domingo, 25 de outubro de 2020

FEBRE DA MODA

Toda época tem sua moda. 
E não somente no que diz respeito a roupas e calçados. lo, as festas. A própria gíria tem sua época e faz moda.
Os brinquedos também. 
Mas igualmente na música, o corte de cabeAs bonecas imitam, para deleite das meninas, as modelos famosas, artistas da TV, misses, reproduzindo-lhes inclusive os guarda-roupas. Do vestido de gala ao traje esporte e de lazer. Há algum tempo, uma verdadeira febre tomou conta das crianças. Tudo começou com o lançamento de um bichinho virtual, o Tamagotchi. Tratava-se de um pequeno ovo de cristal líquido, que continha um pseudo-animalzinho que, para viver, dependia de constantes cuidados. Cuidados que a criança lhe devia dispensar, sistematicamente: alimentação, banho, carinho. Se a criança não o atendesse, no tempo que ele exigia, corria o risco de morrer. Alguns psicólogos acreditam que, se o pequeno não soubesse lidar com todas essas necessidades, o animal, dinossauro ou morcego, morreria muitas vezes. E, assim a criança sofreria frustrações e angústias. As angústias, à época, foram relatadas por alguns dos pequenos proprietários de tais animaizinhos. Um deles afirmou que ficava muito preocupado, quando estava na escola, pois não sabia se o seu bichinho morreria naquele período, desde que não o podia atender. Outro declarou que se o seu Tamagotchi apitava, mesmo que ele estivesse no banho, saía correndo para satisfazer as suas vontades. 
A preocupação de educadores e psicólogos é justa. Além de propiciar o isolamento da criança, o brinquedo a tirava do mundo real. E a morte passava a ser uma brincadeira, pois o bichinho podia retornar à vida com a dispensa de cuidados devidos, ou a simples troca de baterias. 
Se pretendemos que a criança adquira responsabilidade, desenvolva sua afetividade, por que não com um animalzinho de verdade? 
Não advogamos o uso de gaiolas para os prender, mas bem podemos incentivar nosso filho a depositar, todos os dias, migalhas de pão para os pássaros que vêm cantar em nossas janelas. Dispor uma tigela com água fresca e limpa, no jardim da casa, para os pardais e sabiás que enchem de sons os ares do dia. 
O que estamos semeando para nossos filhos? 
Um mundo de robôs que podem ser ligados e desligados, à vontade? 
Ou desejamos que eles aprendam que os animais são seres vivos e para assim se manterem necessitam dos cuidados dos homens? 
No momento em que tantos movimentos ecológicos batalham pela vida das baleias, do mico-leão dourado e outras espécies em extinção, busquemos insuflar em nossos filhos o valor real de uma vida. 
Seja de um gato, um cão, um pássaro. 
Recordar-lhes que a bondade de Deus a todos criou. E se colocou os animais como serviçais do homem, também confiou a esse o dever de os proteger e amar. 
* * * 
Nada pode substituir o afeto de um ser humano pelo outro. 
Isso porque somos todos Espíritos, criados por amor e destinados ao amor.
Redação do Momento Espírita, com base no artigo Barrados na escola, publicado na Revista Isto é, nº 1459. 
Em 6.1.2014.

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