MÃE MÁRCIA E FILHAS |
Neste mundo, que reconhecemos, apresentam-se muitos problemas e dores multiplicadas, Deus providenciou compaixão, auxílio.
Não há quem não sofra e não se dê conta disso.
Um socorro providencial aparece aqui, uma brecha de solução sinaliza acolá.
Médicos se embrenham em lugares longínquos para atender necessidades de crianças, idosos, gente de toda sorte.
Instituições de benemerência se abrem para providenciar o alimento em época de carestia, o medicamento quando a enfermidade se instala, abrigo ante as intempéries.
Homens de boa vontade se unem para resolver o problema de moradia de desabrigados. Mil doações se apresentam quando a tormenta varre uma determinada localidade.
De uma forma quase milagrosa, aparecem doadores de quase tudo: colchões, cobertores, lonas, madeiras, telhas, água potável, leite.
Tudo aparece como que por encanto, ao lado de centenas de mãos que se oferecem para triagem, acolhimento, cozinha, limpeza.
Ou, simplesmente, dois ouvidos que se dispõem a escutar a lamentação de quem perdeu tudo. Ou duas mãos que enxugam as lágrimas que escorrem pelas faces em desespero.
Sim, Deus criou o homem à Sua Imagem e Semelhança.
Essência espiritual, imortal. Também perfectível, com um cofre especial no coração cheio de joias raras.
Basta abrir para encontrar o ouro da compaixão, o rubi da misericórdia, a safira da doação, a esmeralda do auxílio. Joias...
Dentre todos os seres, no entanto, Deus ofereceu ao mundo um ainda mais especial.
Todos costumamos chamar, simplesmente, mãe.
Mãe é um ser deliciosamente exagerado.
O filho vomita, ela corre para o médico, faz sopa. Corre para dar colo e depois chorar escondida.
Chora ao ver o filho ser vacinado, como se o mundo fosse acabar. Seu pequeno sente dor.
No entanto, quando um problema grave se apresenta, vira uma perfeita leoa. Ninguém mais forte do que ela.
Ela se transforma, rapidamente, no abraço que aconchega, no leito que aquece, nas mãos que alimentam, na armadura que protege e no beijo que cura. Essas características as tornam insubstituíveis, seja fazendo um curativo no joelho, beijando o esfolado, seja enfrentando gessos e cirurgias ou uma doença incurável do filho amado.
Sim, Deus é Pai.
Todo amor, bondade e justiça.
Que pai confiaria seus filhos a uma pessoa que não fosse altamente qualificada para cuidá-los?
Anjos existem na Espiritualidade.
Anjos designados por Deus para cuidar de Seus outros anjos, na Terra, também.
Anjos que esperam que o seu pequenino logo se recupere, possa tornar a correr, a fazer suas artes, sem precisar voltar ao hospital logo mais.
Anjos que desejam, do fundo dos seus corações que os únicos dodóis que tenham esses filhos que Deus lhes confiou, sejam aqueles necessários para aprender e crescer.
Deus permita que haja sempre, em meio à dor, um desses anjos por perto. Afinal de contas, ainda não inventaram um remédio melhor para o corpo e para a alma do que um colo de mãe.
Será que lembramos da última vez que nos aninhamos no colo de nossa mãezinha?
Redação do Momento Espírita, a partir de texto
escrito por Luciana Goldschmidt Costa, em
homenagem às mães que têm seus filhos
nos hospitais.
Em 21.9.2020.
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