segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

O FILHO QUE FICOU EM CASA

O ensino mediante parábolas foi um precioso recurso utilizado por Jesus em Seu ministério de amor. Essas pequenas histórias contêm profundos ensinamentos que o leitor ou o ouvinte gradualmente percebe. Os séculos passam, mas as grandes lições não envelhecem, pois retratam a eterna luta da alma humana para libertar-se do primarismo evolutivo. A Parábola do Filho Pródigo é uma dessas belas lições. Como toda parábola, ela comporta diversas leituras, sempre ricas de ensinamentos. O enfoque pode ser na generosidade do pai, sempre disposto a acolher com alegria o filho que se perdera. Ou nas dores que o desfrutar das paixões provoca. Mas um ponto interessante para reflexão reside no comportamento do filho que ficou em casa. Em um primeiro momento, ele parece mais equilibrado do que o seu irmão. Satisfeito com a disciplina da casa paterna, não se entusiasma com a perspectiva de festas e desfrutes. Enquanto o denominado filho pródigo ganha o mundo, ele permanece vivendo de forma equilibrada. Entretanto, esse equilíbrio é colocado à prova quando seu irmão retorna, sofrido e humilhado. Então, em vez de se alegrar com o retorno do companheiro de folguedos infantis, ele se indigna. Recusa-se a entrar em casa e a participar da festa. Instado pelo pai a retificar o comportamento, dá mostras de rancor ao falar de sua prolongada obediência, a seu ver sem recompensas. O filho que ficou em casa representa uma parcela muito significativa da Humanidade. Trata-se das pessoas bastante focadas em viver sem escândalos, mas também sem generosidade. Elas se esmeram em cumprir regras, em fazer o que parece correto, em termos pessoais ou sociais. Contudo, o seu viver não tem bondade. Porque conseguem domar algumas paixões, criticam asperamente quem a elas sucumbe. Muitas chegam a desejar a dor e a desgraça para aquele que comete pequenos deslizes ou se permite viver de forma desregrada. Essas pessoas, em sua severidade, não entendem o essencial das leis divinas. Essas leis não existem para cercear todos os passos das criaturas. Elas são um roteiro de liberdade e felicidade. Uma vida digna e profícua é resultado da internalização dos códigos divinos. Mas essa internalização é incompatível com um coração rancoroso e ressequido. É preciso bondade e leveza para uma correta compreensão da Lei de Amor que rege os mundos. Embora com necessidade de experiências diversas, todos os homens são irmãos e se assemelham, em sua essência. Para viver em paz, urge identificar-se com o próximo e ser feliz com a felicidade dele. A vida trata de providenciar as reparações e as lições necessárias. O papel dos homens consiste no auxílio mútuo e na vivência da fraternidade. 
Pense nisso. 
Redação do Momento Espírita 
Em 30.10.2008.

Nenhum comentário:

Postar um comentário