Logo depois que seu irmãozinho nasceu, a pequena Amanda começou a pedir aos pais que a deixassem sozinha com o bebê. Mas os pais, preocupados com o que ela iria fazer com o neném, não permitiram.
Pensaram que ela pudesse estar com ciúmes e pretendesse sacudi-lo ou machucá-lo, comportamento comum em crianças de 4 anos, que era o caso da pequena Amanda.
Todavia, a menina não mostrava sinais de ciúmes. Tratava o bebê sempre com bondade e carinho, e seus apelos para ficar a sós com ele eram cada vez mais insistentes.
Os pais, após conversarem sobre o assunto, decidiram atender ao pedido de Amanda e permitiram que ela e o irmãozinho tivessem um momento a sós.
Satisfeita, a menina foi para o quarto do bebê e fechou a porta, mas esta abriu-se um pouquinho, o suficiente para que os pais, curiosos, espiassem e ouvissem.
Notaram, então, que a garotinha andou nas pontas dos pés até seu irmãozinho, aproximou seu rosto bem pertinho do dele e disse devagar:
-Bebezinho, me fale sobre o que Deus gosta, eu estou quase começando a esquecer.
* * *
O fato é singelo mas traz em si motivos de profundas reflexões.
Ao notarmos o comportamento das crianças, podemos compreender porque Cristo disse que o reino de Deus é daqueles que são como elas.
Jesus não afirma que o Reino de Deus é das crianças, mas daqueles que a elas se assemelham.
Observando as crianças, podemos notar que a inocência, a pureza, a benevolência, a sinceridade lhes são características.
Assim, podemos entender que eram essas virtudes que Jesus afirmava serem necessárias àqueles que desejam chegar ao Reino de Deus.
O apóstolo Pedro, em sua 1ª epístola, também fala que é preciso despojar-nos da falsidade, da hipocrisia, da inveja, da maledicência, como crianças que desejam o leite espiritual não falsificado, que nos fará crescer.
Jesus ainda assegura que quem não receber o reino de Deus como uma criança, jamais nele entrará.
Com esta afirmativa do Cristo, percebemos que existem virtudes sem as quais não conseguiremos galgar degraus na escala evolutiva e que, portanto, devemos conquistá-las.
Em outro momento Jesus afirma que o Reino de Deus está dentro de nós, o que torna ainda mais evidente a necessidade do autoconhecimento e da nossa reforma íntima, segundo a moral cristã.
Dessa forma, vale a pena buscar, em nossa infância distante, aquelas virtudes que perdemos no transcorrer do tempo.
E, conforme recomendou o Apóstolo Pedro, vale a pena resgatar a nossa sede de leite espiritual não falsificado pela competição desenfreada e pelas pseudo-necessidades da sociedade moderna.
E por fim, vale a pena buscarmos relembrar, como a pequena Amanda, do que Deus gosta.
* * *
Cada criança é um Espírito reencarnado em novo corpo.
Como tal, traz consigo as experiências felizes ou infelizes, já vividas. É por esse motivo que o Reino de Deus não é para as crianças, mas para aqueles que a elas se assemelham, ou seja, que tenham puro o coração.
Redação do Momento Espírita com base no cap. 10,
versículos 14 e 15 do Evangelho de Marcos e no
cap. 2 da 1ª Epístola de Pedro.
Em 06.07.2009.
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