domingo, 31 de dezembro de 2023

RECEITA DE ANO NOVO

Há muitos anos, num pequeno e distante vilarejo, havia um lugar conhecido como A casa dos mil espelhos
Certo dia, um senhor muito amável, gentil e risonho tomou conhecimento dela e, curioso, decidiu visitá-la. 
Adentrou A casa dos mil espelhos e viu-se refletido naquele sem-fim de imagens. 
Para sua surpresa, deparou com centenas de olhares gentis sobre si.
Abriu um enorme sorriso e, assim, foi correspondido com mil enormes sorrisos. 
Ao sair da casa, pensou: 
-Que lugar maravilhoso! Desejo voltar aqui várias vezes! 
Outro senhor, que não era tão amável e gentil quanto o primeiro, também foi conhecer essa casa excepcional. 
Ele raramente sorria, reclamava muito diante das circunstâncias da vida e sempre que uma oportunidade lhe aparecia, lamentava-se de seus problemas, tornando-os muito maiores do que realmente eram.
As outras pessoas não lhe eram importantes e pouco valor dava a elas.
Por isso, isolava-se e não se preocupava com as dificuldades alheias.
Adentrou a casa e foi enorme o seu espanto quando contemplou mil olhares hostis que o fitavam. 
A eles, destinou o semblante carregado, desprezando-os. 
Virou-lhes as costas e deixou a casa, pensando: 
-Que lugar horrível! Jamais voltarei aqui! 
* * * 
Um Novo Ano se inicia. 
É momento propício para estabelecermos objetivos, traçarmos metas, renovarmos propósitos. 
É momento ideal para avaliarmos os passos que nos trouxeram ao caminho que hoje percorremos. 
Quantas são as alegrias, os motivos para estarmos gratos, as razões para comemorarmos? 
Quantos são os arrependimentos? 
Todos os rostos que diariamente fitamos são espelhos a refletir nossos sentimentos, nossas perspectivas de vida, nossos valores, crenças e esperanças. 
Por um instante, prestemos atenção e os contemplemos: O que enxergamos? 
Encontramos sorrisos sinceros, amistosos e fraternos? 
Encontramos rostos amigáveis, gentis e felizes? 
Ou, pelo contrário, deparamo-nos com a tristeza, a melancolia, a indiferença? 
No ano que desponta, muitos outros espelhos iremos contemplar. 
Que imagens veremos neles? 
Em meio a tantas possibilidades, uma certeza: se sorrirmos, veremos sorrisos. 
Portanto, que nossa maior meta para o ano nascente seja sorrir, com os lábios e com o Espírito. 
Sorrisos de caridade, de bondade, de gentileza, de compreensão, de humildade. 
Sorrisos de acolhimento, de dedicação, de esforço, de disciplina, de generosidade, de fé, de gratidão. 
Sorrisos de amor! 
* * * 
Um ano só é realmente novo quando nos renovamos, tornando-nos novos também. 
Recordemos as palavras do poeta: 
-Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo. Eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.
Pensemos nisso! 
Feliz Ano Novo! 
Redação do Momento Espírita, com base em conto de autoria ignorada e com citação final do poema Receita de Ano Novo, do livro homônimo, de Carlos Drummond de Andrade, ed. Companhia das Letras. 
Em 30.12.2023

sábado, 30 de dezembro de 2023

LIÇÃO NUMA CAPELA

Eugênio Mussak
Évora faz parte da rede de cidades mais antigas da Europa. 
Sua fundação é atribuída à época da dominação romana. 
No entanto, existem alguns vestígios de presença humana de mais de seis mil anos. 
Uma prova disso são os menires, monumentos de pedra, em círculo, na localidade de Almendres, descobertos em 1964. 
A cidade, situada a cem quilômetros de Lisboa, recebe muitos turistas, que se extasiam com suas ruazinhas no centro, entre muralhas. 
E com monumentos bem conservados, como o Templo a Diana. 
Mas, o mais excepcional é a Capela dos Ossos. 
Os frades franciscanos chegaram na região, no Século XIII. 
Seu objetivo era pregar a fé e a humildade. 
Construíram uma igreja e uma escola. 
Foi no interior do que hoje é um imponente monumento da cidade, a igreja, que os franciscanos resolveram criar um espaço para intensa reflexão sobre a vida. 
Queriam algo verdadeiramente tocante. 
Para isso, fizeram um monumento à morte. 
A morte, única certeza que temos, inimiga do nosso instinto de conservação, da nossa vontade de viver. 
Ao construírem a capela, também resolveram um problema da cidade, que desejava desativar mais de quarenta cemitérios abandonados e não sabia que destino dar a tantos esqueletos. 
Os monges os requisitaram e os colocaram nas paredes e nas colunas, unidos por uma massa cinzento azulada. 
Parece algo macabro. 
Mas, quem visita a capela observa que a estética é muito interessante.
Centenas de crânios, fêmures e colunas vertebrais se acomodam, num estranho mosaico. 
Embora tenha se tornado um local turístico, cumpriu seu objetivo inicial: um lugar para meditação e estímulo à humildade. 
Começando pela inscrição na porta de entrada: 
Nós, ossos que aqui estamos, pelos vossos esperamos.
 
Cada um que visita a Capela dos Ossos tem uma reação particular. 
Alguns sentem acender sua religiosidade. 
Para outros, é simples curiosidade histórica. 
Entretanto, a grande mensagem é mostrar que a vida é breve. 
Por isso, a devemos viver com intensidade, com responsabilidade, com humildade. 
Para que brigarmos tanto, para que disputarmos tanto, se a vida é tão curta? 
E, afinal, por que nos apegarmos tanto a ela? 
A grande inspiração provocada pela capela é de que a brevidade da vida é um dos elementos que a fazem ser tão maravilhosa. 
A sabedoria, portanto, está em sabermos viver cada minuto das nossas vidas, valorizar as relações afetivas. 
O poeta cubano José Martí cunhou uma frase, que foi popularmente editada e é muito usada: 
Plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro: três coisas que toda pessoa deve fazer durante a vida. 
Podemos plantar muitas árvores para deixar como nosso legado: a da amizade, do bem querer, do otimismo. 
Marcas indeléveis que assinalarão nossa passagem por aqui. 
Podemos ser pais biológicos ou abraçarmos filhos da carne alheia, de forma ampla ou apadrinhamento. 
Quanto bem a fazer! 
Finalmente, o mais precioso livro que possamos escrever é o do nosso próprio jornadear pela Terra.
Um livro que retrate feitos de trabalho, de perseverança nos bons propósitos, de crescimento intelecto-moral. 
Pensemos nisso. 
Redação do Momento Espírita, com base no artigo A capela da humildade, de Eugênio Mussak, da revista Vida Simples, edição 194, de abril de 2018, ed. Caras.
Em 10.3.2023.

sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

QUANDO JESUS NOS CONVIDA

Quando o Mestre esteve fisicamente entre nós, escolheu aqueles que deveriam dar continuidade ao ministério da divulgação da Boa Nova. 
Às margens do lago de Tiberíades, convida o pescador Pedro e seu irmão para que se tornem pescadores de homens. 
Pedro haveria de se transformar exatamente na pedra sobre a qual se apoiaria a comunidade nascente. 
Em manhã de sábado, vai ao encontro do publicano Mateus, na coletoria de impostos, convidando-o a segui-lO. 
E será exatamente esse Levi Mateus que tomará as primeiras notas a respeito do Evangelho do Reino de Deus que o Mestre viera instalar na Terra. 
Onde encontrasse alguém de boa vontade, com o espírito de serviço, Jesus realizava o convite. 
Assim, no poço de Jacó, perto da cidade de Sicar, Ele mantém um diálogo com uma mulher samaritana, revelando-se a ela como sendo o Messias ardentemente aguardado pelo povo. 
Oferecendo-lhe a água viva, para que nunca mais tivesse sede, convida-a a retificar seu caminho, instruindo-a a cultuar Deus em Espírito e Verdade, no altar do coração. 
Em outra oportunidade, entrando na cidade de Jericó, escolhe hospedar-se na casa do coletor de impostos Zaqueu, ali ofertando a mensagem da Boa Nova a ele, sua família e seus convidados. 
Mais tarde, Zaqueu se tornaria colaborador em uma comunidade de Cesareia. 
Para divulgar a Boa Nova a todas as gentes, fala Jesus, diretamente, com Saulo de Tarso, às portas da cidade de Damasco. 
Lembra a ele dos compromissos assumidos, antes do nascimento. 
E o perseguidor dos seguidores do Rabi se torna seu mais expressivo arauto.
A muitos outros chamou Jesus para segui-lO. 
Alguns aceitaram, outros não.
E muitos dos que foram beneficiados com a cura das enfermidades do corpo e da alma se tornaram divulgadores da Sua mensagem de esperança e paz. 
* * *
Hoje, prossegue Jesus a realizar o Seu convite generoso, que envolve segui-lO, abraçar o fardo suave e o jugo leve. 
Por vezes, entendemos que isso nos confere a possibilidade de termos menos dificuldades a enfrentar na vida. Contudo, seguir Jesus significa entender porque nascemos, porque estamos na Terra neste exato momento, como nos devemos portar frente aos embates do cotidiano. 
E o grande convite do Homem de Nazaré é para que sejamos bons pais, bons filhos, bons cônjuges, bons profissionais, bons vizinhos, bons amigos. 
Ele nos solicita engajamento na luta contra o homem velho, que ainda carregamos, com as chagas do orgulho, do egoísmo, da inveja, da vaidade, do ciúme, do personalismo e da indiferença ao sofrimento alheio.
Ele nos convida a sermos Seus cooperadores no amparo aos menos afortunados, estendendo braços amigos aos desesperançados. 
Para tanto, nos encaminha corações aflitos para que lhes ofereçamos a palavra amiga, o conselho amoroso e sem julgamento. 
Atendamos ao convite do Celeste Amigo. 
Se, nos dias primeiros da divulgação da Boa Nova, era exigido dos seus seguidores o martírio e a morte, em muitas circunstâncias, hoje, o que Ele nos pede é o sacrifício da nossa cooperação, no altar da nossa compaixão. 
Redação do Momento Espírita 
Em 29.12.2023.

quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

LIÇÃO NO APÓLOGO(CONTO)

CHICO XAVIER
Na crônica de vários países do mundo existe uma narrativa de excelente conteúdo moral. 
Trata-se de um velho apólogo que é uma verdadeira pérola da filosofia, que nos pode enriquecer os corações e nos orientar o procedimento, enquanto nos encontramos neste bendito lar chamado Terra. 
Conta o dito apólogo que um homem foi convocado a comparecer perante o tribunal, para dar solução imediata aos problemas e suspeitas que lhe manchavam a vida. 
A condenação era quase certa. 
Temendo o que lhe pudesse acontecer, o homem pensou em quem o poderia auxiliar, com conselhos e proteção, quem o poderia acompanhar, falar por ele, defendê-lo. 
Lembrou que possuía três amigos e, de imediato, os procurou. 
O primeiro, um tanto arrogante, lhe ouviu a necessidade e depois disse:
-Não posso fazer nada por você, a não ser arranjar uma roupa nova para que compareça bem vestido diante do juiz. 
E lá se foi o pobre homem, em busca do segundo amigo, esperando o melhor. 
No entanto, embora se preocupasse com a sua situação, esse lhe falou:
-Verdadeiramente, tenho você em alta estima. Contudo, no presente caso, nada mais posso fazer a não ser acompanhá-lo até à porta do tribunal.
Procurado, o terceiro se mostrou muito solícito e, de imediato, se ofereceu:
-Irei com você e falarei em sua defesa. 
Estendeu-lhe os braços, seguiu com ele, amparou-o em todos os momentos da luta e falou com tanta segurança e com tanta eloquência em benefício dele, diante da justiça, que o mísero suspeito foi absolvido com a aprovação dos próprios acusadores. 
* * * 
Neste apólogo, temos a nossa própria história frente à morte. 
Todos nós, diante do sepulcro, somos convocados a comparecer ante o tribunal da consciência. 
Teremos que prestar contas à contabilidade Divina. 
E todos recorremos àqueles que nos protegem. 
O primeiro amigo, o doador de trajes novos, simboliza o dinheiro que nos garante o sepultamento. 
O segundo, aquele que nos acompanha até a porta do tribunal, é o mundo, representado pelos nossos amigos, parentes ou afeições mais queridas que, com pesar, nos seguem até a beira do túmulo. 
O terceiro, contudo, é o bem que praticamos nesta vida. 
Esse segue conosco e falará das nossas ações, do nosso proceder. 
Será o anjo protetor do nosso destino. 
Falando em nós e por nós, diante da justiça, nos conseguirá mais amplas oportunidades de serviço, ou o nosso passaporte para esferas mais felizes. 
E, assim como o bem que praticamos abre as portas da felicidade, igualmente as más ações depõem contra nós, enclausurando-nos aos sofrimentos, retendo-nos junto aos círculos pesados das sombras.
Percebemos, então, a grandeza da justiça Divina a se concretizar no ensino do Mestre de Nazaré, conforme as anotações do Evangelista Mateus: 
-Cada um receberá conforme suas obras. 
Atendamos assim ao bem, onde estivermos, agora, hoje, amanhã e sempre, na certeza de que o bem que realizamos é a única luz do caminho infinito que jamais se apagará. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 32 do livro Vozes do Grande Além, por Espíritos diversos, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB. 
Em 2.12.2016.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

