DIVALDO PEREIRA FRANCO E JOANNA DE ÂNGELIS |
Antiga lenda europeia narra que alguém perguntou a um sábio como ele poderia explicar a eternidade do tempo e do espaço.
Depois de meditar, ele apontou enorme montanha de granito que desafiava as alturas e respondeu com simplicidade:
-Suponhamos que uma pequena ave se proponha a desbastar essa rocha, de forma paulatina e insistente, atritando o bico de encontro à pedra. Quando houver destruído tudo, estará apenas iniciando a eternidade...
* * *
A eternidade nos convida ao exercício da paciência, esse fator que representa, de maneira mais eficiente, o equilíbrio do homem que se candidata a qualquer trabalho.
Como virtude, está no ponto médio entre a passividade e a precipitação.
É comum sentirmos entusiasmo por algo novo, ao qual nos devotamos. No entanto, também é comum abraçarmos o desencanto no desdobrar do tempo.
A paciência é a medida metódica e eficaz que ensina a produzir no momento exato a tarefa correta.
Nem pouco, nem muito; nem antes, nem depois. Aguardar e agir no momento necessário.
Muitas vezes nossas ações são precipitadas.
Frente a tarefas acumuladas e a problemas que se multiplicam, indispensável fazermos demorado exame e cuidada reflexão antes de apressar atitudes.
Precipitação traduz desarmonia, perturbação, com agravante desconsideração ao tempo. Normalmente, trazendo consequências negativas.
Por isso, paciência significa autoconfiança.
Não é por outra razão que antigo ditado afirmava que ela seria a mãe de todas as virtudes. Sem ela não conseguimos conquistar nenhuma das outras.
Recordemos exemplos de paciência: a pirâmide se ergueu bloco a bloco.
As construções grandiosas resultaram da colocação de peça sobre peça.
Isaac Newton foi capaz de dizer:
-Se fiz descobertas valiosas, foi mais por ter paciência do que por qualquer outro talento.
Benjamim Franklin também afirmou que aquele que tiver paciência terá o que deseja.
O que hoje não conseguimos, perseverando com dignidade e paciência, alcançaremos amanhã ou depois.
Importante, no entanto, não confundir paciência com preguiça, passividade, inatividade.
Paciência não é apenas esperar. E quando seja necessário esperar, importante tenhamos em mente que espera não significa, necessariamente, passividade.
A paciência é dinâmica e eficiente, produzindo diante dos deveres que nos competem realizar.
Paciência para com a vida, para conosco mesmo e para com os outros.
Ao lado de alguém que nos desconsidera – paciência.
Ante as dores que nos chegam – paciência.
Diante do rebelde que nos atormenta – paciência.
O tempo é mestre eficiente que a todos ensina, no momento próprio, com a lição exata, moldando o que cada um necessita a benefício de si mesmo.
Jesus, acompanhando e inspirando o progresso da Terra, pacientemente espera que nos voltemos para Ele, a fim de que, encarregado de nossa felicidade, possa nos dirigir pelo caminho que leva a Deus.
Dessa forma, em qualquer circunstância, procuremos manter a paz e a paciência para o êxito daquilo que muito desejamos.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 34, do
livro Convites da Vida, pelo Espírito Joanna de Ângelis,
psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 15.10.2018.
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