da sabedoria desse Mestre, Modelo e Guia, muito adiante do Seu tempo.
Profundo conhecedor do psiquismo humano.
Ao cego que clama por misericórdia, ao ouvi-lO passar, Ele indaga:
-Que queres que eu te faça?
Os que estão próximos e ouvem a pergunta, dizem para si mesmos:
-Não é óbvio o que quer o pobre cego que vive à margem da sociedade, esmolando? Ele quer ver, quer ter ativo o dom da visão.
Entretanto, no processo da cura, é imperioso que a pessoa queira verdadeiramente o restabelecimento da saúde.
O querer, em profundidade, sem reservas, altera completamente o quadro psicofísico do indivíduo, auxiliando o organismo na restauração dos seus equipamentos danificados.
A doença é um estado de desarmonia do Espírito, que se exterioriza no físico.
Dessa maneira, querer é se decidir a alterar seu estado, a mudar.
Para quem recebe o terrível diagnóstico da enfermidade que lhe agride a maquinaria física, principia na mudança de hábitos.
O querer assinala uma disposição nova, o abandonar o que causa o distúrbio que se apresenta na emoção, na mente e no corpo.
Por isso, escreve o Evangelista Marcos que o cego responde:
-Que eu veja, senhor.
E a resposta de Jesus é decisiva:
-Vai, a tua fé te salvou.
Em outros momentos, depois da resposta à primeira indagação, estabelece uma segunda.
No caso dos dois cegos que O seguem até a casa na qual Jesus adentra, pergunta:
-Credes que eu seja capaz de vos curar?
Igualmente parece óbvia a resposta.
Se eles O seguiram, insistindo pela cura, guardavam a certeza de que Ele poderia processá-la.
Mas Jesus aguarda.
E somente depois da resposta positiva de ambos, Ele lhes toca os olhos e conclui:
-Seja feito conforme credes.
O crer é uma decisão grave, de maturidade emocional e humana.
Quando se quer acreditar, sem dúvida, no êxito, é o passo decisivo para alcançar o que se almeja.
Em termos de restabelecimento da saúde, observamos pacientes que buscam a cirurgia, a terapia, o medicamento, enquanto em sua mente assinalam:
-Sei que não vai adiantar nada. Vou fazer porque minha família quer.
E, como é de se esperar, dificilmente conseguem melhorias.
A enfermidade faz morada em seus corpos.
Isso porque a mente da criatura agasalha o estado mórbido.
Querer e crer conduzem à luta, mediante a decisão de alcançar o campo do êxito.
No episódio do paralítico descido pelo telhado e posto ao lado de Jesus, está demonstrada a vontade de voltar a andar, de reaver a mobilidade do corpo.
De tornar a viver, com liberdade.
Para isso, Ele pedira auxílio a amigos para que o conduzissem.
Não se importou com o desconforto ou com o aumento das dores ao ser transportado em uma simples maca, quiçá improvisada.
Ele queria ser curado.
E conseguiu.
Pensemos nisso: querer e crer são essenciais para o restabelecimento físico e psíquico do candidato à cura.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. Jesus e sofrimentos,
do livro Jesus e atualidade, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia
de Divaldo Pereira Franco, ed. Pensamento.
Em 05.11.2024
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