LIÇÃO NA MORTE


Comparecemos ao cemitério a fim de abraçar a amiga, cujo pai desencarnara. 
Amigos, parentes, familiares se aglomeravam na capela. 
Um religioso lia, vez ou outra, trechos do Novo Testamento, enaltecendo a vida imortal. 
Chegado o momento do sepultamento, seguimos o carro que levava o caixão. 
Observamos que as pessoas andavam de cabeça baixa, silenciosas.
Estaríamos todos pensando quem, dos que ali nos movimentávamos, seria o próximo a partir? 
Quem estaria a morte espreitando, naquele exato momento?
Quando retornaríamos àquele mesmo local, para acompanhar outro féretro? 
Ou outros viriam ali para nos conduzir o corpo à sepultura? 
Enquanto se ultimavam os preparativos dos funcionários para a descida do caixão à cova, novamente se elevou a voz do religioso. 
Era jovem, e falou com o entusiasmo de quem traz a luz da fé na própria alma.
Lembrou de fatos positivos daquele homem, que vivera mais de oito décadas e que há pouco mais de dois anos, iniciara sua grande luta contra a enfermidade. 
Falou da fé daquele homem. 
Uma fé que conduzira pessoas em desespero, perdidas na vida a se voltarem para a religiosidade. 
Pessoas que haviam encontrado na fé um sustentáculo para continuar na nobreza das lutas. 
Falou de templos que ele auxiliara a erguer. 
Relatou os benefícios distribuídos na sua longa trajetória. 
Enalteceu a sua confiança na Divindade, que não se abalara, mesmo entre as dores e as dificuldades, que o mantinham mais no hospital do que no próprio lar. 
-Davi era um homem de fé. – Disse ele.- Jamais a perdeu. 
Fácil é se dizer confiar em Deus e nas coisas do Espírito, quando tudo vai bem. 
Mas, no hospital, mesmo entre os tantos inconvenientes que a doença lhe trazia, as transfusões, a diálise, ele mantinha a sua confiança inabalável no Poder Divino. 
E era de tal sorte a sua fé que aos demais contagiava: médicos, enfermeiros, seu vizinho de enfermaria. 
Esse, em recebendo os familiares, certo dia, pediu que todos orassem por ele, por sua recuperação. 
Isso porque ouvira o companheiro dizer que Deus atende as nossas rogativas. 
Finalizando sua oratória, o jovem religioso afirmou: 
-Hoje nos despedimos de um homem que realizou uma boa semeadura em sua vida. 
Por isso, nossa despedida, apesar da dor da separação é tranquila.
Sabemos que adentrou a Espiritualidade e está bem. 
Que os bons Espíritos o receberam. 
Agradecidos por termos conhecido Davi, por termos convivido com ele, uns mais, outros menos, pensemos: 
-Se o Senhor Deus hoje nos chamasse, estaríamos preparados? Poderíamos partir em paz? 
E, enquanto o corpo era baixado, lentamente, ele convocou a todos para uma oração. 
Oração que falava de dor, de despedida e de alegria. 
Finalmente, ele pediu que nenhum de nós se esquecesse da família, que deveria administrar a dor da ausência física do ser amado. 
Que lembrássemos de telefonar, de visitar, de abraçar, sustentando-a nos dias seguintes. 
Que lição de vida na morte! 
Que momento oportuno para orar, para ensinar como se deve lembrar quem parte, como se deve auxiliar quem fica. 
Sobretudo, como nos devemos indagar: 
-E se fosse hoje o meu dia de partir, estaria pronto? 
Redação do Momento Espírita. 
Em 16.3.2018.

terça-feira, 26 de dezembro de 2023

MAIS UM ANO

As alvoradas do Novo Ano se anunciam. 
Passou o Natal, com todas as suas alegrias, encontros e reencontros.
Aguardamos, esperançosos, a festividade da virada do ano. 
Um ano se vai. 
Outro inicia. 
É tempo de reflexão. 
Que fizemos durante esses trezentos e sessenta e cinco dias que se esgotaram no calendário terrestre? 
Trabalhamos muito? 
Mas nosso trabalho teve como objetivo somente ganhar dinheiro ou promovemos algo de verdadeiramente bom para alguém, para a comunidade? 
Trabalhamos até à exaustão, sem tempo para a família, os amigos, o lazer refazente? 
Contribuímos para alfabetizar uma criança, um jovem, um adulto?
Associamo-nos a campanhas de promoção da vida e da dignidade humana? 
Fizemos a diferença no mundo? 
O que foi diferente para nós, no ano que está acabando? 
Simplesmente reprisamos os feitos dos anos anteriores ou as promessas escritas na mente e no coração foram colocadas em prática? 
Será que a esperança com que aguardamos o Novo Ano será de tão pouca duração quanto foi a do ano que morre? 
Pensemos um pouco e valorizemos mais o nosso tempo. 
Somos passageiros em um mundo de formas que todo dia sofre e nos pede mudanças. 
Mudanças de comportamento, aprendizados de técnicas, readequação a cargos, funções. 
E, intimamente, como estamos? 
Quanto crescemos?
 * * * 
É tempo de renovação. 
Não deixemos que o Ano Novo seja somente um evento assinalado no calendário, uma convenção humana para demarcar o tempo. 
Pensemos que o tempo é tesouro em nossas mãos e nos compete utilizá-lo com sabedoria. 
Assim, ante a expectativa dos trezentos e sessenta e cinco dias que se espreguiçam na aurora dos meses à frente, façamos propósitos de viver melhor, de crescer em intelecto e moral. 
Na planilha de nossa mente, estabeleçamos diretrizes para esses dias sorridentes que nos aguardam. 
Momentos para estar com os amores. Momentos para abraçar, sorrir, brincar. 
Horas de estudo, aprendizado, crescimento intelectual. 
Um novo curso, uma especialização, um mestrado, um doutorado. 
Ou apenas aprender a ler, dominando as letras. 
Momentos para leitura de livros que chegarão ao mercado livreiro, interessantes e oportunos. 
Momentos para releitura de obras antigas, que nos merecem o folhear de suas páginas, uma vez mais. Ilustração da mente. 
Reflorescimento de ideias. 
Renovação de atitudes. 
Menos preguiça, mais ação. 
Utilizar melhor a tecnologia para conservar amigos e reconstruir pontes afetivas. 
Ano Novo! 
Quantas promessas. 
Absorvamos as alegrias que nos motivam a comemorar a chegada do Novo Ano e as mantenhamos conosco nos dias a viver. 
Abriguemos a esperança que se exterioriza em todos os sorrisos e a tenhamos conosco, durante os meses vindouros. 
Projetemos um ideal de vida e o persigamos para que, quando o Novo Ano se for, gasto, vivido, possamos olhar para trás e, sem remorso, afirmar: 
-Foi um bom ano!
-Cresci muito: amei, trabalhei, estudei, vivi! 
Pensemos nisso! 
Redação do Momento Espírita 
Em 26.12.2023.

segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

SEU PRIMEIRO NATAL

Meu filho... 
-É seu primeiro Natal. Por algum tempo pensei no que lhe dizer, pois, como pai, tenho também a missão de lhe apresentar o mundo, de descrevê-lo em todas suas nuances. Puxa... É seu primeiro Natal... Sei que as pequenas luzes que brilham em todo lugar irão lhe encantar os olhos... mas, sobre elas, gostaria de lhe dizer que representam estrelas. Sim, as estrelas do Céu, que desejávamos trazer para mais perto de nós. Por isso enfeitamos as vitrines da vida com essas lâmpadas multicolores. Sabe... Não precisaríamos de todas elas, pois uma só nos bastaria: a que representa a vinda para a Terra de um Amigo muito querido, que chamamos Jesus. Sim, o mesmo Jesus de nossa oração diária, com O qual conversamos rapidamente antes de você dormir. Bastaria uma estrela apenas... que trouxéssemos mais para perto de nós. Nem todo mundo lembra disso, meu filho... E, embora em quase todos os lares possamos ver as estrelinhas brilhantes, na maioria deles, elas só estão reluzindo pelo lado de fora e não dentro de seus corações. Aqui em casa elas estão por toda parte, pois você gosta tanto delas, não é? E saiba que estão no coração do papai, da mamãe, e de todos aqueles que te amam muito! Você ouvirá muito a palavra presente, e confesso a você que muitas pessoas vão pronunciar esta palavra sem a mínima ideia do que ela significa. Vão procurar esses tais presentes por aí, nas lojas, na televisão, na Internet, mas, não vão poder encontrar... Para você entender bem o que é um presente, basta que se lembre do rosto de sua mãe e de seu pai quando o abraçamos diariamente. Um presente é uma alegria que não acaba nunca, meu filho... Você verá alguns homens vestidos com uma roupa vermelha bonita, também. É bom se acostumar, pois eles estarão por toda parte. Talvez você se assuste um pouco com eles, mas saiba que eles representam a bondade no coração dos homens, bondade que faz com que as pessoas se desapeguem de suas coisas e as doem a quem precisa mais do que elas. Você verá festas, comidas diferentes, ruas lotadas de pessoas, músicas belas. Mas saiba que tudo isso é apenas uma representação muito tímida do que realmente é o Natal. O Natal é um convite que nos é refeito todos os anos, filhinho, quando os Bons Espíritos do Universo voltam a nos dizer que nascemos e renascemos para amar e que o amor deve estar acima de tudo na existência. Esperamos poder lhe apresentar o amor, ao longo desses Natais que passaremos juntos. E para isso, voltaremos a falar, muitas e muitas vezes, desse Amigo que chamamos Jesus. O Jesus da oração antes de dormir, o Jesus do Natal, o Jesus do amor... Saiba ainda, filho amado, que, em seu primeiro Natal, seus pais agradecem muito ao Pai Maior por tê-lo ao seu lado. As estrelinhas aqui de casa vão brilhar por toda parte, e cada uma delas estará dizendo: Amo você. Feliz Natal, meu filho... 
Redação do Momento Espírita Disponível no CD Momento Espírita v. 15, Especial de Natal e no livro Momento Espírita, v. 8, ed. FEP. 
Em 25.12.2023.

