terça-feira, 17 de dezembro de 2024

MATURIDADE ESPIRITUAL

Durante a infância, o ser humano experiencia a fase do egocentrismo. 
Acredita que o mundo gira em torno dele próprio. 
A criança espera que tudo seja do jeito que gosta. 
Acredita ter direito ao melhor presente, à comida preferida e exige a atenção da família toda para si. 
É possível estabelecer uma comparação entre essa fase natural da evolução física e a evolução espiritual. 
Afinal, homens são Espíritos que temporariamente vestem um corpo de carne. 
Enquanto um homem tem a atenção focada em seus prazeres e necessidades, ele está na infância espiritual. 
Por mais antigo que seja, ainda não atingiu a maturidade.
Considera absolutamente necessário defender seu espaço e fazer valer suas prerrogativas. 
Como uma criança, entende ser justo o que o beneficia.
Assim é o discurso infantil a respeito da justiça. 
Qualquer pequeno dever é injusto. 
A mínima contrariedade representa opressão. 
Já as vantagens todas, por grandes que sejam, são naturais.
A maturidade espiritual revela-se por uma diferente compreensão do justo. 
O olhar já não está todo em vantagens e desejos. 
Não há mais a percepção de que o mundo precisa atender todas as suas necessidades. 
Gradualmente, o homem compreende que o direito nasce do dever bem cumprido. 
Ele também entende que a vida em sociedade pressupõe renúncia. 
Não é possível que todos realizem as próprias fantasias. 
Se isso ocorresse, haveria o caos. 
Há necessidade de limites e de concessões para a harmonia social. 
O homem maduro aprende a prestar atenção nos direitos dos outros, pois o ideal do justo já despertou nele. 
Sabe que a justiça é uma arte que implica dar a cada um aquilo que é seu. 
Por isso, não avança no patrimônio do semelhante. 
Não quer vantagens inapropriadas e nem aceita privilégios que os demais não podem ter. 
Compreende que a família do próximo é tão respeitável quanto a dele. 
Sabe que o patrimônio público é sagrado, pois voltado ao atendimento das necessidades coletivas. 
Respeita profundamente a honra e as construções afetivas dos outros. 
Seu senso ético não lhe permite baixezas, razão pela qual também tem a própria honra em grande conta. 
O espetáculo das misérias humanas revela o quanto ainda são imaturas as criaturas, sob o prisma espiritual. 
Entretanto, todas serão conduzidas à maturidade, pelos meios infalíveis de que a vida dispõe. 
Cedo ou tarde, compreenderão quão pouco adianta amealhar bens e posições à custa da própria dignidade. 
Quem se permite baixezas tem um despertar terrível, após a morte do corpo. 
Assimila que, na cata de vantagens, se tornou um mendigo na verdadeira vida. 
Percebe que sacrificou o permanente pelo transitório e perdeu tempo, pois terá de recomeçar o aprendizado. 
Pense nisso. 
Redação do Momento Espírita. 
Em 07.07.2015

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