-Eu não sei como fazer.
Não sei como se ora, ou como se reza.
Parece mais ser coisa de religiosos, de pessoas que são vinculadas a algum culto.
No entanto, é tão simples.
Cada um de nós pode encontrar a sua forma de orar a Deus que nada mais é do que um diálogo de nossa alma com o Pai Criador.
Um menino de apenas oito anos de idade, vítima de câncer, travando uma batalha diária com a doença que o consumia, criou a sua própria fórmula.
Afastado da escola, ficou internado por longo tempo, enfrentando cirurgia e sessões de quimioterapia.
Foram dois longos anos de idas e vindas ao hospital, pequenas fases de aparente descanso e retorno à quimioterapia.
Amado por sua família e por seus amigos, Tyler escreveu cartas endereçadas a Deus.
Nelas contava das suas dificuldades, das suas preocupações com a mãe, o irmão, os amigos.
E fazia seus pedidos.
Para si e para todos os que amava.
O carteiro que recepcionava as cartas ficava perplexo.
Para onde ele enviaria aquela correspondência?
Afinal, ele não descobrira o correto endereço de Deus, nem o CEP.
Sequer uma mera caixa postal.
Inteirando-se da história do menino, o carteiro foi guardando todas em determinado local do edifício dos correios.
Um local onde eram depositadas cartas sem destino certo.
A história que acabou se tornando filme, com roteiro escrito pelo próprio pai do garoto, registra que a atitude do garoto influenciou outras pessoas.
Não é que é legal escrever para Deus?
Contarmos o que sentimos, do que precisamos.
Até fazermos alguma reclamação, de vez em quando, por acreditarmos que algo não foi bem definido ou pensado pela Divindade.
Isso é oração.
Abrir a alma, falar francamente de coração para Espírito, porque o Mestre de Nazaré ensinou que Deus é Espírito e em Espírito e Verdade deve ser adorado.
É isso aí.
A fé do pequeno Tyler era tal que, vez ou outra, escrevia:
-Eu vi que você atendeu o pedido que eu fiz. Então, eu tenho certeza que está lendo as minhas cartas.
Sinal de fé, certeza de que a Divindade nos ouve.
Por vezes, isso nos faz falta.
Essa certeza de que não estamos sós.
De que, se a enfermidade nos abraça, se a morte leva os nossos amores, se as dificuldades para manter o lar parecem maiores do que possamos resolver, Deus não nos esquece.
Tudo tem uma razão de ser.
E como diz o ditado popular não há mal que não se acabe.
Ainda conforme o Mestre de Nazaré Deus é Pai.
E qual o pai que ouvindo o filho lhe pedir pão, lhe ofereceria uma pedra?
Pensemos a respeito.
E tornemos a oração parte de nossas vidas.
Não precisa ser em horários definidos, em momentos específicos.
Acostumemo-nos a dialogar com nosso Pai, a qualquer hora.
-Deus, proteja minha filha a caminho da escola.
- Deus, estou saindo para mais uma entrevista de emprego. Pode me ajudar, por favor?
-Deus, estou me sentindo tão só. Será que poderia mandar um passarinho para cantar em minha janela para alegrar a minha alma?
-Deus, fica comigo.
Oremos.
Redação do Momento Espírita, com base no
Filme Cartas para Deus, lançado no Brasil em 2011;
transcrições do Evangelho de João, cap. 4, vers. 23 e 24
e Evangelho de Mateus, cap. 7, vers. 9.
Em 2.7.2024.
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