quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

ANTES QUE SEJA TARDE

DIVALDO FRANCO
E
JONNA DE ÂNGELIS
É bastante comum pessoas, no leito de morte, desejarem aliviar a consciência. 
Fazem confissões apressadas de erros passados, pedindo e esperando perdão. 
Acreditam que, por estarem partindo, tudo será perdoado e esquecido. 
Não é verdade. 
Em algumas circunstâncias, revelações das faltas cometidas deixam, nos corações dos que ficam na Terra, muita mágoa e azedume.
Mágoa e azedume que, como vibrações negativas, chegarão ao Espírito liberto, perturbando-o, na vida espiritual. 
Outros, antevendo a proximidade da morte, apresentam suas últimas vontades. 
Dessa forma, os que os assistem nessa hora final, ficam constrangidos a executá-las, gerando-lhes, por vezes, muitos incômodos. 
Moribundos há que desejam falar, mas não dispõem de voz, debatendo-se em aflição. 
Por tudo isso, pensa e age de forma diversa. 
Se sabes que um dia a morte te arrebatará o corpo, providencia já o que acredites necessário. 
Não faças, nem alimentes inimigos. 
Perdoa sempre. 
Desfaz, quanto antes, o mal-entendido, para que, depois da morte, não venhas a te perturbar, por causa de remorsos, que serão tardios.
Se desejas presentear alguém com o que te pertença, ou almejes adquirir, providencia de imediato. 
Não aguardes o tempo futuro. 
Ele poderá não te chegar. 
Faz testamento, regulariza a doação. 
Executa tua vontade, agora. 
Se pensas em reparar erros do ontem, toma logo a atitude. 
Não relegues a outrem o acerto dos teus desatinos. 
E, para que não te arrependas, depois da partida, não economizes palavras e gestos aos teus amores. 
Acarinha, abraça, beija. 
Após o desenlace, poderás desejar o retorno para dar recados e falar do amor que nunca expressastes na Terra. 
Poderá ocorrer que a Divindade não te permita. 
Ou que não tenhas as condições para a manifestação. 
Ou não encontres a quem falar e dizer. 
Por ora, podes falar e agir. 
Faze-o. 
Depois da morte, precisarás contar com quem te interprete o pensamento, quem te deseje ouvir, te sintonize. 
E lembra que se não semeares afeições e simpatias, enquanto no trânsito carnal, não terás frutos a recolher na Espiritualidade. 
Nem quem te recorde no mundo. 
Se almejas fazer o bem, servindo à comunidade, prestando serviço voluntário, engaja-te hoje ainda. 
Não aguardes aposentadoria. 
Dá hoje a hora que te sobra ou conquistas, entre os tantos compromissos agendados, porque poderá acontecer que não venhas a gozar os dias que esperas. 
Ou que, por circunstâncias que independam da tua vontade, necessites alongar a jornada profissional por mais alguns anos. 
Vive intensamente. 
Matricula-te no curso de idiomas, na aula de música, pintura, bordado. 
Esmera-te no aprendizado para que, ao partir, leves contigo uma grande bagagem. 
De braço dado com quem amas, realiza a viagem sonhada. 
E fotografa tudo com o coração, para não esquecer nenhum detalhe.
A máquina fotográfica poderá falhar, por defeito técnico ou inabilidade de quem a manuseia. 
Mas o teu coração não esquecerá jamais o que viveu amorosamente.
Feito tudo isso, se a morte chegar, de rompante ou te abraçar de mansinho, poderás seguir sem traumas, sem medos, em paz. 
E em paz deixarás os teus familiares, os teus amigos, os teus colegas e conhecidos. 
Pensa nisso. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. Antes da desencarnação, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL. 
Em 15.12.2022.

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