terça-feira, 2 de julho de 2024

CARTAS PARA DEUS

Alguns de nós, por vezes, quando convidados a orar, dizemos: 
-Eu não sei como fazer. Não sei como se ora, ou como se reza. 
Parece mais ser coisa de religiosos, de pessoas que são vinculadas a algum culto. 
No entanto, é tão simples. 
Cada um de nós pode encontrar a sua forma de orar a Deus que nada mais é do que um diálogo de nossa alma com o Pai Criador. 
Um menino de apenas oito anos de idade, vítima de câncer, travando uma batalha diária com a doença que o consumia, criou a sua própria fórmula. 
Afastado da escola, ficou internado por longo tempo, enfrentando cirurgia e sessões de quimioterapia. 
Foram dois longos anos de idas e vindas ao hospital, pequenas fases de aparente descanso e retorno à quimioterapia. 
Amado por sua família e por seus amigos, Tyler escreveu cartas endereçadas a Deus. 
Nelas contava das suas dificuldades, das suas preocupações com a mãe, o irmão, os amigos. 
E fazia seus pedidos. 
Para si e para todos os que amava. 
O carteiro que recepcionava as cartas ficava perplexo. 
Para onde ele enviaria aquela correspondência? 
Afinal, ele não descobrira o correto endereço de Deus, nem o CEP.
Sequer uma mera caixa postal. 
Inteirando-se da história do menino, o carteiro foi guardando todas em determinado local do edifício dos correios. 
Um local onde eram depositadas cartas sem destino certo. 
A história que acabou se tornando filme, com roteiro escrito pelo próprio pai do garoto, registra que a atitude do garoto influenciou outras pessoas. 
Não é que é legal escrever para Deus? 
Contarmos o que sentimos, do que precisamos. 
Até fazermos alguma reclamação, de vez em quando, por acreditarmos que algo não foi bem definido ou pensado pela Divindade. 
Isso é oração. 
Abrir a alma, falar francamente de coração para Espírito, porque o Mestre de Nazaré ensinou que Deus é Espírito e em Espírito e Verdade deve ser adorado. 
É isso aí. 
A fé do pequeno Tyler era tal que, vez ou outra, escrevia: 
-Eu vi que você atendeu o pedido que eu fiz. Então, eu tenho certeza que está lendo as minhas cartas. 
Sinal de fé, certeza de que a Divindade nos ouve. 
Por vezes, isso nos faz falta. 
Essa certeza de que não estamos sós. 
De que, se a enfermidade nos abraça, se a morte leva os nossos amores, se as dificuldades para manter o lar parecem maiores do que possamos resolver, Deus não nos esquece. 
Tudo tem uma razão de ser. 
E como diz o ditado popular não há mal que não se acabe. 
Ainda conforme o Mestre de Nazaré Deus é Pai. 
E qual o pai que ouvindo o filho lhe pedir pão, lhe ofereceria uma pedra? 
Pensemos a respeito. 
E tornemos a oração parte de nossas vidas. 
Não precisa ser em horários definidos, em momentos específicos.
Acostumemo-nos a dialogar com nosso Pai, a qualquer hora. 
-Deus, proteja minha filha a caminho da escola. 
- Deus, estou saindo para mais uma entrevista de emprego. Pode me ajudar, por favor? 
-Deus, estou me sentindo tão só. Será que poderia mandar um passarinho para cantar em minha janela para alegrar a minha alma?
-Deus, fica comigo. 
Oremos. 
Redação do Momento Espírita, com base no Filme Cartas para Deus, lançado no Brasil em 2011; transcrições do Evangelho de João, cap. 4, vers. 23 e 24 e Evangelho de Mateus, cap. 7, vers. 9.
Em 2.7.2024.

Nenhum comentário:

Postar um comentário