Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és no mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda brilha, porque alta vive.
* * *
Tornar inteiro, fazer um só é a origem da palavra íntegro.
E esse é o conselho do poeta: sermos íntegros.
Fazendo como só os poetas sabem fazer, Fernando Pessoa nos remete à beleza da lua para entendermos a beleza de sermos íntegros.
E nos aconselha como fazer: ser todo em cada coisa, no mínimo que fazemos, sermos sempre os mesmos, sermos sempre inteiros, sem exagerar, sem excluir.
A integridade de uma pessoa está exatamente neste aspecto: ter seus valores morais de maneira atemporal, imutável, sem conveniências.
Dificilmente alguém conseguiria ser desonesto vagando sozinho no deserto.
Para provar os valores da honestidade, há que se ter o ensejo de ser desonesto.
Assim é com todos os nossos valores morais.
É necessário exercitá-los, colocá-los à prova na vivência diária.
Somente o discurso, o ter conhecimento não constrói nosso caráter, não nos faz íntegros.
Por isso a vida é rica em desafios e oportunidades.
São eles que fortalecem nosso caráter, enraízam nossos valores, dão corpo aos nossos ideais.
Na oportunidade da mentira conveniente, preferir a verdade duradoura.
No momento da trapaça vantajosa, a honestidade transparente.
Diante da oportunidade da fofoca desabonadora e duvidosa, a escolha pelo silêncio respeitoso.
Assim são construídos nossos valores.
Colocando-nos inteiros e únicos em todas as situações.
Jamais optar pelas escolhas mais convenientes.
Definir-se sempre pelos caminhos corretos.
Diz-nos o Mestre que somos o sal da Terra.
Usa da metáfora para alertar que somos nós a dar o sabor, o tempero, a diferença à vida.
Porém, lembra-nos de que se o sal for insípido, com que se haverá de salgar?
Sempre seremos convidados pela vida a oferecer nosso tempero, nossa posição, nossos valores.
Os desafios são imensos e muitos são os convites que o mundo nos oferece.
Muitos deles parecerão fáceis, convenientes, mesmo cômodos, em várias situações.
Porém, antes de qualquer decisão, pensemos a respeito da qualidade das ações que pretendemos executar.
Qual o peso moral das atitudes que iremos tomar.
Lembremos de que para Pilatos, naquele momento dramático do julgamento de Jesus, o Cristo, foi mais conveniente lavar as mãos do que tomar a decisão correta.
Jesus, por Sua vez, incomparavelmente íntegro, não titubeou perante Seus valores, mesmo frente ao julgamento covarde, o suplício dos açoites, a coroa de espinhos, a cruz infamante ou o Gólgota doloroso.
Não demorou muito e Pilatos mergulhou em profunda consciência de culpa.
Destituído do poder, fugiu da vida física, optando pelo suicídio.
O Cristo, contudo, superada a morte física, ressurgiu para atestar a imortalidade da alma e a grandeza do Seu reino de paz.
Redação do Momento Espírita.
Em 8.11.2014.
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