Para tanto, coloca em nosso caminho excelentes professores.
Alguns são capazes de oferecer seus valores pelo exemplo.
São aqueles mais maduros, que nos ensinam através do seu comportamento.
Esses exemplificam o exercício da paciência, da compreensão, sem necessidade de discursos ou conceitos.
Apenas vivenciam, de forma simples e descontraída.
Entretanto, há os que nos ensinam de forma diversa.
Como ainda trazem limitações emocionais semelhantes às nossas, o que apresentam são embates, em que se misturam incompreensões mútuas, discussões e intolerância sobre determinados pontos de vista.
Não raro, o resultado nos machuca, fere.
Sentimo-nos violentados, enquanto, ao mesmo tempo, também reagimos, ferindo.
Como ainda nos falta a conquista da compreensão e o estofo emocional da tolerância, conflitos surgem, ganhando panoramas de complexa envergadura, donde nascem as mágoas.
Assim é que, muitas vezes, sentimentos positivos, alegres, amorosos, ainda não enraizados em nós, acabam substituídos pelo ressentimento.
Porém, todo conflito oferece oportunidade de autoconhecimento e de aprendizado.
Se nos encontramos na situação do magoado, cabe-nos estender a lição do perdão.
Se o outro nos magoou, é porque ainda tem suas limitações, suas dificuldades internas.
Devemos buscar transformar lentamente a mágoa em compreensão, o que nos permitirá cicatrizar a ferida emocional que carregamos.
Para isso, analisemos com profundidade as verdadeiras causas da nossa mágoa, pois a dificuldade em perdoar reside em nosso próprio íntimo.
Identificada a causa, esforcemo-nos por adquirir tolerância, compreensão e capacidade de perdão.
No entanto, se fomos o causador de tal sentimento em outrem, cabe-nos a busca pelas desculpas, pelo perdão e ressarcimento.
Primeiramente, necessitamos identificar o equívoco em nós, e acionar o autoperdão, pois para conseguirmos perdoar o outro é necessário nos sentirmos em paz, o que o autoperdão nos proporcionará.
Sem acomodação com a situação ou a busca de razões que nos justifiquem, mas compreendendo que somos passíveis de erro.
O passo seguinte é a busca do perdão do outro, reconhecendo nosso equívoco, manifestando sincero arrependimento.
Se ele não nos deseja perdoar, é um direito dele.
De nossa parte, deixemos a porta aberta à reconciliação, enquanto seguimos em frente, sem carregar complexos de culpa, nem nos sentindo vítimas.
Nessas horas, o melhor caminho é investir esforços para modificar o próprio comportamento, alterando nossas atitudes.
Isso é aprender com os erros.
Reconhecer nossos enganos, nossos próprios limites para, a partir de então, conquistar virtudes e ampliar nossas fronteiras emocionais.
Assim, de uma forma ou de outra, a lição é para a vida, para o crescimento pessoal, para o engrandecimento do Espírito.
Magoando, buscar o perdão.
Magoado, oferecer a compreensão, sem albergar na alma qualquer sentimento de ordem inferior.
Pensemos nisso e procuremos agir no sentido de não guardarmos o que nos possa fazer mal ou albergarmos na alma sentimentos menos nobres.
Redação do Momento Espírita.
Em 10.12.2016.
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