O HOMEM DE NAZARÉ

Vinte séculos já se escoaram no tempo. 
Ao finalizar-se o último milênio, a figura de Jesus foi muito lembrada. 
Ao mesmo tempo, contestada. 
Ainda existem pessoas que afirmam que Ele jamais existiu. 
E procuram algumas anotações distorcidas da História, para justificarem a sua tese. 
Contudo, quem, na História do mundo, realizou o que Ele fez, em tão pouco tempo e com tão pouco? 
Ao nascer, não tinha sequer um berço e Lhe foi improvisada uma manjedoura, onde os animais buscavam o alimento. 
Os primeiros momentos da Sua vida passou em um estábulo, entre o calor dos animais e o amor dos pais. 
O teto não Lhe pertencia. 
Na infância, esteve no Egito, na qualidade de estrangeiro, submetendo-Se às leis dos homens. 
Depois, de retorno a Nazaré, viveu no lar humilde de um carpinteiro, moldando com Suas mãos a madeira para a transformar em mesas, bancos, utensílios vários. 
Ao iniciar o Seu messianato, entre os homens, escolheu doze trabalhadores do povo. 
À exceção de um deles, Mateus, todos os demais, homens rudes, acostumados à lide com redes e comércio. 
Não dispunha de recursos amoedados. 
Pregava à beira do lago, nas praças, nos vilarejos. 
Utilizava-Se das oportunidades nas sinagogas e no Templo. 
Os exemplos, para a pregação do Reino que vinha implantar no coração dos homens, colhia das coisas simples, mas expressivas, da natureza. 
Um grão de mostarda para lecionar o tamanho da fé que remove montanhas. 
Uma figueira que se negava a dar frutos, desatendendo a sua missão, para dizer da necessidade de se produzir sempre. 
Flores do campo e aves do céu para ensinar a lição inigualável da Providência Divina, que por todos vela. 
Ovelhas para falar de mansidão e da preocupação do Pastor para com cada uma delas. 
Pérolas para dizer da preciosidade das lições que Ele trazia do Pai para a Terra.
Sementes, campos férteis e terras áridas para Se referir ao próprio coração humano ao qual Se dirigia. 
Falou de justiça numa Terra cansada de injustiças sociais. 
Trouxe a lição da não violência, num mundo envolvido em muitas guerras.
Ensinou que o Divino Criador é Pai de todos, sem diferença de nacionalidade ou condição social. 
Ninguém disse o que Ele disse e da forma que O fez. 
E até hoje, ninguém teve o Seu aniversário comemorado, todos os anos, pelo mundo todo, durante mais de dois mil anos. 
* * *
Jesus é o mais notável Ser da História da Humanidade. 
A Sua vida e a Sua obra são as mais comentadas e discutidas dentre todas as que já passaram pela cultura e pela civilização, através dos tempos. 
O Seu Testamento, o Evangelho, é o mais belo poema de esperanças e consolações de que se tem notícia. 
Ainda hoje, a Sua voz alcança os ouvidos de todos aqueles que sofrem, ou que aspiram pelos ideais de beleza e de felicidade, os que aguardam por melhores dias. 
O Seu convite é para o prosseguimento da autossuperação, na rota da perfeição. 
Redação do Momento Espírita, com pensamentos finais colhidos na Apresentação do livro Jesus e o Evangelho à luz da psicologia profunda, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL. Disponível no CD Momento Espírita, v. 15, ed. FEP. 
Em 19.12.2023.

domingo, 24 de dezembro de 2023

O NATAL DAS SAUDADES

Lembro com carinho dos Natais de minha infância. 
A família era numerosa, as dificuldades muitas. 
E havia uma época do ano muito especial: o Natal. 
Algumas semanas antes do 25 de dezembro, meu pai trazia para casa um belo pinheiro. 
Era dever de nós todos, contando com a ajuda de mamãe, enfeitar a bela árvore. 
Depois, meus pais colocavam embaixo do pinheiro os tão esperados presentes, que somente poderiam ser abertos no Natal. 
No aguardado dia, preparavam uma bela ceia. 
Porém, antes da refeição, nos reuníamos em torno da mesa e papai narrava como se dera o nascimento de Jesus. 
Emocionados, nos uníamos em prece de agradecimento, conduzidos por minha mãe. 
Cantávamos Noite feliz, um tanto desafinados, é verdade. 
A refeição era servida para depois, em torno do pinheiro, recebermos os presentes de Natal: chinelinhos de dedo, lápis, cadernos escolares, suéteres que mamãe havia tricotado.
Era uma alegria só. 
E, na hora de dormir, eu deixava os chinelinhos atrás da porta, pois, ao amanhecer, é certo de que lá estaria, sobre eles, um delicioso chocolate para alegrar a manhã... 
* * * 
Hoje, sou pai, avô e bisavô. 
É Natal. 
Estão todos, filhos, netos, bisnetos, reunidos em minha casa, em torno de um pinheiro que, anualmente, faço questão de enfeitar.
Eu os contemplo, assim, felizes, e lembro-me de meus pais e alguns de meus irmãos, que já partiram. 
O Natal é uma época que sempre nos enche de saudades. 
Então Pedro, meu bisnetinho de seis anos, trazendo os brinquedos modernos que ganhou, se aproxima e pergunta: 
-Vovô, o que o senhor ganhava de presente de Natal quando era criança, assim como eu? 
-Ora, meu filho, eu ganhava chinelinhos de dedo e os colocava atrás da porta, para que, no dia seguinte, ganhasse um chocolate. 
-Vovô, eu tenho chinelinhos! Olha, vovô! 
-Então corra! Vá, coloque seus chinelinhos atrás da porta e quem sabe o que você vai encontrar sobre eles amanhã... 
Anos e anos se passaram. 
A tecnologia e os recursos avançaram. 
Ontem fui eu um menino, hoje sou bisavô. 
E a simplicidade de um chinelinho é ainda capaz de fazer o menino de ontem e o de hoje sorrir e ser feliz! 
* * * 
MANOEL BANDEIRA
Espelho, amigo verdadeiro, 
tu refletes as minhas rugas, 
os meus cabelos brancos, 
os meus olhos míopes e cansados.
Espelho, amigo verdadeiro, 
mestre do realismo exato e minucioso, 
obrigado! 
Mas se fosses mágico, 
penetrarias até o fundo deste homem, 
descobririas o menino que sustenta esse homem, 
o menino que não quer morrer, 
que não morrerá senão comigo, 
o menino que todos os anos na véspera de Natal, 
pensa ainda em pôr os seus chinelinhos atrás da porta. 
* * * 
Ao celebrarmos o nascimento do Embaixador do Amor, lembremos da simplicidade na qual Ele nasceu e viveu. 
O Natal não são os presentes caros, as ceias fartas, as ostentações materiais. 
Onde se cultiva o amor, é onde nasce Jesus.
Pensemos nisso! 
Redação do Momento Espírita, com versos do poema Versos de Natal, de Manuel Bandeira, do livro Lira dos Cinquent'anos, ed. Global. 
Em 23.12.2023

