Recordamos dos versos do hino de nossa escola, na infância:
"Só o herói, não o escravo, é que pode,
sempre avante, sorrindo avançar."
Referia-se aos que fingiam saber e colavam nas provas, alcançando as notas devidas para ir passando de classe a classe, até alcançar o diploma.
Lembrando-nos, nesses dias, de tais versos, pusemo-nos a pensar o quanto, hoje, somos escravos de certas tecnologias.
Por exemplo, a tecnologia que foi criada para aproximar as pessoas, esquecendo fronteiras e distâncias, está, em verdade, isolando-as.
Vejamos a Internet.
Num primeiro momento, a novidade enriqueceu relações por tornar possível a comunicação em tempo real e de fácil acesso a quase todos.
Podemos nos comunicar com alguém, inclusive visualizando-o, diariamente, amenizando a saudade, batendo longos papos, como se juntos estivéssemos na mesma sala.
Enviamos fotos, informações, realizamos pesquisas, tudo tão fácil e agilmente.
No entanto, toda essa tecnologia está, exatamente, nos tornando pessoas isoladas. Conectados a redes, a comunidades virtuais, a salas de bate-papo, estamos esquecendo dos que se encontram ao nosso lado.
Estamos realizando tanto virtualmente que nos esquecemos de abraçar fisicamente, de enlaçar o outro, de olhá-lo nos olhos.
Estamos desaprendendo a falar, a conversar, isso realizando através de sinais, símbolos e abreviaturas, muito próprias de quem vive a enviar torpedos, mensagens digitadas e assemelhados.
O telefone móvel deixou de servir como meio de acesso rápido para uma necessidade, uma emergência, passando a ser o meio pelo qual vivemos a enviar mensagens a uns e outros.
Assim, as crianças e adolescentes viajam com seus pais mas, no banco de trás, utilizam constantemente os dedos no celular. Enviam mensagens, respondem e.mails, ouvem música, fazem download disso e daquilo, jogam.
Diálogo? Olhar a paisagem? Admirar a natureza que vai bordando exuberâncias, em colorido variado? Nem pensar!
Adolescentes saem com colegas mas, logo, um e outro retiram os celulares dos bolsos e o ciclo recomeça.
Os amigos tocam violão, cantam mas vários estão totalmente alheios, dissociados.
* * *
Se você é escravo de qualquer mídia que o esteja isolando, por hoje, ao menos, pare.
Pare e observe. Redescubra o valor de abraçar seu amor, de conversar com ele, de sorrir para ele.
Interaja com seus colegas de trabalho. Cumprimente-os, pergunte como estão, envolva-se com eles.
Olhe a paisagem, descubra o arco-íris, as flores que despejam perfumes pelos canteiros.
Veja seu filho que ensaia desenhos no papel, que rabisca montanhas e rios, que pinta o céu de anil.
Esqueça o celular, o teclado do computador e viva um dia diferente.
Um dia de amor, de entrega, de doação e de muitas surpresas maravilhosas.
Só hoje! Depois? Depois temos a certeza que gostará tanto deste hoje que desejará repetir a dose.
Redação do Momento Espírita.
Em 12.03.2012.
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