sexta-feira, 19 de julho de 2024

O MAIOR DOS PROFETAS

Uma das obras mais célebres do Século XX, rapidamente traduzida para quase todas as línguas, é a Vida de Jesus, de autoria de Ernest Renan. 
Em 1862, o autor foi nomeado professor de hebraico no Collège de France. 
O governo de Napoleão III suspendeu o curso, após a primeira aula. 
Isso porque Renan chamara Jesus de Homem Incomparável. 
Um Homem acima de todos os profetas, ímpar, sem igual. 
Mas, um homem. 
Para ele, a popularidade de Jesus procedia daquele amor raro que Ele oferecia a todas as gentes, um amor incondicional. 
As pessoas não estavam acostumadas a esse tratamento. 
Acabavam se maravilhando e entregando suas próprias crenças ao serviço da Boa Nova apaixonante. 
Também o discurso do Nazareno, de fácil compreensão, cheio de parábolas sábias e ilustrativas, soava aos ouvidos como o mais belo e convincente. 
Eram palavras que prometiam uma nova vida, cheia de esperança e livre das dores humanas. 
Uma filosofia nunca dantes apresentada. 
A vida de Jesus é verdadeiramente arrebatadora. 
Muito a respeito dessa invulgar personalidade já se escreveu. 
Seus primeiros biógrafos, os quatro Evangelistas, O retratam como um homem fora do Seu tempo. 
Nem poderia ser de outra forma. 
Conforme os ensinos dos Espíritos, Jesus é o único Espírito Perfeito que habitou a Terra. 
Por isso, Suas ações, Seus ensinos extrapolam os conceitos da Humanidade que ainda não alcançou a excelência das virtudes.
Como pedagogo de excepcionais qualidades, Ele viveu o que ensinou. 
Disse que se deveria oferecer ao agressor a outra face, ou seja, não revidar o mal recebido. 
E, sendo traído por um dos Seus, para ele somente teve gestos de afeto. 
Quando recebe o beijo da traição, indaga: 
-Amigo, a que viestes? 
Ou seja, o que você deseja? 
-Por que vem a mim, na calada da noite, com soldados armados?
Senhor do Mundo, Se submeteu ao julgamento do procurador da Judeia, que estava muito mais interessado em manter a sua posição e o seu poder do que, verdadeiramente, julgar com imparcialidade e nobreza. 
Tão verdadeiro é esse posicionamento que, mesmo não tendo encontrado nada que devesse ser punido naquele homem, lhe confere a sentença de morte. 
E O manda executar da forma terrível que Roma reservava para os revolucionários, os que se erguiam contra o Império. 
Contudo, o Pastor das Almas somente teve palavras de perdão. 
Em meio à agonia da cruz, roga ao Pai que a todos perdoe, pois que não sabem o que fazem. 
O supliciado Se preocupa pelo futuro dos Seus algozes. 
Arauto da Imortalidade, entregou o Espírito ao Pai, em lacônica mas profunda prece. 
E, adentrando a Espiritualidade, retornou glorioso, demonstrando que a morte não Lhe destruíra senão o corpo físico. 
Ele estava ali, triunfador da morte, testificando que a vida prossegue, que quem parte não esquece os que permanecem na Terra. 
E, aparecendo no cenáculo a portas fechadas, fazendo-Se anunciar por vento brando; ou aguardando na praia os companheiros que vinham da pesca, demonstra estar vivo, presente, atuante. 
Sim, tinha razão Ernest Renan ao apresentá-lO como um Homem Incomparável, o maior entre todos os Profetas: Nosso Mestre e Senhor Jesus. 
Redação do Momento Espírita. 
Em 05.05.2015.

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