sábado, 23 de dezembro de 2023

A ESTRELA MAIS BRILHANTE

Ela sempre teve paixão pelas estrelas. 
Foi daquelas crianças que, antes de se apaixonar pelo poder das telas, soube apreciar o que estava no mais alto. 
Desde pequenina interessou-se pelos pontos brilhantes da noite e, junto com seu pai, viveu momentos inesquecíveis aprendendo sobre as constelações. 
Certa noite de dezembro, o pai preparou uma surpresa. 
-Você quer conhecer a estrela mais brilhante de todas? 
-Mais brilhante que Sírius, pai? 
- Sim...
Respondeu o pai, com um sorriso de satisfação.
- E onde ela está? 
Perguntou a criança com muita curiosidade. 
-Para vê-la, precisaremos fazer uma breve viagem, pelo planeta e através do tempo! Iremos conhecer a Estrela de Belém. 
-Estrela de Belém? Aquela do Natal? 
-Essa mesmo, minha filha. Essa mesmo!
Afirmou o pai, ainda fazendo algum suspense. 
-Vamos fechar os olhos e nos imaginar noutras terras. Numa paisagem diferente da nossa, mais seca.... Avistamos algumas colinas, não muito altas. Algumas plantações de trigo e cevada e muitas matas intocadas. Em algumas partes, vemos pequenos animais, ovelhas pastando, outras se deslocando, acompanhadas por pastores. Anoitece. Podemos ver um céu estrelado como nunca vimos antes. Enxergamos mais estrelas, muitas mais do que aquelas que vemos, perto de nossa casa. 
-Você já está vendo a Estrela, pai?
-Estamos quase lá, filha... Quase lá. 
A menina, com os olhos fechados, tem a cabeça erguida, como se procurasse pela tal Estrela mais brilhante de todas. 
-Ali na frente, vemos uma estalagem, um pequeno casebre. Ele está muito iluminado, mesmo sem ter lâmpadas ou tochas. Vamos mais perto, filha? -Sim, papai. Mas, o que tem ali? 
-Veja: tem um homem, uma mulher e um bebezinho. O bebê está envolvido em uns panos claros e está no colo da mãe. Ela sorri para ele, que dorme tranquilo. O pai está ao lado, em oração. De vez em quando eles cantam para Ele. 
-Podemos entrar? – Pergunta a menina, sensibilizada. 
-Não podemos, filha. Só podemos vir até aqui. A luz é muito grande. Nossos olhos não iriam aguentar. 
-E a Estrela, papai? 
-Ele é a Estrela, minha filha. Aquele bebê. Ele é a Estrela... 
Fala o pai, bastante emocionado.
- Veja como Ele está iluminando os pais, o casebre e também toda a noite. Não há e nunca houve Estrela mais brilhante que essa... Esse Menino vai crescer e iluminar os caminhos de muita gente. O que Ele vai fazer, o que vai dizer, mudará os rumos da História para sempre. Os que se aproximarão dEle terão as vidas marcadas e ganharão um presente para a eternidade. Ele não quer ser idolatrado, visto como um Ser intocável e inatingível. Apenas alguém para ser chamado nos momentos de petição desesperada. Ele quer ser seguido, quer servir de exemplo, de amigo, de conselheiro. Quer que as pessoas se esforcem por agir como Ele agiria. Só isso. Não é sempre que um planeta recebe uma estrela, filha. Então, lembre-se sempre disso. Ele veio para nos ensinar a encontrar a nossa própria luz. Ele foi bom com todos e, mesmo depois de tantos séculos, ainda está conosco, todos os dias. 
Redação do Momento Espírita 
Em 22.12.2023

sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

CELESTE ANIVERSÁRIO

E eis que o dia chega outra vez. 
E outra vez nos fala de amor, de esperança. 
É o aniversário do Ser mais importante que a Terra já agasalhou. 
Rei das estrelas, Governador de nosso planeta, Rei solar. 
Cristo de Deus, o ungido. 
Os homens lhe adivinham a existência, desde tempos recuados. 
No entanto, esse Ser especial, nosso Mestre e Senhor, veio habitar entre nós. 
Quando tantos reclamamos do planeta em que nos encontramos, das condições adversas em que se vive, o Rei solar tomou de um corpo e aqui nasceu. 
Nasceu indefeso, entregando-se aos cuidados de uma jovem mulher. 
Foi seu primeiro filho. 
Quando tantos apontam a inexperiência das mães de primeira viagem, Ele não temeu se entregar aos cuidados de alguém que não concebera anteriormente. 
Nem mesmo temeu por ela ser jovem. 
Entregou-se, tanto quanto confiou em um homem a quem, durante os anos da infância e adolescência, honrou e chamou amorosamente pai, a ele se submetendo. 
E permitiu-se ilustrar na lei hebraica, na História de um povo sofrido, embora soubesse muito mais e além da ciência e da justiça dos homens.
Senhor e Mestre, escolheu uma noite silenciosa, quase fria para estar entre os Seus irmãos, Suas ovelhas, Seu rebanho. 
Pediu ao Grande Pai que, para atestar a Sua chegada, enchesse de estrelas os céus. 
Tudo porque Ele, a Luz do mundo, chegava ao planeta, para estar com os Seus mais demoradamente. 
Solicitou ainda ao Pai Celeste que enviasse um mensageiro às gentes simples, ao encontro das quais Ele vinha, para lhes dizer que Ele nascera.
E que os aguardava, pobre e pequenino, numa manjedoura, resguardado pelo amor dos pais, envolto em panos. 
* * * 
E uma estrela de brilho inigualável pairou no céu, chamando a atenção de ilustres estudiosos, que aguardavam o sinal especial para seguir ao encontro do Rei. 
Recebeu a visita dos pastores e dos magos do Oriente, a uns e outros ofertando o Seu sorriso, assegurando-lhes que Ele viera. 
A esperança estava no meio dos homens. 
Serviu na carpintaria, nas estradas da Galileia, da Judeia, da Pereia.
Realizou proezas inimagináveis, devolvendo a vista a cegos, a audição a surdos, movimentos a membros paralisados, saúde a corpos enfermos.
No lago de Genesaré, em plena natureza, dedilhou as mais belas canções que o amor pode conceber. 
Vinde a mim, vós todos que estais fatigados, e eu vos aliviarei. 
Tomai sobre vós o meu jugo que é suave e o meu fardo, que é leve. 
Quem toma da água que ofereço, jamais terá sede. 
Vinde a mim... 
Sua voz era de ensino, de alegria e de esperança. 
Quando tantos se rebelavam contra a escravidão a que eram submetidos, Ele ensinou que a liberdade está acima e além de questões materiais.
Ensinou-nos a sermos livres, na consciência, no dever cumprido, na retidão, sem nada que nos detenha na retaguarda das dores. 
Mestre e Senhor. 
Mestre da sensibilidade, do amor e da sabedoria. 
Senhor da Terra. 
Nosso Pastor. 
Ele veio. 
Que no Natal 
Dele lembremos outra vez e unamos as nossas vozes às dos mensageiros celestiais: 
-Hosana ao Senhor da vida! Ave, Cristo! Os que desejamos estar contigo, Te recordamos a glória augusta e Te pedimos luz, paz e bênçãos. Sê conosco, Celeste Menino, hoje e sempre.
Redação do Momento Espírita. Disponível no CD Momento Espírita, v. 21, ed. FEP. 
Em 21.12.2023.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

