quarta-feira, 9 de março de 2022

O VERDADEIRO SENTIDO DA VIDA

Mitch Albom
Cada um de nós encontra em sua vida um ser especial. Às vezes é um avô, um professor, um amigo de família. Uma pessoa mais velha, paciente e sábia, que se interessou por nós e nos compreendeu quando éramos jovens, inquietos e inseguros. Uma pessoa que nos fez olhar o mundo de um outro ângulo. Uma pessoa que, com seus conselhos e seu afeto, nos fez encontrar nosso caminho. Assim aconteceu ao jovem Mitch Albom que se tornaria o colunista esportivo Número Um da América. Durante os anos universitários, um professor lhe foi um grande amigo. Esse amigo o ensinou a amar os livros de forma autêntica. Mesmo fora dos horários das aulas, eles se encontravam para discutir assuntos sérios. Assuntos como as relações humanas. Nessas ocasiões, o professor lhe dava lições extraordinárias de vida. Certo dia, porque o aluno se queixava do choque entre o que a sociedade esperava dele e o que ele queria para si mesmo, o professor lhe falou: 
-A vida é uma série de puxões para a frente e para trás. Queremos fazer uma coisa, mas somos forçados a fazer outra. Algumas coisas nos machucam, apesar de sabermos que não deviam. Aceitamos certas coisas mesmo sabendo que não devemos aceitar nada como absoluto. Mas o amor, dizia ele, o amor vence sempre.
Quando saiu da Universidade, Mitch era um jovem idealista. Prometera a si mesmo que jamais trabalharia por dinheiro, que se alistaria nos Corpos da Paz, que viveria em lugares belos e inspiradores. Mas os anos passaram e ele acabou trocando montes de sonhos por cheques cada vez mais gordos. Então, um dia, dezesseis anos depois, ele tornou a encontrar o seu professor. Bem mais velho e doente. Eram os seus últimos meses de vida. Durante catorze semanas, até a sua morte, trataram de temas fundamentais para a felicidade e a realização humanas. Era a última grande lição: um ensinamento sobre o sentido da vida. E o jornalista reavaliou sua vida. Refletiu sobre as verdades ensinadas pelo professor, como a da necessidade de buscar o crescimento espiritual. De deixar de se preocupar tanto com coisas materiais e observar o universo ao seu redor. O universo das afeições. A natureza que nos cerca. A mudança que se opera nas árvores, a força do vento, as estações do ano. E o velho mestre, caminhando para o túmulo arrastado por enfermidade incurável, finalizou a última grande lição ao seu antigo aluno com a frase: 
-Meu filho, quando se aprende a morrer, se aprende a viver. 
* * * 
A vida física é uma breve etapa. Sabedoria é ser aberto para as coisas belas que ela nos oferece. 
Para isso é preciso ignorar o brilho dos valores que a propaganda nos passa. 
É preciso prestar atenção quando os entes queridos falam, como se fosse a última vez que os ouvisse. 
É preciso andar com alegria como se fosse a última vez que pudéssemos estar de pé e nos servir das nossas pernas. 
E, acima de tudo, lembrar que sempre é tempo de mudar.
Redação do Momento Espírita, com base na conclusão e capas do livro A última grande lição, de Mitch Albom, ed. Sextante. 
Em 8.3.2022.

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