domingo, 3 de setembro de 2023

UMA LEMBRANÇA PERFUMADA

Quem conta a história é uma jovem que, no intuito de auxiliar a sogra, foi até a página de uma determinada marca de cosméticos e escreveu: 
-Fui à casa de minha sogra com uma missão que partiu meu coração: levar os pertences de meu cunhado, morto no dia 4 de março, levado pela COVID. Cheguei em sua casa amarela, florida, cheirosa e vi dona Wanda muito triste. Ela chorava, enquanto segurava um vidro, que tinha um mínimo de perfume no seu interior. Eu sabia que a partida do filho destroçara aquele coração de mãe. Dona Wanda disse que aquele frasco de perfume era seu maior tesouro. E confessou:
- "Esse perfume era o favorito de Alexandre. Eu só o usava quando ele vinha me visitar porque ele dizia que esse perfume tinha cheiro de mãe." 
O intuito da nora era comprar um ou mais vidros do tal perfume: Annete. No entanto, descobriu que ele não era mais fabricado, motivo pelo qual se dispôs a escrever para a empresa, perguntando se não poderia, quem sabe, fazer uma edição limitada. O que recebeu como resposta, endereçada para a sua sogra foi inusitada.
Uma carta escrita de próprio punho do fundador da empresa. Em síntese, dizia ter tomado conhecimento do significado do perfume para ela. Informava que, com o apoio da equipe, seriam fabricadas algumas unidades especialmente para o seu coração de mãe. Finalmente, falava da importância do perfume para si mesmo. Ele fora criado por ocasião do nascimento da sua primeira filha, Annete. 
* * * 
Um perfume conectando duas vidas. 
Um celebra a vida que vem para a Terra. 
A outra recorda quem partiu para a vida espiritual. 
Para cada um, no entanto, o mesmo significado: amor. 
Amor de pai, amor de mãe. 
Louve-se o empresário que entendeu o coração materno, esfacelado pela ausência do filho e providencia algo que possa amenizar a dor da sua saudade. 
Ou eternizar uma perfumada lembrança. 
Isso se chama empatia. 
Sentir a emoção do outro, o sentimento que lhe vai na alma e não discutir se é bom ou ruim. 
Simplesmente reconfortar um coração de mãe que poderá utilizar o perfume, muitas vezes, para lembrar as doces carícias do filho. 
Afinal, cada qual tem sua própria forma de lembrar, de recordar. 
* * * 
Possivelmente, os que temos a certeza da vida após a vida, estejamos a pensar que não precisamos de perfume ou coisa alguma para lembrar a quem amamos e se foi. 
No entanto, nesses tempos de tanta dor, quando a pandemia ceifa vidas, sem piedade, deixando mães e esposas em luto, filhos órfãos, o que importa é a compaixão. 
Compaixão para quem sofre a ausência, para quem tem dificuldades para se adaptar à nova realidade. 
Por isso, lembremos de orar por essas criaturas, enviemos a elas o frescor das rosas e dos lírios da nossa oração, desejando que se sintam envolvidas pelas benesses espirituais. 
Vibremos pela paz, pela serenidade desses que sofrem o decepar das suas esperanças de ter o filho querido nos braços, ou o esposo, o irmão, alguém amado. 
Para todos os corações sofridos, desejemos que o Celeste Jardineiro os envolva no doce perfume da sua paz, amenizando-lhes as dores das ausências físicas. 
Oremos. 
Redação do Momento Espírita, com base em dados da revistaglamour.globo.com. 
Em 16.07.2021.

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