sábado, 1 de junho de 2024

MÃE, EIS AÍ O TEU FILHO!

Ela era jovem, na flor da idade. 
Fora desposada por José, que a acolhera em fidelidade e amor. 
Numa tarde singela, após os seus afazeres, como num sonho, recebeu a visita de um mensageiro celeste. 
-Ave, cheia de graça, retumbou a voz angélica. Deseja nosso Pai que recebas, em teus braços, o Seu filho. 
Maria teve um leve sobressalto. Mas redarguiu: 
-Faça-se em mim, pobre serva, a vontade do meu Deus. 
Os meses correram ligeiros. 
Em difícil viagem, José e Maria se dirigiram a Belém. 
Numa estrebaria simples, em meio aos animais, nasceu o Filho do Altíssimo e, numa manjedoura, foi acomodado. 
A seu tempo, Maria viu o seu Jesus falar e caminhar, contou-lhe histórias, dEle cuidou. 
Porém, próximo aos trinta anos, Ele partiu. 
Chegara a hora de cuidar dos negócios do Pai Maior. 
Doze amigos se uniram a Ele e, ao Seu lado, se puseram a caminhar.
Maria ouvia rumores de que, na presença de seu filho, cegos voltavam a ver; surdos a ouvir e até aquele que era considerado morto, tornara a se levantar. 
Seu coração de mãe enchia-se de temores. 
Os orgulhosos ressentiam-se daquilo que ensinava Jesus: o amor ao próximo, o perdão das ofensas. 
Lições nem sempre compreendidas, mas que transbordavam o mundo de luz. 
Ensinando, doando-se, servindo, o Cristo semeava a paz. 
Quando Ele a visitava, Maria indagava: 
-Que fazes, meu filho? 
E Jesus, terno e carinhoso: 
-Eu cuido dos negócios de meu Pai.
* * * 
Numa noite de angústias, João trouxe à mãe do Mestre o doloroso aviso: 
-Acusam-no de colocar-se contra a ordem estabelecida. 
Num julgamento injusto, foi condenado e ainda teve a multidão a gritar por Sua morte e pela soltura do celerado Barrabás. 
-Mulher, eis aí o teu filho. Filho, eis aí a tua mãe. 
Aos pés do filho crucificado, Maria recebe a Divina missão: ser nossa mãe, mãe de toda a Humanidade. 
Mãe do Cristo, mãe de todos nós. 
Que por seu exemplo nos aproximemos de Jesus e possamos ouvir a sua voz. 
* * * 
É Natal. 
Ajustemos a acústica da alma para que ouçamos as vozes celestes a cantar: 
-Glória a Deus nas alturas. Paz na Terra. Boa vontade para com os homens. 
Contemplemos o Menino Luz que chega ao mundo para nos iluminar a jornada e para nos ensinar a chamar Deus de Pai. 
Unamo-nos a Maria, a senhora do silêncio e da fé. 
Junto a ela, recebamos Jesus na manjedoura de nossos corações.
Tudo para que o Natal se faça celebração íntima, na qual nos encontremos com o Cristo descrucificado, e presente na vida daqueles que O seguimos. 
Presente na vida daqueles que O desconhecem. 
Daqueles que sofrem, dos que temem, dos que sentem fome, dos adoentados, dos que, arrependidos, buscam no olhar do Mestre o recomeço... 
* * * 
A Mãe Santíssima compreendeu a sua missão ao contemplar os olhos de seu filho. 
A exemplo de Maria, busquemos o olhar de Jesus, a fim de atendermos ao seu convite: 
-Ama a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo.
Redação do Momento Espírita. 
Em 01.12.2016

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