sexta-feira, 15 de setembro de 2023

AS AGRESSÕES DO MUNDO

DIVALDO PEREIRA FRANCO
Sempre importante lembrar como Jesus se posicionou perante as agressões do mundo.
Apresentou a proposta de oferecer uma outra face. 
Não a face da aceitação ou da indiferença, diante das ofensas, mas a face oposta à da violência, a face do bem. 
E o bem é inteligente. 
Ele busca entender o que está por trás de uma alma que está fora de si. 
Ele entende que ali há um claro desequilíbrio, algo fora do lugar. 
Devolver o mal com mal resolveria o desequilíbrio? 
A razão nos diz que não. 
Então, como colocar algo que está numa situação extrema, no devido lugar de balanço, de equilíbrio?
Atuando no lado oposto, na outra face, no lado do amor. 
Não se cura um doente ou uma doença atirando mais veneno no paciente. 
O que cura um doente? 
O que pode curar os doentes da alma? 
A tranquilidade do agredido é um choque para o agressor, uma primeira fase do tratamento. 
Quando o ódio não encontra vibração similar, não encontra sintonia, se desestabiliza. 
A humildade da vítima também é poderoso antídoto. 
A calma, a compaixão, um gesto de bondade inesperado pode, muitas vezes, desarmar um ataque vigoroso. 
Não permitamos que o mal se alastre. 
Ele é temporário mesmo naquele que parece um inimigo mais determinado. 
Sem o mal o consumindo por dentro, ele é como nós mesmos.
Por vezes, uma joia escondida em meio à revolta e ao sofrimento. 
Combatamos o mal. 
Jamais uns aos outros. 
* * * 
Qualquer pessoa somente nos conseguirá magoar, se aceitarmos a ofensa. 
Quando calúnias são levantadas para nos desmoralizar, não nos perturbemos. 
Prossigamos em nossa jornada, alheios às mentiras de quem está mal consigo mesmo. 
Se um amigo de longa data desiste da nossa companhia, criando acusações injustas, de consciência tranquila, continuemos com aqueles que nos reconhecem a integridade moral. 
Se a perversidade ou a maldade nos criam embaraços, conscientes de nossa honra, prossigamos nossa vida. 
Se estivermos a braços com inimigos ferrenhos, mas não revidarmos o mal que eles nos desejam, conseguiremos expressiva vitória em nossa marcha de crescimento. 
Quando a zombaria e o desrespeito tentarem nos atingir, se considerarmos que são gerados pelo despeito e outros sentimentos inferiores, a nossa postura será de vencedor. 
Em síntese, nunca tomemos para nós as agressões dos outros, quaisquer que sejam. 
A grande maioria dos indivíduos vê o seu próximo mediante a projeção dos próprios conflitos, e nem sequer dá-se conta da insensatez que a domina. 
É fácil identificar nos outros ou transferir os desequilíbrios e loucuras, raramente os tesouros das virtudes que escasseiam.
Mantenhamo-nos em paz, não nos considerando tão importantes, para sermos motivo da agressão e da maldade dos outros. 
Na sociedade de homens ainda tão imperfeitos, encontraremos opositores e vítimas. 
Sejamos os portadores da tranquilidade de consciência a serviço do bem. 
Procedendo dessa forma, o mal dos outros nunca nos fará mal. 
No entanto, tenhamos certeza de que o nosso bem fará muito bem a todos. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 4, do livro Diretrizes para uma vida feliz, pelo Espírito Marco Prisco, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL. 
Em 15.9.2023

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