sábado, 24 de outubro de 2020

A FÉ!

FREI DAMIÃO DE VESTEUR
(MOLOKAI)
Quando se fazem referências à fé há os que afirmam que a fé é uma coisa doentia, covarde. Própria dos fracos e oprimidos, que necessitam dela para poderem sobreviver. Ou então, que fé é a recompensa imerecida pelo que você ainda não fez. 
Examinando a história de todos os tempos, verificamos que é exatamente o oposto. Somente homens de extremada fé foram capazes de realizações que assombraram os seus iguais. Graças à fé, os primitivos cristãos enfrentaram as dores dos mais horrendos suplícios e a morte, entre cânticos e preces, motivo mesmo que arrastava outros tantos a buscarem aqueles ensinos do Carpinteiro, que assim movimentava homens e mulheres na direção dos Céus. 
Movido pela fé e seu acendrado amor ao semelhante, Frei Damião de Vesteur buscou a ilha abandonada de Molokai, tornando-se um igual entre hansenianos, à época caçados como animais e simplesmente jogados naquele local. Mais do que lhes ser o enfermeiro dos corpos, ele lhes foi o médico das almas. Encontrou um rico havaiano que todos diziam haver desaparecido, ali, infectado. A amargura o tomara por inteiro e ele acariciava, de forma constante, um revólver, afirmando que um dia, quando não mais suportasse o rol das dores, ele haveria de buscar a morte por suas próprias mãos. Damião lhe falou com tamanha fé dos objetivos da vida e da dor, da vida que não perece para além da tumba que, um dia, recebeu de presente, envolvido em embrulho improvisado, a arma daquele homem. O bilhete que acompanhava o instrumento, laconicamente afirmava: 
"Estou morrendo e morro com dignidade. 
Não necessito mais dele. Você me convenceu."
Nos relatos evangélicos, é o próprio Jesus que, mais de uma vez, em Se referindo às curas operadas por Ele, afirmava aos curados: 
-Tua fé te salvou. 
A fé é chama Divina que aquece o Espírito e lhe dá forças para tudo superar: mágoas, decepções, revoltas, traições e até mesmo a morte. 
Para a aquisição do equilíbrio, é imprescindível a fé, para que o homem sobreviva ao clima de desespero que irrompe de todo lado, ante as problemáticas sempre mais afligentes que invadem a Humanidade. 
O homem não pode prescindir da valiosa contribuição da fé. Alberto Santos Dumont, ao verificar a aplicação do seu invento na guerra, amargurou-se e buscou a morte pelo suicídio. 
Alfredo Nobel em descobrindo que a dinamite fora usada para extermínio de povos, entrou em profunda tristeza e assim ficou até a sua desencarnação. 
Se eles tivessem fé, poderiam ter aguardado e verificado no tempo, com a marcha do progresso, os benefícios dos seus inventos colocados a bem da Humanidade. 
Alimentar a fé é um dever do homem, dever que não deve ser deixado para mais tarde, pois a fé é necessária para sustentar a própria paz. 
* * * 
A fé é virtude espontânea e conquista intelectual. 
Sua função é fornecer forças para solucionar problemas, não afastar o seu portador dos testemunhos necessários para a sua evolução. 
A fé é, em suma, um tesouro de inapreciável valor que caracteriza os homens nobres, no serviço da Humanidade. 
Redação do Momento Espírita, com base em entrevista (com Lobão), publicada na revista Isto é, de 22.04.1998; no cap. 22 do livro Convites da vida e no verbete Fé, do livro Repositório de sabedoria, v. 1, ambos pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal. Em 20.07.2009.

Nenhum comentário:

Postar um comentário