CHICO XAVIER E EMMANUEL |
Desde que tivemos a consciência de algo superior, passamos a formar grupos e viajamos pelos séculos, em constante processo de exclusão.
Em nome de conceitos religiosos, em nome do que criamos como artigos de fé, excluímos do nosso convívio os que não tinham as mesmas ideias.
Recordamos Jesus, em Seu diálogo, no poço de Jacó, com a mulher samaritana, da cidade de Sicar, em clara demonstração de como andavam separados aqueles mesmos que adoravam o Deus de Israel.
Uns acreditavam que estavam corretos e seriam ouvidos por Yaweh se orassem no templo de Jerusalém.
Outros, mesmo após a destruição do seu templo, prosseguiam a orar no monte Garizim.
Como se o Deus Pai atendesse a uns e não a todos os Seus filhos, criados com o mesmo amor.
Peregrinamos pelas tantas vidas, repetindo muitos equívocos. A História registrou as nossas grandes tolices.
Incentivamos guerras arrasadoras, que implantaram a miséria e o terror naqueles que não podiam acreditar conforme as prescrições do nosso entendimento religioso.
Em nome de uma pretensa fé, disputamos o sepulcro do Divino Mestre, utilizando a espada mortífera e ateando o fogo devorador.
Um sepulcro vazio porque o doce Rabi, antevendo futuras disputas, nos legou exatamente isso: uma tumba vazia.
Até mesmo para reprisar que a grande honra deve ser conferida ao Espírito imortal, não ao corpo, que lhe serviu de vestimenta, durante algum tempo.
Denominamos infiéis, hereges a todos os que não comungavam das nossas ideias. Para eles, acendemos fogueiras, inventamos suplícios, construímos prisões, decretamos o exílio.
No entanto, o Mestre somente veio semear amor, oferecendo Sua palavra a quem O quisesse ouvir e a todos convidando para Seu rebanho.
Nós continuamos estimulando embates de irmãos contra irmãos.
Edificamos palácios e basílicas, famosos pela beleza, pretendendo reverenciar-lhe a memória. Louvável iniciativa que preservou a escultura, a música, preciosidades.
Porém, deixamos do lado de fora aqueles que não compartilhavam dos nossos mesmos ideais.
Ainda hoje alimentamos a separação e a discórdia, erguendo trincheiras de incompreensão e animosidades, uns contra os outros, nos variados setores da interpretação.
Contudo, Jesus é o Governador desta Terra. Como Ele mesmo se denominou, pastor de todas as almas que habitam este planeta.
Por que então nos dividirmos, se somos ovelhas do mesmo aprisco? Se o Pastor é o mesmo?
Que importância tem se cobrimos a cabeça quando fazemos preces ou se a mantemos descoberta? Qual a importância das vestes claras ou escuras quando nos propomos a orar?
Qual a importância de orarmos no interior de um templo suntuoso, num pequeno abrigo, numa modesta comunidade, ou em pleno altar da natureza?
O que importa é nos reconhecermos irmãos. E, dessa forma, nos ampararmos mutuamente.
Sermos fraternos, ajudando-nos uns aos outros, compreendendo e perdoando.
Afinal, a grande lição do Mestre de Nazaré é que somente seremos reconhecidos como Seus discípulos se nos amarmos uns aos outros.
Pensemos a respeito.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 15,
do livro Fonte viva, pelo Espírito Emmanuel,
psicografia de Francisco Cândido Xavier,
ed. FEB.
Em 5.6.2020.
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