Havia uma garotinha que apreciava muito andar pelos jardins de seu casarão. Um dia, viu uma borboleta espetada em um espinho, debatendo-se.
Cuidadosamente ela a soltou. A falena imediatamente começou a voar para longe. Porém, segundos depois ela retornou, chegou próximo ao seu ouvido direito e disse:
-Por sua bondade, vou lhe conceder seu maior desejo.
A menina pensou um pouco e pediu:
-Quero ser feliz!
A pequena voadora deu alguns rodopios, foi até seu outro ouvido, sussurrou algo e então desapareceu.
Os anos passavam e a garotinha crescia. Ninguém na Terra era mais feliz do que ela.
Sempre que alguém lhe perguntava sobre o segredo daquela sua felicidade, ela somente sorria e respondia:
-Soltei a borboleta e ela me fez ser feliz.
Quando ficou bem idosa, os vizinhos temeram que o seu fabuloso segredo pudesse morrer com ela.
-Diga-nos, por favor! Imploravam. Diga-nos o que a borboleta lhe disse!
Então, a adorável velhinha reuniu todos, sorriu e falou:
-Ela me disse que todas as pessoas, por mais seguras que pareçam ser, sempre precisam de mim!
* * *
Ser útil pode nos fazer felizes.
Num mundo onde ainda reina a mentalidade de que é preciso receber coisas, atenção, afeto, para ser feliz, a visão de que devemos dar para que nos realizemos, parece estranha.
Somente até percebermos que o ter não nos faz maiores, mais completos ou mais plenos.
É quando damos, quando nos damos que nos preenchemos. E o ser útil, o poder atender a todos quando precisam de nós é algo que preenche o vazio que há muito tempo nos incomoda.
É isso que nos une realmente em comunidade. É a alma da fraternidade, da compaixão, da simpatia.
Ninguém é autossuficiente. Todos precisamos uns dos outros. Essa é uma das belezas da vida em comunidade.
Por mais orgulhoso que alguém possa ser e proclamar-se independente de todos, haverá vários momentos em que dependerá, e muito, de seus semelhantes para que tenha seu conforto, suas necessidades atendidas, sua sobrevivência.
A Terra é um mundo de colaboração. Hoje, isso fica muito claro. As necessidades econômicas deram início a essa conscientização, que agora extrapola para outras esferas, que vão além da subsistência material apenas.
Precisamos uns dos outros para sobreviver, para trocar, para crescer, para aprender, para sermos mais plenos.
Cada cultura tem muito a contribuir com as outras. Nenhuma delas é soberana, nenhuma conhece toda a verdade e pode se afirmar superior às demais.
Há beleza em todas e beleza maior ainda na miscigenação.
Notemos que o Criador nos colocou no caminho da mistura, dos encontros de raças, de povos e religiões. Somos os únicos que ainda não entendemos isso.
Não existe mais raça pura na Terra. Aliás, o uso desse termo com a conotação que lhe dão é lamentável. Não é essa pureza que devemos buscar.
É a pureza da alma, livre de barreiras, livre de preconceitos, aceitando seus irmãos de Gaia de braços abertos.
Precisamos uns dos outros. Sejamos úteis no mundo.
Redação do Momento Espírita, com
base em conto de autoria ignorada.
Em 20.3.2017.
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