Segundo Aristóteles, virtude é uma disposição adquirida de fazer o bem, e que se aperfeiçoa com o hábito.
Muitas são as virtudes que podemos desenvolver, no decorrer de nossas vidas.
Conforme as conquistamos, elas vão construindo uma aura luminosa, ao nosso redor.
São várias as situações que nos fazem despertar para esses aprendizados.
Muitas dessas realizações nos chegam através da mídia. Cenas de devastações naturais, que abalam nossos sentimentos.
Centenas de pessoas que perdem suas moradas, outras que perdem a vida, inúmeras famílias destroçadas.
E, mesmo estando a milhares de quilômetros dessas catástrofes, nossos corações se enternecem e sofrem, junto com os diretamente atingidos.
Essa emoção que nos invade, é um despertar de solidariedade, de compaixão, de empatia, ou, simplesmente, de piedade.
Quando esses sentimentos despertam em nós e nos levam a estender as mãos para ajudar, ou mesmo elevar o pensamento em preces, estamos na prática dessas virtudes.
Não devemos sufocar no coração esse ímpeto, pois são maneiras de exercitarmos o que agasalhamos de bom, em nós.
Por vezes, um simples gesto resulta em grande ajuda.
Recentemente, soubemos de um menino de doze anos, Pedro, que, ao se dirigir para a escola, presenciou uma cena, que o sensibilizou.
Duas crianças maltrapilhas e descalças, frente a uma vitrine de padaria, olhavam, fixamente, para os doces, biscoitos enfeitados, pães e bolos.
Percebeu, pelas fisionomias, que elas os desejavam. Aparentavam ter fome.
Um sentimento de compaixão o tomou por inteiro. Apalpou os bolsos e viu que tinha somente o suficiente para o seu lanche, no intervalo escolar.
Não teve dúvidas, nem pensou duas vezes. Entrou, comprou dois pedaços de bolo e os entregou aos pequenos.
Eles sorriram com os olhos, a boca, os gestos.
E ele, simplesmente, continuou no seu caminho para a escola, com o coração batendo diferente, emocionado, com vontade de cantar.
* * *
Como é bom se deixar envolver pela felicidade de um ato de amor.
Sim! A compaixão, quando profundamente sentida, é amor, amor ao próximo.
Esse esquecimento de si mesmo em favor do outro, essa abnegação pelos demais, esse ato de se doar em favor do próximo, é essa virtude colocada em ação.
Jesus, quando Se viu rodeado pela multidão imensa, faminta, abençoou os pães e peixes disponíveis e mandou que fossem distribuídos.
Importante o destaque do Evangelista ao relatar que Ele mandou que o alimento fosse distribuído àqueles homens, mulheres e crianças que O seguiam. Não pensou em Si, mas em lhes saciar a fome.
Seguindo o exemplo do Mestre, quando a oportunidade se apresentar, aproveitemo-la e façamos aos outros o que gostaríamos que nos fizessem.
Logo, desejaremos transformar esse gesto em hábito, sentindo a necessidade de nos tornarmos atuantes e úteis, na sociedade.
E, de forma gratificante, sentiremos o coração vibrar de alegria diante daqueles a quem dispensarmos atenção, cuidados, fizermos uma doação.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita.
Em 8.9.2015.
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