Você já se perguntou algum dia, de onde nascem nossos sentimentos de querer bem e querer mal?
Como conseguimos querer tanto a uns, e ter aversão ou dificuldade de relacionamento com outros?
Os nossos valores e sentimentos, aquilo que guardamos na alma e no coração, são nossa identidade emocional. E será, baseados nessa identidade, que teremos afinidades com uns e nem tanto com outros.
É natural que tenhamos pendores para as amizades com esse ou aquele perfil de pessoa, de personalidade, pois que esses carregam na alma valores semelhantes aos nossos, valores com os quais nos simpatizamos.
E o contrário também se faz regra.
Há também aqueles que, quando nos encontramos nos caminhos da vida, parece que o sentimento já estava pronto. De imediato estamos a nos gostar, a querer bem, ou a nos antagonizar, a nos querer mal.
Para esses, nossos encontros são reencontros de experiências anteriores.
Assim, ao reencontrarmos nesta vida aqueles que já aprendemos a amar em outras vidas, em outras experiências, é sempre o presente que Deus nos oferece para tornar esta existência mais suave, mais leve.
Esses serão aqueles a nos apoiar na caminhada, a nos ajudar nas dificuldades, a deixar nossos dias com o frescor do perfume da amizade e do bem querer.
E, quando encontramos aqueles com quem nos antipatizamos, é a oportunidade da vida para refazermos sentimentos.
Seja na forma da implicância, da má vontade, ou ainda, mais intensamente, do rancor ou mesmo ódio. Todos esses sentimentos são variações diferenciadas do antagonismo que alimentamos pelo nosso próximo.
E se hoje, esses inimigos do ontem cruzam novamente os nossos caminhos, é porque a Providência Divina percebe ser agora o momento oportuno.
Dessa forma, aproveitemos quando a vida nos apresentar alguém que não queremos bem para aprender a amá-lo.
Não um amor irrestrito e incondicional.
Não o amor com que amamos um filho, o companheiro, os pais.
Esses companheiros de jornada vão exigir de nós o amor na forma da paciência, do entendimento, da benevolência, e principalmente, da compreensão.
Por isso, se detectarmos nos nossos relacionamentos, aquele que classificaríamos de inimigo, proponhamo-nos, a partir de agora, uma nova classificação para ele: alguém a ser conquistado.
Aceitemos o desafio de modificar nosso sentimento íntimo, sem a preocupação dele ter que agir de igual modo. Afinal, nós iremos responder pelo nosso próprio campo emocional. De ninguém mais.
Façamos do inimigo, do desafeto, nosso mais dileto professor. Ele será aquele que irá nos ensinar a compreensão, a humildade, o perdão, fazendo com que conquistemos valores nobres.
Jamais gastemos tempo e energia colecionando ou criando novos desafetos. Não percamos tempo contentando-nos em tê-los, como se isso não nos dissesse respeito.
Lembremo-nos que a oportunidade que a vida nos oferece de refazer relações será sempre a oportunidade de retirar pedras e calhaus que se acumulam no baú de nossas emoções, trocando-as por joias preciosas, os verdadeiros tesouros do reino dos céus.
Redação do Momento Espírita.
Em 03.09.2020.
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