sábado, 31 de outubro de 2020

A FÉ E A ESPERANÇA

PEDRO DE CAMARGO VINÍCIUS
A fé e a esperança são amigas inseparáveis. 
Poderíamos dizer que a esperança está para a fé como o sol está para a lua. A lua não tem luz própria: reflete aquela que recebe do sol. Daí porque a lua difunde raios pálidos e isentos de calor, enquanto o sol espalha raios intensos e fúlgidos que, além de iluminar, aquecem e vivificam. O sol é a própria luz; a lua não é, reflete a luz recebida. 
Assim, a fé é como o sol. 
É força comunicativa que se irradia do coração de quem a tem e se reflete no coração de outrem, gerando nesse a esperança. 
Jesus tinha fé. 
Seus discípulos tinham a esperança gerada pela fé exemplificada de Seu Mestre. 
Assim também os corações que se aproximam de Jesus e estabelecem com Ele certa comunhão, iluminam-se com a luz patente do Seu Espírito. 
A lua clareia os caminhos em noites escuras tal qual a esperança nos sustenta nas horas de trevas. 
O sol ilumina e fecunda a estrada da vida, como a fé fortalece as fibras íntimas da alma, robustecendo-a na caminhada para Deus. 
O sol é energia: movimenta, vivifica, ativa e produz. 
A luz amortecida da lua mostra os obstáculos; a luz brilhante e vívida do sol distingue e remove os tropeços dos caminhos da vida. 
A esperança faz nascer no coração do homem as boas e nobres aspirações; só a fé, porém, as realiza. 
A esperança sugere, a fé concretiza. 
A esperança desperta nos corações o anseio de possuir luz própria, conduzindo, portanto, as criaturas à fé. 
Quem alimenta a esperança está, invariavelmente, sob o impulso da fé que lhe vem de alguém. 
A força da fé é eminentemente conquistadora. 
Quem admira os exemplos e os feitos edificantes põe-se desde logo em harmonia com o poder de quem os realizou. Este projeta naqueles suas influências benfazejas: é o sol fazendo a lua refletir a sua luz, ou seja, a fé gerando a esperança. 
Saulo de Tarso, doutor da Lei e membro do Sinédrio, após conhecer e absorver os ensinos do Sublime carpinteiro de Nazaré, passou a refletir com fidelidade as verdades da Boa Nova. Contagiado pela fé dos discípulos singelos do meigo Rabi, chamados homens do caminho, dispõe-se a reformular sua vida, passando de perseguidor a defensor ardoroso das ideias cristãs, convertendo-se no grande pregador Paulo, também chamado Apóstolo do Gentios. 
Foi refletindo a fé do Cristo que os primeiros cristãos se entregaram ao martírio de cabeça erguida e serenidade no olhar. 
Bem-vinda seja a esperança! 
Bendita seja a fé! 
Uma e outra espancam as trevas interiores. 
Que seria da alma encarcerada na carne se não houvesse fé, nem esperança... 
* * * 
Se é doce ter esperança, é valor e virilidade ter fé. 
Enquanto a esperança suaviza o sofrimento, a fé neutraliza seus efeitos depressivos. 
Se a esperança nos sustenta nas lutas deste século, a fé nos assegura desde já a vitória da vida sobre a morte. 
Pensemos nisso! 
Redação do Momento Espírita com base no cap. Fé, esperança e caridade, do livro Em torno do Mestre, de Vinícius, ed. Feb. 
Em 23.06.2010.

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