quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

O FILHO QUE SAÍU DE CASA

A parábola do Filho Pródigo contém preciosas lições. 
Uma delas reside no comportamento do filho pródigo. 
No princípio, ele se deixa seduzir pela tentação dos vícios. As paixões cintilam aos seus olhos e ele decide vivê-las. Pede recursos ao pai e se lança no mundo. Parte para longe de sua família e dissipa a própria herança. Entretanto, a vida o convida a rever seus valores e atitudes. Uma grande fome se faz no local que ele escolhera para viver. Enquanto passa duras necessidades, reflete sobre a abundância que existe na casa paterna. É então que começa a retificar o seu íntimo. Não pretende fugir às conseqüências dos próprios atos. Não almeja viver fartamente. Aliás, não pretende sequer ser tratado como filho. Contenta-se em ser admitido pelo pai como um simples trabalhador de suas terras. Tomada a resolução, lança-se na estrada. A viagem feita na riqueza agora é refeita na pobreza, em sentido contrário. Certamente são muitas as dificuldades para vencer as distâncias. Mas ele não esmorece e chega na propriedade da família. Confessa ao pai o arrependimento e suas novas disposições. Entretanto, grande é o júbilo do senhor da terra com o retorno do filho. Ele providencia os melhores sinais de boa acolhida, como boas vestes, anel no dedo e festa. 
* * * 
O filho pródigo representa o Espírito que se deixa seduzir pelas paixões mundanas. Tendo recebido preciosos tesouros do Criador, ele os consome inconseqüentemente. Vidas que deveria aproveitar para aprimorar-se e fazer o bem, ele gasta com bobagens. Permite-se atos desonrosos e converte-se em um mendigo espiritual. Essa situação já foi vivenciada, em maior ou menor grau, por quase todos os Espíritos que ora jornadeiam no planeta Terra. Agora, eles vivem a jornada de retorno. Por entre dificuldades, necessitam refazer o caminho para a casa paterna, que representa o equilíbrio e a paz. Nesse momento evolutivo, convém recordar o corajoso exemplo do filho pródigo. Ele assumiu valorosamente as conseqüências de seus atos. Na hora da reparação, não se rebelou e nem reclamou. Não desejou a chegada de uma confortável liteira para reconduzi-lo ao local de que saíra de livre e espontânea vontade. Reuniu suas forças e refez o caminho, resolutamente. Assim, se as dificuldades se apresentam em sua vida, não se imagine vítima e nem brade contra os Céus. Veja nelas o seu caminho para a conquista da paz e do bem-estar. Trilhe-o com coragem e dignidade, certo de uma acolhida generosa, ao término da jornada. 
Redação do Momento Espírita. 
Em 22.10.2008.

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