NÃO DESANIME

CHICO XAVIER E ANDRÉ LUIZ
Quando você se observar, à beira do desânimo, acelere o passo para frente, proibindo-se parar. 
Ore, pedindo a Deus mais luz para vencer as sombras. 
Faça algo de bom, além do cansaço em que se veja. 
Leia uma página edificante, que lhe auxilie o raciocínio na mudança construtiva de idéias. 
Tente contato de pessoas, cuja conversação lhe melhore o clima espiritual.
Procure um ambiente, no qual lhe seja possível ouvir palavras e instruções que lhe enobreçam os pensamentos. 
Preste um favor, especialmente aquele favor que você esteja adiando.
Visite um enfermo, buscando reconforto naqueles que atravessam dificuldades maiores que as suas. 
Atenda às tarefas imediatas que esperam por você e que lhe impeçam qualquer demora nas nuvens do desalento. 
Guarde a convicção de que todos estamos caminhando para adiante, através de problemas e lutas, na aquisição de experiência, e de que a vida concorda com as pausas de refazimento das nossas forças, mas não se acomoda com a inércia em momento algum. 
Autor André Luiz 
Médium Chico Xavier 

quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

O BERÇO DE JESUS

Ao se estudar as origens de alguns símbolos do Natal, referimo-nos a Francisco de Assis como o criador do presépio. 
Antes dele, o presépio fazia parte dos hábitos da época de festas natalinas nas catedrais romanas e em outras localidades. 
Contudo, o pobrezinho de Assis fez algo muito especial naquele dezembro de 1223. 
Ele foi a um lugar de retiro, distante cinquenta quilômetros de Assis, perto de Greccio.
Ali se hospedou com alguns frades. 
Pedindo o auxílio de um nobre da cidade, preparou um significativo memorial de Natal. 
Reportando-se ao Evangelho de Lucas, no Novo Testamento, que narra o nascimento de Jesus em uma manjedoura e, a um versículo do Velho Testamento, que se refere a que o boi conhece seu dono, e o jumento conhece a manjedoura de seu patrão, ele idealizou a cena. 
Pediu que fossem trazidos animais e os amarrou próximos a um casal local com seu filhinho. 
Eles representavam José, Maria e o Menino Jesus. 
Como os Evangelhos se referem a magos e pastores, Francisco pediu a alguns frades que os representassem. 
E, assim, naquela véspera de Natal do ano de 1223, Greccio se tornou uma nova Belém. 
A pregação de Francisco, na noite iluminada por velas e tochas, foi sobre a humildade e a pobreza de Jesus. 
Ao contrário da tônica severa das pregações medievais, ele falou da doçura de Jesus. 
Era a mensagem de que Ele se oferece para nascer no coração de cada homem, a cada dia. 
Era a grande evocação ao nascimento do Ser mais perfeito que a Terra já conheceu. 
Jesus não era o remoto fundador de uma grande religião. 
Ele viera para lecionar o amor, amando aos Seus irmãos, vivendo com eles, sofrendo-os e auxiliando-os. 
Trazia Francisco, com aquela dramatização, a mensagem de uma nova forma de oração que se concentrava no nascimento de Jesus, 
Sua vida e Sua morte. 
Findo o culto religioso da noite, Francisco ajudou o nobre a servir um banquete a todos os convidados. 
Para os animais, uma porção dupla de feno e aveia. 
Para os pássaros, do lado de fora, grãos foram lançados. 
O amor de Jesus, personificado no Seu Arauto de Assis, não esquecia criatura alguma. 
Todos eram irmãos.
Todos criaturas de Deus, modeladas pelo amor do Pai.
Aquela comemoração, para Francisco, não era uma peça sentimental de teatro, mas a representação simbólica de algo que pode e deve ocorrer todos os dias: o nascimento de Jesus nos corações daqueles que o desejarem. 
Ele trouxe o acontecimento do passado para o presente. 
Usou pessoas comuns em lugares comuns, com suas próprias roupas, para a dramatização. 
Tudo isso para dizer que Jesus não era uma personalidade distante, nascida em um local distante. 
Era o amor presente na vida de cada um dos seres para os quais Ele viera. 
Foi a partir dessa noite que a tradição do berço de Natal, da manjedoura, passou a ser uma das imagens religiosas mais conhecidas em todo o mundo, sendo reproduzida em telas, esculturas, impressa ou gravada, sempre com talento e emotividade. 
Pensemos nisso e ofertemos o nosso coração a Jesus como a manjedoura mais doce e mais terna para o Seu nascimento em nós.
Porque... é Natal outra vez! 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. Quatorze (1223 – 1224), do livro Francisco de Assis, o santo relutante, de Donald Spoto, ed. Objetiva. 
Em 20.12.2023.

terça-feira, 19 de dezembro de 2023

LIÇÃO NA GUERRA

ALICE GRAY
Foi durante a Primeira Guerra Mundial. 
De um lado, as trincheiras abrigavam alemães. 
Do outro, norte-americanos. 
A troca de tiros era intensa. 
Separando os inimigos, havia uma faixa de terra muito estreita, que não pertencia a nenhum dos lados. 
Um jovem soldado alemão, que tentara cruzá-la, foi baleado e acabou se enroscando na cerca de arame farpado. Começou a gritar de desespero e de dor. 
Entre o barulho ensurdecedor do combate, os norte-americanos podiam ouvir seus gritos. 
Não suportando mais aquela tragédia, um dos soldados norte-americanos saiu da trincheira e rastejou na direção dele. 
Quando os colegas perceberam o que ele estava fazendo, suspenderam o fogo. 
Mas os alemães continuavam a usar toda a artilharia. 
Até que um oficial alemão viu o gesto altruísta e ordenou que os seus comandados cessassem fogo. 
Um estranho silêncio se estabeleceu. 
O norte-americano desenroscou o ferido do arame farpado. 
Em seguida, o levou aos braços dos companheiros. 
Voltou-se e principiou a retornar para a sua trincheira. 
De repente, uma mão pesada pousou em seu ombro. 
Olhou para trás e seus olhos mergulharam nos olhos do oficial alemão que trazia na farda a Cruz de Ferro, a mais alta condecoração alemã por bravura. 
Ele arrancou a medalha da farda e a colocou no rapaz norte-americano. 
E cada qual, sem dizer palavra, retornou para a sua trincheira.
Certamente, os jovens soldados recomeçaram pouco depois a batalha, que a guerra impunha. 
Mas, naquele dia, todos receberam a lição que guardariam e relatariam aos seus descendentes. 
A lição do altruísmo, que fez com que um soldado esquecesse que o outro era o inimigo e arriscasse a sua para salvar a vida dele. 
* * * 
Dentre todas as calamidades que atingem a Humanidade, de forma periódica, a guerra é uma das piores. 
Vidas são destroçadas, esperanças fenecem. 
Jovens que deveriam estar nos laboratórios de ciências se encontram nos palcos da destruição. 
Namoradas que se preparavam para a concretização do novo lar, passam noites insones perguntando-se se os seus amores ainda estarão vivos, nos campos da guerra. 
Crianças que deveriam estar brincando, morrem à fome ou sucumbem nos bombardeios. 
Mulheres que deveriam estar plantando flores em seus jardins, abrem covas para enterrar os corpos dos seus maridos, e as regam com suas lágrimas. 
Infelizmente, o homem ainda não entendeu que o preço da guerra é a destruição. 
Destruição da natureza, das cidades e das vidas. 
Destruição da própria dignidade humana. 
Gestos como o do soldado norte-americano, na Primeira Guerra Mundial, dizem-nos que os que são enviados para a guerra, são simplesmente criaturas que sentem, amam, têm compaixão e, com certeza, têm as suas noites mal dormidas povoadas de cenas dantescas, onde o pavor se mistura ao horror da destruição que os envolve. 
* * * 
A guerra desaparecerá um dia do cenário do mundo. 
Contribuamos com a paz, com as nossas vibrações especialmente endereçadas aos promotores da guerra, a fim de que repensem seus posicionamentos. 
E envolvamos nas nossas orações os soldados de todas as nações que vivem a crueldade dos combates, longe de casa, e dos seus amores.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. Coragem, de autor desconhecido, do livro Histórias para o coração, v. 1, de Alice Gray, ed. United Press. 
Em 7.1.2015.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

