Na conhecida parábola dos talentos, nos é dado a conhecer o que ocorre aos servidores que, recebendo bens do seu senhor, não se servem deles de forma adequada.
Exalta-se a criatividade daquele que devolve duplicado aquilo que lhe fora confiado.
Por causa disso, o senhor o recompensa com outros benefícios.
É de nos perguntarmos:
-E quando dilapidamos totalmente o que recebemos? Quando jogamos fora os valores recebidos como se nada representassem?
É comum observarmos grandes fortunas desaparecerem quando transferidas a herdeiros não habituados à boa administração.
É possível que digamos para nós mesmos:
-Se eu ganhasse uma herança dessas, viveria bem os meus dias, usufruiria cada centavo, com cuidado para que não viesse a me faltar.
Faria investimentos bancários, imobiliários, o que mais seguramente rendesse.
No entanto, já nos demos conta de como dilapidamos, diariamente, o imenso tesouro do nosso planeta?
A Criatividade Divina esculpiu, durante milênios, rochas duras, oferecendo-lhes contornos que nos tiram o fôlego pelos detalhes, pela ousadia.
Escarpas apontando para os céus, como se fossem imponentes agulhas desejando alcançar o infinito.
Cortes abruptos de pedras despencando nas profundezas dos mares.
Paisagens literalmente extraordinárias.
E o que fazemos com isso?
Produzimos armas potentes de destruição e lançamos bombas, mísseis para detonar toda essa beleza.
Destruição em segundos de um trabalho minucioso e milenar.
O Divino Pai escavou veios na terra, fez brotar um pequeno olho d´água que se avoluma e viaja pelas montanhas, pelas florestas, pelos vales, em graciosos volteios.
Aqui, um simples filete que cai de uma altura que nos deixa tontos somente de olhar.
Ali, uma cascata, ruidosa, se lança cantando.
Que fazemos nós?
A pouco e pouco, tornamos a água límpida, filtrada cuidadosamente pelos recursos engendrados pelo Pai, em mares de sangue de nossos irmãos, nas batalhas inglórias.
Ou a contaminamos com produtos químicos que a tornam inviável para o consumo dos seres vivos.
À semeadura abundante de espécies nativas, de madeira preciosa, árvores generosas que demoraram anos, até séculos para crescerem, mostrando sua copa viçosa, respondemos com máquinas destruidoras, em nome da ambição.
Bens, herança de um Pai que não precisa morrer para nos oferecer Seu legado.
Simplesmente preparou tudo com muita antecedência, antes de nos dispor sobre o lar Terra.
Talentos que destruímos.
Qual será nossa sentença?
As diferenças climáticas, a falta d’água, as enchentes logo adiante.
Escassez, searas destruídas.
Pensemos: se destruímos os bens que nos são ofertados, não estamos nos candidatando para recebermos exatamente a sentença dos servidores imprevidentes?
O que não temos mais, nos será retirado em totalidade.
Pensemos a respeito.
Que estamos fazendo dos milhões de árvores, dos milhões de litros de água limpa, das fontes generosas, dos mares exuberantes?
E, sobretudo, que estamos fazendo da vida dos nossos irmãos?
Redação do Momento Espírita
Em 11.11.2024
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