Alastra-se a dor pela Terra.
Hospitais em quase colapso pelo número expressivo de infectados, equipe médica num combate que parece desigual contra o vírus ameaçador.
E enquanto a morte realiza sua ceifa diária, notícias nos estarrecem e fazem temer por nós mesmos.
As imagens da explosão, na zona portuária de Beirute, no início do mês de agosto, que provocou a onda de ar que destruiu prédios e janelas em um raio de cinco quilômetros e pôde ser ouvida a duzentos e quarenta quilômetros de distância, na ilha de Chipre, correram o mundo.
A destruição de prédios, o elevado número de mortos, feridos, desabrigados foi de estarrecer.
Acompanhando as imagens televisivas da destruição, o trabalho das equipes de resgate, ficamos imaginando:
-E se fôssemos nós, os atingidos por essa tragédia, o que faríamos?
Teríamos força para nos erguer, agradecer a Deus por nos manter a vida, embora estejamos sem casa, sem roupas, sem amigos e parentes que se foram, arrebatados pela morte?
Teríamos disposição para orar?
Para nos oferecermos a auxiliar outros, em piores condições que as nossas?
Imagens que nos chegam atestam a fortaleza moral de alguns sobreviventes.
A senhora Hoda Melki, por exemplo, registrou em vídeo e postou as imagens de sua mãe, de cabelos brancos, sentada ao piano, tocando uma delicada melodia.
Uma melodia que traduz serenidade, transmite tranquilidade. Tudo em meio aos enormes danos causados em seu apartamento, onde se veem vidros e móveis destruídos pela mega-explosão.
Quem poderia imaginar serenidade em meio a tanto caos?
São almas que nos falam de um outro tempo. Que nos dizem, com suas ações, que tudo na Terra é passageiro.
E que o bem mais precioso, a vida, deve merecer gratidão. Também afirmam que, antes de colocar mãos à obra, para minimizar o caos estabelecido, é preciso robustecer o Espírito.
Buscar energias nas forças superiores. Prece que pode brotar dos lábios ou dos dedos, no dedilhar de um piano.
Pessoas diferentes num mundo em transição.
Pessoas serenas que nos exemplificam e nos dizem que o mundo novo já se faz presente.
Como aquele homem que, após trinta e sete anos de prisão, teve a sua liberdade assegurada graças a um exame de DNA.
Acusado de ter violentado e matado uma jovem, ele, igualmente jovem, foi condenado. Trinta e sete anos encerrado em uma prisão. Inocente.
Tentando ainda se habituar à liberdade de que goza, depois de quase quatro décadas de aprisionamento, ele não fala em vingança, nem ressarcimento de danos morais.
De forma impressionante, compareceu a um programa de talentos para fazer o que sempre sonhou: apresentar-se cantando para o público.
Exemplos.
Criaturas que afirmam que o mundo novo desponta, no horizonte das almas.
Quantas criaturas mais haverá de igual teor?
E nós, não poderemos nos unir a elas, nesse esforço de concretizar o mundo novo do Terceiro Milênio, mais rapidamente?
Engrossemos essas fileiras.
Redação do Momento Espírita.
Em 7.10.2020.
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