quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

A BALSA

Theodoro Gericault
Na História da Humanidade encontramos acontecimentos que nos levam a profundas reflexões. 
Em 1816, uma fragata francesa encalhou próxima à costa do Marrocos. Não havia número suficiente de botes salva-vidas. Os restos do navio foram a única balsa que manteve vivas cento e quarenta e nove pessoas. A tempestade os arrastou ao mar aberto por mais de vinte e sete dias sem rumo. A dramática experiência dos sobreviventes impressionou a um artista. Theodoro Gericault realizou um estudo substancial dos detalhes para produzir a pintura. Ele entrevistou os sobreviventes, os enfermos e, inclusive, viu os mortos. Horrorizado, reproduziu a íntima realidade humana nesta situação.
Seu quadro, intitulado A balsa de Medusa, retrata não somente o naufrágio do navio A Medusa, ocorrido no dia dois de julho de 1816, mas um acontecimento que comoveu a França e trouxe repercussões que tocaram o mais profundo da alma humana. Na pintura, pode-se ver as diferentes atitudes humanas que se manifestam nos momentos cruciais da vida. Alguns dos sobreviventes se apresentam deitados, em total abandono, sem reação alguma. Parecem simplesmente aguardar a morte inevitável. Outros se mostram desesperançados, alheios aos demais. O olhar distante, perdido no vazio, demonstra que perderam a vontade de viver e de lutar. Um punhado deles, no entanto, mantém a esperança acima de tudo. Tiram do corpo as próprias camisas e as agitam com força, fixando um ponto no horizonte, como se desejassem ser vistos por alguma embarcação, por alguém. O curioso, entretanto, é que embora eles estejam balançando as vestes brancas, não há nenhum navio à vista. Nada que indique que eles serão resgatados. 
* * * 
Guaracy
Paraná Vieira
A balsa é como o planeta Terra. 
Os tripulantes são a Humanidade e as atitudes que cada um toma diante da vida. 
Podemos ser como os desesperançados, quando atravessamos situações difíceis e nos decidimos a simplesmente nos entregar sem luta alguma.
Podemos estar enquadrados entre aqueles que acreditam que não há solução e, assim, também não há porque se esforçar para melhorar o estado de coisas. 
Podemos também ser os que duvidamos de tudo e de todos. Ou, finalmente, ser aqueles que mantemos a esperança acima de tudo, esforçando-nos para chegar à vitória, embora ela pareça estar muito, muito distante. Afinal, decidir pela vitória em toda circunstância que a vida nos coloca é atitude de esperança. 
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DIVALDO PEREIRA
FRANCO
Quando os problemas se multiplicam no norte da vida e os desafios ameaçam pelo sul, as dificuldades surgem pelo leste e os perigos se multiplicam no oeste, a esperança surge e resolve a situação. Mensageira de Deus, torna-se companheira predileta da criatura humana, a serviço do bem. 
É a esperança que, ante os quadros da guerra, conclama ao trabalho e à paz. 
Em meio ao inverno rigoroso, inspira coragem e aponta a estação primaveril que, logo mais explodirá em cor, perfume e beleza. 
Nunca se afaste da esperança! 
Redação do Momento Espírita, a partir do texto A balsa, de autoria desconhecida e pensamentos do cap. 19 do livro Perfis da vida, pelo Espírito Guaracy Paraná Vieira, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL. 
Em 5.1.2021.

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