AMÁLIA RODRIGUES |
De um modo geral, pensamos que para orar precisamos assumir uma determinada postura, nos distanciar de tudo que acontece ao nosso redor. Isso também.
No entanto, a oração pode ser uma constante em nossas horas.
Quando abrimos a janela e cumprimentamos o dia que surge, radioso, anunciando sol, calor, quem de nós não extravasa a alma, dizendo:
-Que dia maravilhoso!
Quantas vezes, admirados pela beleza das flores que, no jardim, disputam perfume, cor e encanto, exclamamos:
-Meu Deus, que maravilha!
São preces espontâneas que brotam do nosso coração.
Quando, depois de longa estiagem, as nuvens se avolumam e trazem a chuva generosa, junto com o clamor da terra, que sorve a água, com sofreguidão, dizemos:
-Graças a Deus!
São orações formuladas de forma espontânea.
Clamores da alma que alcançam as alturas.
Quando nos empenhamos em atender o necessitado, em socorrer o caído, em oferecer nossos ouvidos para as lamentações de quem sofre, estamos orando.
Porque orar não é somente exteriorizar pensamentos pelos lábios.
É também agir em nome do amor.
Amparar o animal abandonado, providenciar alimento às aves que visitam nosso jardim.
E quando cantamos, dizendo da alegria de viver, estamos igualmente orando.
A música tem o condão mágico de exteriorizar os mais excelsos sentimentos. Por isso, quando alguém canta versos que exaltam a Criação, a Divindade, está orando.
Enquanto canta, os que ouvimos, nos associamos à sua prece.
Algumas canções são de extrema sensibilidade e mais do que outras, nos elevam a alma, como a que diz:
-Foi Deus que deu luz aos olhos, perfumou as rosas, deu ouro ao sol e prata ao luar.
Foi Deus que me pôs no peito um rosário de penas, que vou desfiando e choro a cantar.
Pôs as estrelas no céu e fez o espaço sem fim.
Deu o luto às andorinhas e deu-me esta voz a mim.
Se canto, não sei o que canto, misto de ventura, saudade, ternura.
Talvez amor.
Mas sei que cantando sinto o mesmo quando se tem um desgosto e o pranto no rosto; nos deixa melhor.
Foi Deus que deu voz ao vento, luz ao firmamento e deu o azul às ondas do mar.
Fez poeta o rouxinol, pôs no campo o alecrim, deu as flores à primavera.
E deu-me esta voz a mim.
* * *
DIVALDO PEREIRA FRANCO |
Sim, há muitas formas de orar.
Quando somos filhos gratos pela vida que temos, neste planeta, pelos amigos, pela família, pelo lar, ou por coisa alguma, oramos sempre.
A oração é o canal desimpedido para falar com Deus e ouvi-lO.
Nunca será demasiado, no cotidiano de todos nós, orarmos para nos inspirarmos, a fim de agir bem.
Para agradecer as bênçãos recebidas.
Por amor, louvando o Excelso Criador.
Isso equivale a orarmos sempre que possível e mesmo quando as circunstâncias conspirarem contra.
Oremos.
Redação do Momento Espírita, com reprodução de versos da música Foi Deus,
interpretada por Amália Rodrigues e frases do cap. 24, do livro Sob a proteção
de Deus, por Espíritos diversos, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 9.10.2020.
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