Mitch Albom |
-A vida é uma série de puxões para a frente e para trás. Queremos fazer uma coisa, mas somos forçados a fazer outra.
Algumas coisas nos machucam, apesar de sabermos que não deviam. Aceitamos certas coisas mesmo sabendo que não devemos aceitar nada como absoluto.
Mas o amor, dizia ele, o amor vence sempre.
Quando saiu da Universidade, Mitch era um jovem idealista. Prometera a si mesmo que jamais trabalharia por dinheiro, que se alistaria nos Corpos da Paz, que viveria em lugares belos e inspiradores.
Mas os anos passaram e ele acabou trocando montes de sonhos por cheques cada vez mais gordos.
Então, um dia, dezesseis anos depois, ele tornou a encontrar o seu professor. Bem mais velho e doente.
Eram os seus últimos meses de vida. Durante catorze semanas, até a sua morte, trataram de temas fundamentais para a felicidade e a realização humanas.
Era a última grande lição: um ensinamento sobre o sentido da vida.
E o jornalista reavaliou sua vida. Refletiu sobre as verdades ensinadas pelo professor, como a da necessidade de buscar o crescimento espiritual.
De deixar de se preocupar tanto com coisas materiais e observar o universo ao seu redor. O universo das afeições. A natureza que nos cerca.
A mudança que se opera nas árvores, a força do vento, as estações do ano.
E o velho mestre, caminhando para o túmulo arrastado por enfermidade incurável, finalizou a última grande lição ao seu antigo aluno com a frase:
-Meu filho, quando se aprende a morrer, se aprende a viver.
* * *
A vida física é uma breve etapa. Sabedoria é ser aberto para as coisas belas que ela nos oferece.
Para isso é preciso ignorar o brilho dos valores que a propaganda nos passa.
É preciso prestar atenção quando os entes queridos falam, como se fosse a última vez que os ouvisse.
É preciso andar com alegria como se fosse a última vez que pudéssemos estar de pé e nos servir das nossas pernas.
E, acima de tudo, lembrar que sempre é tempo de mudar.
Redação do Momento Espírita, com base na conclusão
e capas do livro A última grande lição, de Mitch Albom,
ed. Sextante.
Em 8.3.2022.
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