Há dias em que a alma amanhece com uma tristeza sem destino.
Ela apenas surge e se instala, como se quisesse ganhar morada definitiva, como se ali fosse seu lugar.
Entra com uma estranha intimidade, sem formalismos, sem licenças ou favores.
Aninha-se, tomando conta de pensamentos e sentimentos, sem escrúpulos, mesmo porque ela não tem nenhum.
Quando nos damos conta, sentimos a alma melancólica, o coração apertado e uma saudade sem nome.
Apenas saudade.
Dias de melancolia são assim.
Eles chegam sem aviso, sem data marcada, sem motivos aparentes.
É apenas nossa alma sentindo saudades daquilo que, por enquanto, não pode vivenciar.
Não pode porque a experiência que estamos vivendo, mergulhados na carne, nos priva de várias possibilidades.
Os nossos sentidos parecem um tanto adormecidos, nossas capacidades se apresentam limitadas.
Vivemos em um corpo físico.
Viver no mundo nos impõe, ainda, preocupações com a sobrevivência do corpo, com sua saúde.
E muitas responsabilidades.
Assim é porque são esses embates, circunstâncias e necessidades que nos dão o ensejo de crescimento e aprendizado.
Embora todo esse processo esteja conforme as Leis de Deus, é natural que a alma, de tempos em tempos, cansada de lutas sem trégua, se entregue a dias de melancolia.
São as saudades dos afetos que ficaram no mundo espiritual, que não estão conosco na carne.
São as saudades de lugares onde vivemos, em alguma época.
São saudades de tempos em que usufruímos de coisas que hoje não temos.
Saudades de relacionamentos, de ambientes, de algo que nos felicitou a alma, no passado.
Sentimos falta da convivência harmoniosa com nossa família espiritual.
Nesses dias de melancolia, a oração poderá ser o remédio que nos haverá de amenizar a alma saudosa e o coração entristecido.
A prece nos auxiliará a lembrar da importância dos dias que ora vivemos, das estradas que nos compete trilhar, das tarefas a cumprir.
E nos convidará a oferecer à vida, àqueles que nos cercam, aos que cruzam nossos caminhos, os melhores valores do nosso coração.
A fazer de nosso exercício profissional, um exemplo; uma constante dedicação aos compromissos familiares.
A vida é fugidia e passa rápido.
Não nos permitamos alimentar dias de melancolia, para que não se transformem em patologia grave, e não nos conduzam a enfermidades de difícil cura.
Aprendamos, mesmo em meio a rudes provas, a nos encantar com o mundo que, todos os dias, renova as suas paisagens de luz e de beleza.
Aprendamos a diminuir a saudade, na doce audição de uma melodia de paz e no refúgio da oração.
Peçamos apoio ao nosso anjo de guarda, esse ser designado por Deus, para nos amparar e conduzir, nesta vida.
Tudo tem seu tempo determinado, no imenso universo de Deus.
Este é o momento de estarmos aqui, neste planeta azul.
Haverá momentos de vivermos na Espiritualidade.
Momentos de encontros e de reencontros.
Momentos de arrefecer a saudade.
Agora, é o momento de nos servirmos da vida para crescer.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita.
Em 30.3.2022.
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