Peter Calderella |
Quantas vezes, ante campanhas desencadeadas por pessoas ou instituições, sentimos a vontade de contribuir e nos esquivamos?
Sempre e ainda em nome de que o que temos a oferecer é muito pouco.
E contamos que quem tenha muitas posses, quem detenha melhores condições do que as nossas, doe, em nome da fraternidade, da solidariedade.
E, no entanto, essa migalha poderá fazer falta a alguém que espera a bênção do alimento, do remédio, do agasalho.
Esquecemos de que o imenso oceano se formou a partir de pequenas gotas.
E cada uma delas tem sua riqueza própria e especial.
Quando se trata de presentear amigos que detenham melhor status social do que o nosso, refreamos o gesto de doação porque pensamos que aquele mimo que confeccionamos é tão modesto, tão pequeno para quem tem tanto.
Contudo, por vezes, essas pessoas que imaginamos tenham tudo, apreciam e muito, algo pequeno, despretensioso.
Algo que elaboramos com nossas mãos, com nossa criatividade e que se encontra repleto das nossas boas e amorosas vibrações.
Uma lembrancinha que fará a grande diferença no dia de quem está acostumado a ganhar presentes caros de pessoas ilustres.
Presentes envoltos em papel refinado com abundantes e caprichosos laços de fita.
Pensamos e pensamos e deixamos de fazer coisas tão extraordinárias.
Deixamos de ofertar a nossa migalha, nossa gota ao oceano.
As crianças não têm esses pruridos.
Elas colhem uma flor no meio do campo e correm a entregá-la para o amigo, a mãe, a professora.
Felizes, como se aquela fosse a mais rara e bela flor do Universo.
E isso porque quando eles a viram, a acharam bonita, colorida e decidiram oferecê-la a quem amam.
Espontaneidade.
É o que nos falta: deixar que fale e aja o coração.
Por isso, o gesto daquele menino italiano repercutiu nas redes sociais.
Desejando agradecer pela cura de sua mãe, ele entregou um envelope ao médico que a tratara.
Ao abrir, doutor Peter Calderella ficou emocionado.
Em meio a palavras de agradecimento, havia quarenta e cinco centavos que o garoto tinha economizado.
Tudo com uma recomendação: que o médico utilizasse aquele valor para fazer pesquisas a fim de descobrir a cura do câncer.
O menino tem apenas cinco anos e, com certeza, não tem a exata dimensão da importância de uma pesquisa científica, nem imagina quanto ela custa.
No entanto, ele simplesmente se permitiu expressar a sua generosidade.
Doou o que tinha.
O seu tesouro.
Todas as suas economias.
Algo que nos lembra muito bem o óbolo da viúva da parábola narrada pelo Mestre Jesus.
* * *
Sejamos generosos, sempre.
Com poucas moedas ou com grandes importâncias.
Com nosso quilo de alimento ou com toneladas que possamos ofertar.
Com uma peça miúda de vestuário ou com fardos de cobertores, acolchoados e edredons.
Sejamos generosos e gratos.
Doemos o que nos seja possível: pequeno, grande, minúsculo.
E junto com nossa doação, que vá a nossa vibração de carinho, revestida de ternura.
Isso tornará a nossa oferta muito, muito valiosa.
Redação do Momento Espírita, com fato extraído
do site www.sonoticiaboa.com.br, de 9.4.2018.
Em 21.5.2018.
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