COM OS OUVIDOS DA ALMA

O fato é narrado por uma mulher que vivia nas colinas da Escócia. 
Era inverno, próximo ao Natal. 
Roberto, o marido, era ferreiro. 
Ela, mãe ocupada, cuidava dos quatro filhos. 
O menor era o que lhe dava maior preocupação. 
É que o garoto era surdo. 
Ela ficara muito doente durante a sua gestação e o menino nascera com aquela deficiência. 
De resto, era esperto e depressa aprendeu a ler. 
Para manter a conversação com a mãe e os irmãos, André se servia de gestos e, como aos cinco anos já sabia escrever muitas palavras, usava papel e caneta para expressar aquilo que não conseguiam entender por seus gestos. 
Naqueles dias, próximos ao Natal, o marido foi chamado para prestar serviços em uma fazenda distante e ela ficou só com as quatro crianças. 
A tempestade veio e durou dias. 
A caixa de lenha ao lado do fogão começou a ficar vazia. 
Na quase véspera do Natal, Elizabeth agradeceu a Deus pela colheita do verão ter sido boa, pelas compotas terem dado certo e pela boa caça do seu marido. 
Assim, eles teriam o suficiente para se alimentarem até acabar aquele inverno ingrato. 
Mas a lenha acabou. 
Ela reuniu os quatro filhos, calçaram e se agasalharam bem e saíram quando o tempo deu uma trégua. 
Os pequenos Mary, Alice e André brincavam entre as árvores, felizes por estarem fora de casa. 
Corriam de um lado para outro, enquanto ela e o filho maior, de quinze anos, cortavam troncos em pedaços pequenos e colocavam no trenó. 
Num piscar de olhos, o tempo mudou. 
O vento soprou forte e a neve caiu violenta. 
Ela conseguiu encontrar as duas meninas mas não o pequeno André. 
Por mais que chamasse, ele não a ouviria. 
Era surdo. 
Voltaram para casa a fim de não congelarem. 
As horas angustiosas passaram lentas. 
Quando a tempestade acalmou, ela se preparou para ir procurar o menino.
Estaria vivo? 
Teria caído, cego pela tempestade, em algum penhasco? 
Então, alguém bateu na porta. 
Era o pequeno André, sorridente. 
Entre gestos e escritos no papel explicou que logo que a tempestade começou, ficou agachado atrás de um tronco. 
Depois, escreveu que ouviu chamar o seu nome: André. 
Foi até onde a voz vinha e não tinha ninguém. 
Então ouviu de novo: 
-Venha, André, venha para casa. 
Continuou caminhando, seguindo a voz, embora não visse ninguém. 
E assim foi até chegar em casa. 
Então a mãe caiu de joelhos, abraçou seu tesouro e agradeceu a Deus por ter enviado um mensageiro Seu, aquela voz para guiar o seu filho. 
Uma voz que não vinha do mundo exterior, mas que se fez ouvir na alma do pequenino André. 
A voz dos invisíveis. 
* * * 
O Natal é uma época de esperança, de confiança e de fé. 
É uma época de acreditar no invisível e em maravilhas que o Divino Pai nos proporciona. 
Uma época em que os Mensageiros de Deus cantam, falam e os surdos ouvem as suas vozes. 
Natal é o momento em que a Terra toca os céus, aquieta os seus gritos para ouvir o Excelso Canto da Esperança. 
Jesus nasceu em Belém. 
A esperança se renova. 
Comemoremos. 
Redação do Momento Espírita, com base no conto Tempestade nas montanhas, de autoria ignorada. 
Em 18.12.2023.

domingo, 17 de dezembro de 2023

AS DUAS CIDADES

Khalil Gibran 
O inspirado pensador Khalil Gibran escreveu bela página, relatando que, certa vez, a vida o tomou em suas asas e o levou até o topo do monte da juventude. 
Apontando para uma encosta, fez com que ele olhasse para trás. 
Viu, então, uma estranha cidade, da qual se erguia uma fumaça escura de muitas tonalidades, movendo-se vagarosamente como fantasmas.
Uma névoa fina quase escondia a cidade de seu olhar. 
Após um instante de silêncio, ele perguntou:
-“O que é isso que eu vejo?” 
E a vida respondeu: 
-“Esta é a cidade do passado. Olhe para ela e pondere”. 
Ele olhou a maravilhosa cena e viu muitos objetos e paisagens. 
Eram salões construídos para a ação, erguendo-se como gigantes sob as asas do sono; templos de conversação ao redor dos quais pairavam espíritos que, ao mesmo tempo, choravam de desespero e cantavam canções de esperança. 
Ele também viu igrejas erguidas pela fé e destruídas pela dúvida; depósitos de segredos guardados por sentinelas dos disfarces e saqueados por ladrões da revelação. 
Viu fortalezas que foram erguidas pela bravura e demolidas pelo medo; santuários adornados pelo sono e destruídos pela consciência; casebres habitados pela fraqueza; mesquitas de solidão e abnegação; instituições de ensino iluminadas pela inteligência e obscurecidas pela ignorância. 
Viu ainda teatros, em cujos palcos a vida encenava sua peça e a morte encerrava as tragédias da vida. 
E a vida lhe disse que aquela era a cidade do passado, aparentemente distante, embora estivesse, na realidade, próxima e visível, apesar da dificuldade, através das nuvens escuras. 
Depois disso, a vida convidou: 
-Demoramos demais aqui. Vamos para a cidade do futuro.
Ele se afirmou cansado, com os pés machucados e sem forças. Entretanto a vida insistiu: 
-Siga em frente, meu amigo. Demorar-se é covardia. Permanecer para sempre contemplando a cidade do passado é loucura. A cidade do futuro aguarda... 
* * *
A imagem concebida pela genialidade de Gibran, repleta de beleza, nos fala da permanência em demasia a contemplar a cidade do passado.
Muitos ainda estamos presos a lembranças, a imagens de um tempo que já foi, que dizemos ter sido melhor, que parecia um sonho, numa tentativa de quem sabe, um dia, poder revivê-lo... 
Eram outros tempos... 
Éramos outros... 
Nada volta atrás e é assim que tem que ser. 
Não há problema algum em visitarmos a cidade do passado vez ou outra, pois ela pode nos ensinar muito. 
Por vezes, nos enternecer, nos fazer sorrir, pelas coisas boas que aconteceram por lá. 
A questão é não nos demorarmos, na tentativa de permanecermos tempo demasiado e esquecermos de olhar para a cidade do futuro. 
Olhemos para a cidade do passado com respeito e gratidão, sempre. 
Ela nos deu moradia, nos abrigou em anos decorridos.
Porém, olhemos para a cidade do futuro com ânimo e esperança. 
É lá que iremos viver as próximas eras. 
É lá que construiremos as estruturas que irão nos abrigar. 
É lá que iremos continuar a nossa própria construção. 
Dessa forma, não nos detenhamos no ontem. 
Sigamos em frente. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 14, do livro A Voz do Mestre, de Khalil Gibran, ed. Ajna. 
Em 16.12.2023.

