sexta-feira, 26 de julho de 2024

O MAIOR LEGADO

Jack Canfield, Mark Victor Hansen
Tudo aconteceu mais ou menos assim, em casa de Clara. 
Eles eram cinco filhos, de idades entre doze a dois anos. 
A mãe era uma pessoa alegre e que nunca estava ocupada demais para eles. 
Ela parava de passar roupa para ajudar em qualquer projeto da escola. 
Ou desligava o aspirador de pó para convocar todos para um passeio no bosque para colher espécimes para o projeto de ciências de algum deles. 
As vidas daquelas crianças eram repletas de divertimento e de amor.
Até o dia em que a mãe reuniu os cincos filhos e lhes contou que tinha um tumor terminal no cérebro e que lhe restava apenas alguns meses de vida. 
Houve soluços, muito choro, lágrimas e mais lágrimas. 
Mas, ela lhes disse que o maior presente que poderiam lhe dar era tocar a vida como se nada estivesse errado. 
Queria que suas últimas recordações fossem felizes. 
E todos concordaram em se esforçar. 
Então, ela morreu e, nas semanas seguintes, a angústia e a dor daquela família parecia algo impossível de se descrever. 
Até o dia em que Clara foi vestir a irmã mais nova para a escola e encontrou um bilhete engraçado que a mãe escondera dentro da meia da menina. 
Era como ter a mãe de volta. 
Nos dias que se seguiram, toda a família virou a casa de cabeça para baixo à cata de mais recados. 
Cada nova mensagem encontrada era compartilhada, lida e relida. 
No Natal, ao tirarem os enfeites do armário, encontraram uma maravilhosa mensagem de Natal. 
Nos anos posteriores, as mensagens continuaram a surgir, esporadicamente. 
Na formatura de Clara, no seu casamento. 
Até mesmo no dia em que nasceu o primeiro filho de Clara, chegou um cartão com uma comovente mensagem. 
Cada filho recebeu esses bilhetes curtos e engraçados, ou cartas repletas de amor, até o último se tornar adulto. 
É que a mãe havia confiado cartas e cartões a amigos, para serem entregues nas datas especiais, aos seus filhos. 
O marido se casou outra vez e, no dia de seu casamento, um amigo lhe entregou uma carta escrita pela esposa, para ser lida pelos filhos.
Ela desejava ao marido felicidades e instruía os filhos a cercarem a madrasta de amor, pois tinha imensa fé de que o pai jamais escolheria uma mulher que não fosse generosa e carinhosa, para com seus preciosos amores. 
* * * 
Com certeza deve ter sido com muita dor que aquela mulher escreveu aquelas cartas para os filhos. 
Também é possível que o tenha feito, em várias oportunidades, de uma forma bem alegre, antevendo a surpresa e a alegria deles, ao recebê-las, no futuro. 
No entanto, o que mais impressiona no seu gesto, são as recordações maravilhosas que ela proporcionou para aquelas crianças, apesar da dor que sofreu, em silêncio, e da angústia que deve ter sentido em saber que logo mais teria que deixar a sua adorada família, para partir para o mundo espiritual. 
* * * 
O verdadeiro amor supera a dor, a angústia e a tristeza. 
Pensa no objeto da sua dedicação, antes que em si próprio. 
Por isso, sobrevive ao tempo, supera a morte e coloca nos corações amados a chama inapagável da alegria e da esperança. 
O verdadeiro amor é sempre bordado de renúncia e dedicação.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. Amor de mãe, de Pat Laye, do livro Histórias para aquecer o coração das mães, de Jack Canfield, Mark Victor Hansen, Jennifer Read Hawthorne e Marci Shimoff, ed. Sextante.
Em 26.9.2014.

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