sexta-feira, 21 de julho de 2017

LIMITES

Mônica Monastério
“Somos as primeiras gerações de pais decididos a não repetir com os filhos os erros de nossos progenitores. E com o esforço de abolir os abusos do passado, somos os pais mais dedicados e compreensivos, mas, por outro lado, os mais bobos e inseguros que já houve na história.” 
A constatação trazida pelo artigo que circula pela internet é deveras interessante, e vale a pena ser estudada. O texto continua dizendo: Parece que, em nossa tentativa de sermos os pais que queríamos ter, passamos de um extremo ao outro. Assim, somos a última geração de filhos que obedeceram a seus pais, e a primeira geração de pais que obedecem a seus filhos. Os últimos que tiveram medo dos pais e os primeiros que temem os filhos. E o pior: os últimos que respeitaram os pais e os primeiros que aceitam que os filhos lhes faltem com o respeito. Na medida em que o permissível substituiu o autoritarismo, os termos das relações familiares mudaram de forma radical, para o bem e para o mal. Com efeito, antes se consideravam bons pais aqueles cujos filhos se comportavam bem, obedeciam a suas ordens e os tratavam com o devido respeito. E bons filhos, as crianças que eram formais e veneravam seus pais. Mas, à medida que as fronteiras hierárquicas entre nós e nossos filhos foram se desvanecendo, hoje, os bons pais são aqueles que conseguem que seus filhos os amem, ainda que pouco os respeitem. E são os filhos que, agora, esperam respeito de seus pais, pretendendo de tal maneira que respeitem as suas ideias, seus gostos, suas preferências e sua forma de agir e viver. E, além disso, que os patrocinem no que necessitarem para tal fim. Quer dizer, os papéis se inverteram, e agora são os pais que têm que agradar a seus filhos para ganhá-los e não o inverso, como no passado. Isto explica o esforço que fazem hoje tantos pais e mães para serem os melhores “amigos” e “dar tudo” a seus filhos. Os filhos precisam perceber que, durante a infância, estamos à frente de suas vidas, como líderes capazes de sujeitá-los quando não os podemos conter, e de guiá-los enquanto não sabem para onde vão. Se o autoritarismo suplanta, humilha, o permissível sufoca. Apenas uma atitude firme, respeitosa, lhes permitirá confiar em nossa idoneidade para governar suas vidas enquanto forem menores. Vamos à frente liderando-os e não atrás, carregando-os, e rendidos à sua vontade. É assim que evitaremos que as novas gerações se afoguem no descontrole e tédio no qual muitos estão afundando, descuidados. Os limites abrigam o indivíduo. Com amor ilimitado e profundo respeito. 
* * * 
Allan Kardec, na questão 208 de O livro dos Espíritos, pergunta: 
-O Espírito dos pais tem influência sobre o do filho após o nascimento? 
- Há uma influência muito grande – respondem os Espíritos – como já dissemos, os Espíritos devem contribuir para o progresso uns dos outros. 
Pois bem, os Espíritos dos pais têm como missão desenvolver o de seus filhos pela educação. É para eles uma tarefa: se falharem, serão culpados. 
Redação do Momento Espírita, com base em texto recebido pela internet, atribuído a Mônica Monastério, e na questão 208 de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. FEB. Em 21.7.2017.

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