sábado, 16 de dezembro de 2023

LIÇÃO MATUTINA

Os gritos exacerbados de bem-te-vi nos conduziram à janela do apartamento.
No topo do edifício em frente, um belo espécime de gavião bebia água, numa pequena poça que a chuva do dia anterior formara. 
Cerca de dois metros do garboso espécime, em uma antena de TV, seis bem-te-vis gritavam. 
O gavião parecia não se incomodar com aquilo e continuou a beber, sossegadamente. 
Então, as pequenas aves, que não pesam mais do que setenta gramas, iniciaram outra estratégia. 
Passaram a executar voos rasantes, bem próximos ao indesejado intruso, enquanto os gritos se tornaram mais estridentes. 
O interessante é que eles se revezavam na tarefa. 
Um saía da antena, cumpria a missão e voltava. 
Outro o sucedia, depois outro. 
Por algum tempo, o gavião suportou aquelas investidas. 
Acabou se rendendo e decidiu voar para outro lugar, onde não fosse perturbado. 
Abrindo as asas, alçou voo, mostrando toda a imponência da sua grande envergadura. 
O que vi me deixou ainda mais admirado. 
Dois dos bem-te-vis foram atrás dele, como se fossem uma escolta.
Lembraram-me aviões de caça escoltando um avião civil, se certificando de que ele iria para bem longe dali. 
Enquanto minha vista os pôde alcançar, acompanhei a cena, ao tempo que reflexões me acudiam à mente. 
Os bem-te-vis, apesar do tamanho e da simpatia, são territorialistas.
Podem ser agressivos, no período da reprodução. 
Eles enfrentam gaviões, urubus e até seres humanos que se aproximam do seu território, para que possam acasalar e ter seus filhotes em segurança. 
A cena da manhã me remeteu a pensar na coragem dessas pequenas aves, enfrentando um espécime muito maior e mais pesado. 
Mostraram determinação em seu propósito e não se intimidaram.
Comportamento habitual, conforme registram os apontamentos que as descrevem. 
É o de que precisamos: coragem. 
Coragem para enfrentar as decisões importantes, para viver, para fazer o bem, para evoluir, para alcançar nossa paz interior. 
E, mais do que o bem-te-vi, regido pelo instinto, somos filhos de Deus, dotados de razão e discernimento. 
Se a Providência Divina distribui o alimento no celeiro da natureza para esses heróis alados, tem os olhos sobre nós e jamais nos abandona. 
Isso levou o Apóstolo dos Gentios a assinalar em uma das suas epístolas:
Tudo posso naquele que me fortalece. 
Contemos com Deus. 
Contemos com Seu apoio. 
Não percamos a vontade de lutar e vencer. 
Nós podemos. 
Não importa o tamanho do problema ou quão imponente pode parecer.
Podemos vencer! 
E, colhamos ainda outra lição da bela cena matutina. 
Eles trabalharam em equipe e em sistema de revezamento. 
Por que insistimos em sofrer a sós, em não pedir ajuda, quando o fardo nos parece demasiado pesado ou a dificuldade enorme? 
Para que terá Deus disposto ao nosso lado familiares, amigos, colegas, senão para que nos demos as mãos e escalemos juntos as colinas e as montanhas das dificuldades?
Sempre haveremos de encontrar quem nos poderá auxiliar a descobrir soluções, nos sustentará, quando prestes a cair. 
Prossigamos alçando nossos voos rumo às estrelas. 
Redação do Momento Espírita, com base no artigo A coragem do bem-te-vi, de Odair Araújo, da Revista Seareiro, de julho/agosto 2022, publicação da Seara Bendita Instituição Espírita. 
Em 13.10.2022.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

QUE FIZEMOS DE TUA MENSAGEM?

Senhor, que fizemos de Tua mensagem? 
Que fizemos da lição do renascer da água e do Espírito?
Da certeza de que somos Espírito e vestimos um corpo, necessitando renascer quantas vezes forem necessárias para amadurecer os sentimentos? 
Que fizemos da certeza que nos deste de que as aflições não são nossas inimigas? 
De que os aflitos seriam bem-aventurados, quando soubessem suportar com confiança, retirando dessas experiências o aprendizado que trariam?
Que fizemos nós, quando pediste que confiássemos em Ti, dizendo que Te seguíssemos sem medo, pois Teu jugo seria suave e Teu fardo seria leve?
Quando exaltou os humildes, dizendo-nos que a humildade era virtude fundamental da vida, e que o orgulho nos afastaria sempre da felicidade?
Que fizemos nós do exemplo das criancinhas quando, ao nos mostrar a pureza da fase infantil, a simplicidade do coração, apontaste o caminho seguro para quem deseja aprender?
Quando nos convidaste a vigiar os pensamentos, falando-nos do adultério no pensar, dos cuidados com aquilo que alimentamos no campo mental?
Quando nos falaste da brandura como virtude, mas acima de tudo, quando foste brando e pacífico com todos, demonstrando que tal comportamento é natural nas almas elevadas, aquele que devemos buscar como meta maior? 
Que fizemos nós das inúmeras lições sobre o perdão e sobre a indulgência? 
Não apenas por palavras, mas através dos exemplos, pois ninguém sofreu tantas injúrias e injustiças como Tu, Senhor. 
Dos cuidados com os julgamentos, da interferência excessiva na vida alheia, deixando à margem a administração da nossa própria vida?
Senhor, o que fizemos do Teu amor? 
Da forma amorosa com que nos trataste em todos os momentos, compreendendo nossa pequenez, nossa falta de conhecimento, nossa teimosia e tantas outras limitações. 
Que fizemos de um amor tão grande, que se importava com todos, sem discriminação, sem preocupar-se com aparências? 
Um amor valente e também delicado ao extremo, capaz de ouvir com paciência nossa voz turbulenta e irritante. Senhor, que fizemos de Tua mensagem? 
Não ousamos pedir a Tua volta, muito embora ainda precisemos de Ti como antes. 
Suplicamos apenas a Tua presença, nesta noite escura que ainda se vive na Terra. 
Onde estiveres, ajuda-nos a relembrar. 
Ajuda-nos a recordar o essencial. 
Acende em nós uma vez mais a chama da esperança. Onde estiveres, envia-nos 
Teus mensageiros do amor, aqueles que vivem a Tua mensagem sem medo, aqueles que estão próximos a Ti, para que nos provoquem as mudanças que tanto precisamos fazer. 
Onde estiveres, alumia esses que aqui estão e desejam desistir da oportunidade da vida. 
Senhor, é tão triste vê-los querendo partir tão cedo, não enxergando quão grandiosa é a vida. 
Que Tua mensagem ressurja uma vez mais no mundo, como receita sem rótulo, como um grande convite do amor ao planeta e nada mais, para que finalmente possas ser ouvido. 
Abre nossos ouvidos, Senhor. 
E nossos corações para que abracemos, para sempre, a Tua mensagem...
Redação do Momento Espírita 
Em 15.12.2023