segunda-feira, 24 de junho de 2024

MÃES SOLTEIRAS

É um fenômeno mundial. 
No planeta inteiro, há milhares de anos, bilhões de mulheres encaram a maternidade sozinhas. 
Hoje até se tornou moda: mulheres independentes e financeiramente estáveis optam por criar os filhos sozinhas. 
Mas, na maior parte das ocasiões, a maternidade solitária não é fruto de uma escolha. 
Sim, ser mãe solteira é também amargar o abandono, a confiança traída. 
É encarar o futuro assustada, muitas vezes sem sequer ter saído da adolescência. 
Como se sabe, na adolescência e na juventude, tudo parece ser maior, mais intenso e mais profundo do que realmente é. 
Por isso, os mais jovens se apaixonam e imaginam que vão morrer de amor. 
Quando rompem um namoro, acreditam que jamais encontrarão alguém melhor. 
E as brigas familiares assumem proporções de tragédia. 
Tudo isso é preciso ter em mente quando se analisa a questão das mães solteiras, da gravidez na adolescência e das crises que envolvem tais situações. 
É óbvio que uma gestação na adolescência não é a situação ideal. 
Ela atrasa estudos, interrompe sonhos e planos, gera momentos de desconforto. 
Mas o que fazer diante do fato concreto? 
E quando uma filha revela que está grávida, que atitude tomar?
Diante de uma gravidez, os pais entram em pânico e as filhas se desesperam ou se revoltam. 
Instala-se o caos. 
É bem humano e natural que seja assim. 
É que criamos expectativas a respeito dos outros. 
Os pais esperam que as filhas cursem uma Universidade, consigam um bom emprego, namorem, se casem e constituam uma linda e harmoniosa família. 
Por sua vez, as filhas também traçam planos que, às vezes, até coincidem com o dos pais. 
Mas elas também desejam ser felizes, conseguir independência, ter um lar para chamar de seu, com algum conforto e muita alegria. São projetos. 
Mas a vida tem surpresas pelas curvas do caminho. 
E a mais comum situação é ver os sonhos desaparecerem como bolhas de sabão. 
E nessas ocasiões vem a pergunta: 
Como agir? 
Como ser solidário e bom com a filha grávida, sem deixar de chamá-la à responsabilidade própria? 
As respostas a essas questões envolvem duas palavras: amor e sabedoria. 
Amor para compreender que a filha atravessa um momento delicado.
Muitas vezes foi abandonada, está sem chão, sem suporte.
Desnorteada, não consegue ver o futuro. 
Pensa apenas na gravidade da situação, nos momentos próximos em que terá nos braços um filho. 
E ela mesma é pouco mais que uma criança... 
Para os pais, a hora é igualmente difícil. 
Abalados, decepcionados, choram e brigam, externando a dor interna. 
Mas são mais maduros. 
É a hora de ganharem forças para amparar a filha necessitada. 
E ajudar a filha mãe solteira não é assumir as responsabilidades dela nem a educação do neto. 
Auxílio, nesse caso, é orientação, apoio psicológico e material, estímulo a continuar os estudos, cuidar do próprio filho e seguir em frente. 
Por vezes, fazemos tempestade em copo d´água. 
Ao contrário do que muita gente pensa, é possível ter filhos, estudar, trabalhar e concretizar todos os sonhos. 
É lógico que tudo será mais trabalhoso e difícil, mas não é impossível. 
A dificuldade é consequência da invigilância. 
Para isso, basta que alguém - pais, namorado, irmão, amigo, parente - faça uma pequena corrente de solidariedade e dê apoio.
Não se trata de assumir o papel da mãe nem suas obrigações. 
Isso jamais. 
Trata-se de pequenos gestos que farão toda a diferença no futuro.
Pense nisso! 
Redação do Momento Espírita. Disponível no CD Momento Espírita, v. 18 e no livro Momento Espírita, v. 8, ed. FEP. 
Em 10.5.2023.

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