Os pais são executivos muito requisitados, sempre envolvidos com reuniões, atividades sociais, congressos pelo mundo.
Quase nunca estagiam em casa, onde mais parecem visitantes que entram e saem a horas certas.
Dessa forma, dificilmente conseguiam estar junto aos dois filhos, no decorrer dos dias.
A adolescente se ressentia dessas ausências, enquanto o pequeno parecia administrar um pouco melhor a carência.
A babá e a doméstica eram as pessoas mais próximas a eles.
Foi quando se anunciou o inesperado.
Um vírus se espalhou pelo mundo e a pandemia se instalou.
Por questões de colaboração, quanto de preservação da própria vida, a quarentena se impôs.
Os auxiliares domésticos entraram em férias, considerando que também deveriam permanecer em isolamento social.
Pai e mãe ficaram em casa.
Foram canceladas reuniões presenciais, viagens para congressos internacionais, as ausências diárias.
A rotina da casa foi totalmente alterada.
Foi quando as surpresas começaram a aparecer, com as sequentes admirações mútuas.
-Mãe, você sabe cozinhar. Acho que nunca comi uma comida tão gostosa.
Olha só o papai varrendo o quintal. Pensei que ele nem soubesse segurar uma vassoura.
-Filha, conseguiu colocar a roupa na máquina sozinha?
-Filhote, que linda ficou a prateleira dos calçados!
Mais encantado ficava o pequeno quando a mãe se punha a passar roupas.
Aquilo era mesmo algo bem diferente.
E vieram os filmes com pipoca, os doces e bolos que preparavam juntos.
Também o estudo das matérias escolares acompanhados pelos pais.
As revelações de amor e carinho ficaram intensas e significativas:
-Pai, sempre amei você, mas agora aprendi a admirar você.
Não sabia que você pudesse ser tão legal em casa e nas brincadeiras.
-Mãe, agora vi que você também faz o que fazem as mães dos meus amigos.
Sempre tive orgulho da executiva que você é. Agora descobri que você é uma mãe muito especial.
As surpresas se desdobraram, no transcorrer dos dias e das semanas. Pais e filhos se descobriram como criaturas que tinham muito a ser apreciado e valorizado.
* * *
A família é um ninho de amor, de reconstruções impensáveis.
Ao conceber a família, Deus nos presenteou com um espaço de construção pessoal, que tem a função de enriquecer a sociedade à qual pertencemos.
Quando o carinho, o amor, a amizade, o respeito aos direitos e limites acontece dentro do lar, esses valores automaticamente passam a integrar a sociedade.
Por isso, é sempre útil cultivarmos esses momentos de crescimento entre nossos amores mais próximos, pois o que nesse ninho construímos será para sempre vivenciado.
Construções de amor espalharão amor.
Construções de solidariedade espalharão solidariedade.
Construções de respeito, amizade e lealdade darão seus frutos no momento certo.
E, se ao convívio, aos processos educativos, associarmos as bênçãos do Evangelho, o lar se transformará em luz, traçando roteiro seguro para todos!
Redação do Momento Espírita.
Em 27.6.2020.
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